Mercado Municipal de Loulé
O Mercado Municipal de Loulé é um edifício histórico e público na cidade de Loulé, na região do Algarve, em Portugal. Foi inaugurado em Junho de 1908.[1] DescriçãoO mercado municipal é considerado um dos principais exemplos do estilo revivalista no Algarve,[1] sendo inspirada nos edifícios islâmicos.[2] Possui quatro portões de acesso e quatro pavilhões.[2] Um dos elementos mais destacados são as coberturas, de forma bolbosa.[3] É considerado um dos edifícios mais emblemáticos da cidade de Loulé,[2] sendo não só um importante espaço público mas também um monumento muito visitado por turistas, e um símbolo da antiga dinâmica comercial da vila a nível regional.[4] O mercado tem uma área de cerca de 3400 m².[4] Insere-se na Zona Especial de Protecção do Castelo, e das igrejas Matriz, de Nossa Senhora da Conceição, da Misericórdia e da Graça.[5] HistóriaO local onde se ergue o edifício foi ocupado desde tempos antigos, uma vez que estava situado no local das antigas muralhas.[6] Durante a construção foram encontrados fragmentos de cerâmica antigos, cronologicamente integrados no período islâmico, idade média cristã, e na época moderna.[7] Durante a remodelação do mercado, no século XXI, foi descoberto um silo, que continha materiais dos século XI a XVI.[7] No século XIX, já se reconhecia a necessidade de se construírem estruturas dedicadas para a comercialização de frutas, peixe e hortaliças na vila, embora fosse alvo de discussão entre os habitantes quantos edifícios deveriam ser construídos e a sua localização, situação exacerbada pela rivalidade entre as freguesias de São Sebastião e São Clemente.[2] Em 1891, a Câmara Municipal contratou o Construtor de Obras Públicas de Faro para construir um mercado apenas para a venda de peixe, que deveria ser instalado no Largo do Chafariz (posterior Largo D. Afonso III), mas as obras não chegaram a arrancar.[2] Nos finais do século, a autarquia deliberou que o mercado deveria ser construído junto aos Paços do Concelho, tendo o primeiro esboço para o edifício sido elaborado em 1898, por autor desconhecido.[2] Nos princípios do século XX iniciaram-se as expropriações e demolições para a construção do mercado, e em 1903 o arquitecto Alfredo Costa Campos fez o plano para o edifício, baseado no esboço de 1898.[2] Porém, verificou-se que a autarquia não dispunha dos recursos financeiros suficientes para construir o mercado, pelo que pediu a Alfredo Costa Campos para modificar o desenho, tendo os novos planos sido apresentados em 1905.[2] As principais modificações foram feitas na ala Sul do mercado, que perdeu dois torreões e várias lojas, e o revestimento em azulejo.[2] Em 22 de Junho de 1905 a obra foi entregue a José Francisco dos Santos.[2] O edifício foi concluído em 1908, e inaugurado em 27 de Julho desse ano, durante a presidência de José da Costa Mealha na Câmara Municipal de Loulé.[2] A instalação do mercado alterou significativamente a organização urbana no centro da vila, tendo sido necessária a demolição de alguns edifícios, e de parte da muralha.[6] O mercado é um exemplo dos novos edifícios e equipamentos públicos construídos nas primeiras décadas do século XX no Algarve, por iniciativa das novas elites comerciais e industriais surgidas nos finais de oitocentos, promovendo desta forma a modernização dos centros urbanos.[3] Outros edifícios que também fizeram parte desta fase incluíram a Central Eléctrica de Albufeira, a antiga Estação Ferroviária de Lagos, e os mercados de Olhão e Lagos.[3] O imóvel conheceu depois várias obras de ampliação e remodelação, tendo o primeiro grande plano para a sua expansão sido apresentado em 1933, elaborado pelo arquitecto João Baptista Mendes, que tinha sido responsável pelas intervenções no Cine-Teatro Louletano e no Salão Nobre dos Paços do Concelho.[2] Porém, as primeiras grandes obras de ampliação só foram executadas nos princípios da década de 1980, durante os mandatos de Júlio Mealha e Mendes Bota, e consistiram essencialmente na instalação de uma cobertura de betão na ala Sul do mercado.[2] Em 2004 iniciou-se um profundo programa de reabilitação do edifício, que abrangeu tanto os espaços interiores como exteriores.[2] Foram melhoradas as condições de serviço e higiene, com a recuperação das zonas destinadas à venda do peixe e das frutas e legumes, tendo ficado com cerca de três dezenas de lojas, estabelecimentos de cafetaria e outros espaços.[4] Foram igualmente construídos os dois torreões previstos no desenho original de 1905, reabilitadas as fachadas e as estruturas metálicas, substituida a cobertura em betão por uma metálica, e renovada a rede de saneamento básico.[4] No âmbito deste programa, também foram reabilitadas as ruas junto ao mercado, tendo sido expandida a área pedonal.[4] Após a conclusão as obras, o mercado reabriu em 1 de Fevereiro de 2007.[2] Esta intervenção envolveu um custo de cerca de quatro milhões de Euros por parte da autarquia, tendo o presidente da Câmara Municipal, Seruca Emídio, classificado este investimento como «uma aposta no futuro, uma vez que se pretende marcar a diferença», e promover a «valorização daquilo que é verdadeiramente genuíno, criando condições para oferecer qualidade».[4] Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas
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