Maria José Ribeiro
Maria José Ribeiro (Lisboa,1936) co-fundadora do Movimento Democrático das Mulheres, liderou, em 1962, a única acção de protesto que ocorreu no Dia da Mulher durante a ditadura portuguesa. BiografiaMaria José da Silva Ribeiro nasce no início do ano em que o pai é preso e levado para o Tarrafal, por participar na Revolta dos Marinheiros de 1936. Só o conhecerá 16 anos mais tarde.[1][2] Muda-se com a família para o Porto e com apenas 23 anos, integra a comissão de jovens que apoiam a candidatura do General Humberto Delgado a Presidente da República Portuguesa, sendo pela primeira vez presa pela PIDE e sujeita a tortura psicológica, é libertada 9 meses depois. [1][3][4][5][6] Em 1962, liderou a única acção de protesto que ocorreu no Dia da Mulher durante a ditadura portuguesa e que exigia o fim da guerra colonial e a libertação dos presos politicos.[7][5] Esta ocorre no Porto, no dia 8 de Março e tem como ponto de partida a Praça da Liberdade. É travada pela polícia de choque na Rua 31 de Janeiro que prende várias pessoas, entre elas, Maria José e o pai. É levada para a sede local da PIDE e é agredida pelos policias.[8][9][10][6] Voltará a ser presa dois anos mais tarde, como uma medida de precaução, no dia anterior à celebração da revolta republicana, que em 31 de Janeiro de 1891, tentou derrubar a monarquia. Fica presa 15 dias.[5][6][7][11] Ajuda a fundar, em 1968, o Movimento Democrático de Mulheres (MDM), que tinha como objectivo lutar pela dignidade das mulheres, a paz e a liberdade. No ano seguinte participa no Congresso Mundial de Mulheres em Helsínquia, acompanhada por outras activistas portuguesas, entre elas: Cecília Areosa Feio, Lígia Veloso, Maria Luísa Costa Dias como representante do MDM na FDIM, Maria da Piedade Morgadinho, pela Rádio Portugal Livre, e Sofia Ferreira, pelo PCP.[7][12] Em 1973, participou do III Congresso da Oposição Democrática, que ocorreu em Aveiro, nos dias 4 e 5 de abril.[12] Após o 25 de Abril, torna-se na primeira mulher a ocupar o cargo de presidente no Sindicato Nacional de Profissionais de Seguros.[1][7] Também após o 25 de Abril foi eleita pelo PCP como vereadora na Câmara Municipal de Matosinhos e deputada da Assembleia da República, na terceira legislatura.[7][13] No Congresso do MDM de 1980, Maria José apresentou a comunicação Maternidade, Planeamento Familiar e Aborto.[12] Em outubro de 1981, fez parte da delegação do MDM à Conferência Mundial de Mulheres em Praga, organizada pela Federação Democrática Internacional das Mulheres (FDIM), juntamente com Luísa Amorim, Helena Neves, Isaura Vieira, Rosália Ferreira, Ana Vale e Maria José Estanco do MDM e Fátima Grácio do GRAAL.[12] Prémios e reconhecimentoEm 2005, foi uma das mulheres homenageadas pela Câmara Municipal de Matosinhos, no Dia das Mulheres. [14] Foi distinguida pela Câmara Municipal do Porto com a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro. [1] Referências
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