Marcos II de Constantinopla
Marcos II de Constantinopla, dito Xylokaravis (em grego: Μάρκος Β΄ Ξυλοκαράβης; em búlgaro: Марк Ксилокарав; em macedônio/macedónio: Марко Ксилокараф; m. depois de 1467) foi patriarca ecumênico de Constantinopla entre 1465 e 1466[1]. Em 1467, ele se tornou arcebispos do Ocrida, um posto que manteve até a sua morte. HistóriaSobre os primeiros anos da vida de Marcos, a principal fonte é um documento do Senado de Veneza datado em 26 de junho de 1466 com ordens para o governo veneziano no Reino de Cândia (Creta) que impedissem marcos e seu pai caso eles tentassem se refugiar na ilha. A partir deste documento, estudiosos como Laurent,[2] deduziram que, em junho de 1466, Marcos era na verdade patriarca, que ele e seu família haviam estado antes em Creta e que eles eram contra a união das igrejas ocidental e oriental determinada no Concílio de Florença, apoiada pela República de Veneza. Marcos se tornou bispo metropolitano de Adrianópolis em 1464[3] e, no outono de 1465 (ou começo de 1466), foi eleito patriarca com o apoio dos arcontes laicos, como o grande cartofílax Jorge Galesiotes e o megas ekklesiarches (o grande sacristão) Manuel Cristônimo, futuro patriarca Máximo III, além do secretário do sultão otomano, Demétrio Kyritzes[2]. Por outro lado, sabe-se que alguns bispos se recusaram a comemorar sua ascensão durante a Divina Liturgia, um sinal de que eles não o reconheceram como patriarca, provavelmente acusando-o de simonia. Contudo, o principal conflito de Marcos foi com a facção formada pelos nobres do antigo Império de Trebizonda que foram forçados a se mudar para Istambul (Constantinopla) depois da queda do império em 1461. Esta facção apoiava seu próprio candidato para o trono patriarcal, o futuro patriarca Simeão de Trebizonda[4]. Simeão conseguiu obter o trono patriarcal ofertando 2 000 peças de ouro ao governo otomano, dando início à prática simoníaca que marcaria a história do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla pelos séculos seguintes[4]. Segundo Laurent[2], porém, que data o patriarcado de Marcos antes do de Simeão, teria sido Marcos quem fez a oferta. Seja como for, Marcos foi deposto de forma humilhante do trono[5] e condenado a ser apedrejado no outono de 1466 ou início de 1467. Porém, ele rapidamente se reabilitou e foi nomeado pelo sultão Maomé II como arcebispo de Ocrida[3], uma arquidiocese que na época era semi-autônoma e o principal centro religioso cristão da Bulgária Otomana. A data de sua morte é desconhecida. CronologiaA cronologia do patriarcado de Marcos II é disputada entre os acadêmicos. Estudos como o de Kiminas (2009)[6], Grumel (1958)[7], o bispo Germano de Sardeis (1933-1938)[8] e Runciman (1985)[4] e também o sítio oficial do Patriarcado Ecumênico[5] seguem as crônicas de Doroteu de Monenvásia e datam o patriarcado de Marcos II antes do de Simeão I, mesmo que com pequenas diferenças entre as datas sugeridas, geralmente variando entre 1465 e 1467. Laurent (1968)[2], seguindo por Podskalsky (1988)[9], acredita que os conflitos com Simeão aconteceram quando Marcos ainda era bispo metropolitano de Adrianópolis e localizam o patriarcado de Simeão antes do de Marcos. Para uma comparação entre as principais sugestões, veja a lista dos patriarcas[1]. Apenas Laurent sugere um breve segundo mandato de Marcos depois do primeiro de Dionísio I no final de 1471. Ver também
Referências
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