Maria da Fé Nota: Se procura a fadista portuguesa, veja Maria da Fé (fadista).
Maria da Fé é um município brasileiro do Estado de Minas Gerais. Sua população, segundo o censo de 2022, era de 14 247 habitantes.[1] A sede do município está a 1 258 metros de altitude.[6] Maria da Fé é um dos municípios mais frios do estado de Minas Gerais. No inverno as temperaturas mínimas podem ficar abaixo de 0 °C.[7]. O município está localizado em plena Serra da Mantiqueira bem próximo à estância paulista de Campos do Jordão e às mineiras do chamado Circuito das Águas. O turismo é ainda incipiente, mas existem possibilidades de turismo rural, com passeios a cavalo e comida de fogão a lenha. Seus principais bairros e distritos são: Pinto Negreiros, Mata do Izidoro, Posses, Ilha e São João. Na cidade, a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes possui murais de Pietro Gentilli, pintor italiano que também possui obras em Americana (Estado de São Paulo) e Mariana (Minas Gerais). A cidade também possui um Centro Cultural, onde estão disponíveis informações históricas e turísticas sobre o município e também a Casa do Artesão, um espaço criado para a exposição de trabalhos de artesanato da cidade. Na praça Getúlio Vargas estão algumas das mais antigas oliveiras da cidade, conhecida nacionalmente[carece de fontes] como Cidade das Oliveiras, já que a fazenda experimental de Maria da Fé da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) é a única produtora de mudas de oliveira do Brasil,[carece de fontes] e que deu origem a duas variedades de oliveiras genuinamente brasileiras, resultadas de cruzamentos e anos de pesquisas da instituição: a JB e a Maria da Fé.[carece de fontes] História"Procurar o vale do Sapucaí, alto do vale, o alto dos Campos do Jordão, depois da Serra da Mantiqueira, passando por Campos e planaltos cobertos de araucárias." Teria sido este, em largos traços, o itinerário estabelecido pela bandeira de Antônio Kivet, ainda em 1579. Tal itinerário coincide inteiramente com a região onde está o município de Maria da Fé. Contudo, só se têm efetivas notícias de uma efetiva colonização da região quando a fazenda Maria da Fé instala, junto à sede de seu estabelecimento, um povoado chamado Campos de Maria da Fé, por volta de 1815. O nome do município tem duas possíveis origens: a primeira homenagearia uma mulher empreendedora e enérgica, que dirigia a fazenda e seus negócios. A outra seria a de uma jovem bonita, vinda com uma das bandeiras que cruzaram aquelas paragens e que teria se casado com o cacique Jiquitibá, por ter ele concordado em desvendar o segredo das minas de ouro da região para exploradores. Como esposa do cacique, ela teria feito erigir um grande cruzeiro de madeira, símbolo de sua fé, convertendo a tribo à religião cristã. Por especial empenho de seus moradores mais influentes, o povoado passou a distrito e foi incorporado ao município de Cristina, em 27 de junho de 1859, com o nome de Maria da Fé. O município foi legalmente criado em 30 de agosto de 1911, desmembrando-se do município de Pedra Branca (hoje Pedralva), e instalado em 1º de junho de 1912, formando sua primeira Câmara Municipal. De acordo com o Ministério da Justiça, o município de Maria da Fé registra um assassinato a cada meio século (50 anos). A delegacia da cidade não tem sequer cadeia. O policial nunca precisou sacar a arma para um criminoso. GeografiaFauna e floraOs tipos de árvores que mais se destacam no município são os eucaliptos, os pinheiros-do-paraná ou araucárias. Há ainda o muchoco, o manacá-da-serra, a quaresmeira, o ipê-amarelo, a capororoca, o araticum, a candeia, o cambuí, samambaias, fáfia, jerivá, araçá, cedro e angico. Em processo de extinção na região, há ainda o pinheiro-bravo. Matas ciliares (ou matas galerias) também estão presentes no município. São matas que acompanham os rios e riachos, importantes para manter as correntes de água e reduzir efeitos de erosão. O município tem animais como a capivara, o periquito e a maritaca. RelevoMaria da Fé localiza-se na região Sul de Minas Gerais, na Serra da Mantiqueira, acima de 1.000 m de altitude, uma região caracterizada pela predominância de morros escarpados. A sede do município está a 1.258 m de altitude e o ponto culminante é o Pico da Bandeira, a 1.683 m. acima do nível do mar, de onde se pode avistar toda a cidade e também algumas cidades vizinhas como, por exemplo, São José do Alegre, Pedralva ou Itajubá. De lá também pode-se ver o Pico dos Marins, o Laboratório Nacional de Astrofísica em Brazópolis e a própria Serra da Mantiqueira. O relevo é predominante montanhoso, 88% da área do município sendo constituída dos chamados "mares de morros", típicos da região; o restante é composto por 10% de planalto ondulado e 2% de relevo plano. Em Maria da Fé, as formações rochosas são de rochas sedimentares formadas por areia, argila, calcário e arenito e por rochas magmáticas, principalmente granitos. Além de comporem a paisagem, as rochas são utilizadas para calçar as ruas, revestir as casas e modelar de peças de artesanato e decoração. HidrografiaMaria da Fé possui três ribeirões: Cambuí, Sabará e Pintos Negreiros. O Ribeirão Cambuí abastece o município, sendo sua água captada pela COPASA. Possui várias nascentes nos bairros da Grota, Marmeleiro, Tijuco Preto, Campo Redondo, Alecrim, EPAMIG, Pomária e outros. O Ribeirão Cambuí atravessa a sede e também os bairros São João e Coitos. Durante o seu percurso possui algumas cachoeiras, sendo a mais notável a do Véu de Noiva, que entretanto está hoje poluída pelos esgotos da cidade.
ClimaO clima de Maria da Fé é classificado como Tropical de Altitude tipo Cwb ou literalmente um Clima Oceânico tipo Cwb pela classificação climática de Köppen. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período entre maio de 1976 e junho de 1984, 1986 e 1990 e a partir de 1992, a menor temperatura registrada em Maria da Fé foi de −8,4 °C em 21 de julho de 1981,[8] sendo este o recorde oficial de menor temperatura do estado de Minas Gerais,[9] e a maior atingiu 34,4 °C em 19 de janeiro de 2015.[8] O maior acumulado de precipitação em 24 horas atingiu 173 milímetros (mm) em 3 de janeiro de 2000. Outros grandes acumulados iguais ou superiores a 100 mm foram 125 mm em 14 de outubro de 1995, 103,4 mm em 26 de novembro de 2006 e 100,2 mm em 25 de fevereiro de 1995.[10] Desde dezembro de 2006, o menor índice de umidade relativa do ar (URA) foi de 10% nas tardes dos dias 6 de setembro de 2011 e 18 de julho de 2016 e a maior rajada de vento alcançou 22,4 m/s (80,6 km/h) em 21 de setembro de 2010.[11][12]
Referências
Ligações externas |