Maud Menten
Maud Leonora Menten (Port Lambton, 20 de março de 1879 - Leamington, 26 de julho de 1960) foi uma médica e cientista canadense, que fez importantes contribuições para a cinética enzimática e histoquímica. Seu nome é associado com a famosa equação de Michaelis-Menten.[1] Vida pessoalMaud Menten nasceu em Port Lambton, Ontário, em 1879 e estudou medicina na Universidade de Toronto (BA 1904, MB 1907, MD 1911). Ela foi uma das primeiras mulheres no Canadá a ganhar um o título de doutora.[2] Ela completou sua tese na Universidade de Chicago. Naquela época as mulheres não eram autorizadas a fazer investigação no Canadá, por isso ela decidiu fazer pesquisas em outros países como os Estados Unidos e Alemanha. Pouco se sabe a respeito de sua família e sua infância. Apenas sabe-se que a família Menten se mudou para Harrison Mills, onde a mãe de Maud trabalhava como encarregada da agência local dos correios. Depois de completar o ensino médio, Maud foi para a Universidade de Toronto, onde obteve mestrado em fisiologia em 1907.[3] Estudiosa e dedicada, foi indicada como membro do Instituto Rockefeller de Pesquisas Médicas, em Nova York, em 1907. Lá estudou o efeito do brometo de rádio em tumores cancerígenos em ratos.[3] Maud e mais dois cientistas publicaram os resultados de seus experimentos na primeira monografia do instituto.[3][4] Após um ano no instituto, Maud trabalhou como interna na Enfermaria Infantil e da Mulher, em Nova York. Ela retornou ao Canadá para começar seus estudos na Universidade de Toronto um ano depois. Em 1911, tornou-se a primeira mulher no Canadá a obter um doutorado em medicina.[3] CarreiraEm 1912, mudou-se para Berlim, onde trabalhou com Leonor Michaelis, que também foi co-autora do artigo na revista Biochemische Zeitschrift, que mostrou que a velocidade de uma reação catalisada por enzima é proporcional à quantidade do complexo enzima-substrato. Esta relação entre velocidade da reação e a concentração de enzima-substrato é conhecida por equação de Michaelis-Menten. Após estudar com Leonor, na Alemanha, ela ingressou na Universidade de Chicago, onde obteve seu doutorado em 1916,[5] com a dissertação intitulada "The Alkalinity of the Blood in Malignancy and Other Pathological Conditions; Together with Observations on the Relation of the Alkalinity of the Blood to Barometric Pressure" (A Alcalinidade do Sangue em Malignidade e Outras Condições Patológicas, Juntamente com Observações sobre a Relação da Alcalinidade do Sangue com a Pressão Barométrica). Em seguida, Maud foi para a Universidade de Pittsburgh, onde ficou de 1923 até 1959,[6] tendo sido professora assistente e associada na Escola de Medicina e chefe de patologia do Hospital Infantil de Pittsburgh. Sua última promoção foi para professora titular, em 1948, aos 69 anos.[5][3] Sua última posição acadêmica foi como pesquisadora membro do Instituto de Pesquisas Médicas da Colúmbia Britânica, de 1951 a 1953.[7] Seu trabalho mais famoso foi sobre a cinética enzimática, junto de Leonor Michaelis,[8] baseado nas descobertas anteriores de Victor Henri, resultando na equação de Michaelis–Menten. Maud Menten também criou a reação de acoplamento diazóico para a fosfatase alcalina, ainda em uso na histoquímica. Maud também caracterizou e estudou toxinas de bactérias como as B. paratyphosus, Streptococcus scarlatina e Salmonella ssp., usadas em um programa bem sucedido de imunização contra a escarlatina em Pittsburgh , nos anos 1930 e 1940.[9] Ela também conduziu a primeira separação eletroforética das proteínas da hemoglobina, em 1944 e trabalhou com as propriedades da hemoglobina, regulação do nível de açúcar no sangue e funções renais, tendo escrito e participado de mais de 100 artigos científicos.[10] Aposentadoria e morteMaud era descrita, normalmente, como uma mulher discreta e determinada. Dirigia seu Modelo T, da Ford, pelo campus da universidade por 32 anos. Tocava clarineta e era pintora, tendo exposto trabalhos em galerias de arte em Pittsburgh.[2] Gostava de explorar montanhas, de astronomia e participou de uma missão ao Ártico. Era fluente em russo, francês, alemão, italiano e ao menos um idioma de nativos norte-americanos. Mesmo tendo trabalhado boa parte da vida nos Estados Unidos, ela nunca pleiteou uma cidadania.[3] Após sua aposentadoria da Universidade de Pittsburgh , em 1950, Maud retornou ao Canadá para continuar sua pesquisa com câncer no Instituto de Pesquisas Médicas da Colúmbia Britânica. Sua saúde fragilizada a forçou a parar em 1955 e Maud faleceu em 20 de julho de 1960, aos 81 anos, em Leamington, Ontário.[3] Na ocasião de sua morte, seus colegas Aaron H. Stock e Anna-Mary Carpenter escreveram um obituário na revista Nature:
Referências
Ligações externas
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