Maya Da-Rin
Maya Da-Rin (Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 1979) é uma diretora, roteirista, produtora e artista brasileira. Seus filmes foram exibidos em mais de 100 festivais nacionais e internacionais, receberam dezenas de prêmios e foram distribuídos em países como França, Inglaterra, China, Canadá e Estados Unidos.[1] Seu primeiro longa-metragem de ficção, A Febre (2019), recebeu o Leopardo de Ouro de Melhor Ator para Regis Myrupu e o Prêmio da crítica internacional FIPRESCI no Festival de Locarno, na Suíça.[2] Maya é sócia-fundadora da Tamanduá Vermelho, produtora cultural criada em 2015 e sediada no Rio de Janeiro.[3] BiografiaMaya Da-Rin nasceu no Rio de Janeiro em 1979. Filha dos cineastas Silvio Da-Rin e Sandra Werneck, é formada em desenho industrial na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Em 2005, cursou oficinas na Escuela Internacional de Cine y Television, em San Antonio de los Baños (Cuba). Viveu na França entre 2010 e 2016, onde se graduou com honra de mérito no Le Fresnoy Studio National des Arts Contemporains e cursou o mestrado em Cinema e História da Arte na Sorbonne Nouvelle – Paris III. Maya é casada com o realizador, professor e desenhista de som Felippe Schultz Mussel e mãe dos trigêmeos Cléo, Martim e Noa. CarreiraMaya Da-Rin iniciou sua carreira como realizadora com o curta documentário E Agora José? (2002), que trata da oralidade em uma comunidade rural no interior de Minas Gerais. Em seguida, realizou dois documentários no sudoeste do Amazonas: Margem (2007), que acompanha a viagem de um grande recreio partindo da fronteira do Brasil até a cidade de Iquitos, no Peru. O filme foi exibido na secção Terreiros da 29ª Bienal Internacional de São Paulo, no Festival de Havana e no Festival de Cinema Latino-Americano de Toulouse, tendo recebido os prêmios de Melhor Filme no TekFestival (Itália) e Menção Honrosa no Forumdoc.bh (Brasil).[4] Seu filme seguinte, Terras (2009), é um ensaio documental sobre a fronteira tríplice entre o Brasil, a Colômbia e o Peru, no Amazonas. O filme estreou no Festival Internacional de Locarno e foi exibido em mais de 40 festivais e museus ao redor do mundo, como DOK Leipzig, Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, MoMA e New Museum of Contemporary Art. Terras recebeu o prêmio “Las Cámaras de La Diversidad” no Festival Internacional de Cinema de Guadalajara (México), além de outros 9 prêmios.[5] A revista Variety considerou o filme “uma deslumbrante obra de arte”.[6] Em 2011, durante a residência no Le Fresnoy, Maya realiza o curta Versão Francesa (2011), que acompanha o encontro entre dois estrangeiros em quarto de hotel, em Paris, partindo de diálogos apropriados de filmes icônicos franceses.[7] O curta recebeu a Menção do Júri e o prêmio de aquisição RTP Onda Curta no Festival de Cinema Luso-Brasileiro (Portugal).[8] Nos anos seguintes, realiza duas videoinstalações: Horizonte de Eventos (2012), também produzida pelo Le Fresnoy,[9] e Camuflagem (2013), realizada durante uma residência artística no Centro de Artes LABoral (Espanha).[10] Horizonte de Eventos foi considerado pela crítica francesa Annick Rivoire “o projeto mais representativo da criação contemporânea” visto naquele ano no Le Fresnoy.[11] A obra foi exibida no Vilnius Contemporary Art Center (Lituânia) e na galeria La Maldite, em Paris.[12] Em 2020, Maya integrou o júri do 4º Festival Internacional de Pingyao (China), idealizado pelo realizador Jia Zhangke,[13] tendo participado anteriormente como júri do 16º Festival de Santa Maria da Feira (Portugal), do 24º Forumdoc.bh, da 6º Semana de Cinema e do 18º Festival de Curtas do Rio de Janeiro – Curta Cinema. A FebreSeu primeiro longa-metragem de ficção, A Febre (2019) foi desenvolvido com o apoio da residência de roteiro Cinéfondation, do Festival de Cannes e de laboratórios promovidos pelo TorinoFilmLab.[14] O filme estreou na competição oficial do Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça, onde ganhou o Leopardo de Ouro de Melhor Ator para Regis Myrupu, o prêmio da crítica internacional FIPRECI e o prêmio "Enviroment is Quality of Life" concedido pelo júri jovem.[15] A Febre participou de mais de 60 festivais e recebeu 30 prêmios, dentre eles o de Melhor Filme nos festivais de Pingyao (China), Biarritz (França), IndieLisboa (Portugal), Mar del Plata (Argentina), Punta del Este (Uruguai) e Janela Internacional do Recife (Brasil), e Melhor direção no Festival Internacional de Chicago (USA) e no Festival do Rio (Brasil). O filme foi ainda o grande vencedor do 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, tendo recebidos os prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Fotografia e Melhor Som.[16] A Febre foi muito bem recebido pela crítica brasileira e internacional, tendo sido citado como o melhor filme de estreia de 2019 pela programadora Nicole Brenez na lista de críticos “La internacional cinefilia"[17] e considerado o “filme de estreia mais convincente do cinema latino americano dos últimos anos” pelo crítico e programador Diego Batlle.[18] O crítico Francisco Russo, da revista eletrônica AdoroCinema, considerou A Febre “um filme como poucas vezes se viu no cinema brasileiro”,[19] enquanto que o crítico José Geraldo Couto disse que o filme é “um marco” na forma como personagens indígenas são retratados pelo cinema.[20] Já a crítica francesa Beatrice Loayza, da revista Cinema Scope, considerou o filme “cinema em sua essência, exigindo empatia e compreensão sem piedade e didatismo, e protagonizando os indígenas com uma atenção às suas especificidades culturais como poucos filmes se preocupam em elaborar".[21] Filmografia
Referências
Ligações externas
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