Mara Abrantes
Mara Dyrce Abrantes da Silva Santos, mais conhecida por Mara Abrantes (Rio de Janeiro, 31 de maio de 1934 — Lisboa, 28 de abril de 2021), foi uma cantora e atriz brasileira radicada em Portugal desde 1958.[1] BiografiaMara Abrantes nasceu no Rio de Janeiro, a 31 de maio de 1934. Cresceu no seio de uma família de instrumentistas ligados a diferentes bandas das forças armadas brasileiras, incluindo o seu pai. No ensino primário frequentou as aulas de Educação Musical obrigatórias e integrou, como solista, o Coro do Ministério da Educação. Durante o internato do curso para professora primária recebeu formação artística no Teatro de Preparação de Estudantes.[2][3][4] Aos 16 anos ganhou um concurso televisivo da TV Tupi de procura de novos talentos, intitulado "A Hora dos Caloiros" e concebido por Ary Barroso, tendo nesta altura adoptado o nome artístico de Mara Abrantes. Esta vitória permitiu-lhe obter pequenos papéis televisivos.[2][3][4][5] Começou por atuar como cantora no restaurante "A Cantina do César", propriedade do radialista César de Alencar. Outro espaço noturno onde atuou foi o "Estúdio do Teo", onde conheceu Antônio Carlos Jobim em início de carreira e de quem interpretou diversos temas. Foi levada para a Rádio Nacional do Rio de Janeiro pelo maestro Napoleão Tavares.[2][3][4] Atuou em diversas rádios e teatros cariocas, especialmente na década de 1950. A Revista do Rádio considerou-a "A escurinha nota dez", em virtude de seus predicados físicos, nos quais ressaltava a cor negra, uma pequena altura e formas esculturais.[2][3][4] Além de ser convidada regularmente como atracção para Teatro de Revista, entre 1952 e 1956 participou como atriz em 5 filmes, incluindo A Dupla do Barulho (1953) de Carlos Manga.[2][3][4][5] Em 1954, gravou um disco de 78 rpm com os temas "Sal e pimenta" (letra de Francisco Anísio e música de Hianto de Almeida) e "Um tiquinho mais" (composta por Newton Ramalho e Nazareno de Brito), lançado pela editora Mocambo, tendo esta última canção sido censurada. A proibição da canção pelo governo brasileiro recebeu a atenção dos média e dos críticos, tendo projetado a carreira da cantora além do circuito da vida noturna carioca.[2][3][4] Em 1958 vem a Portugal, por um período de 3 meses, acabando por ficar. Grava vários discos para a editora discográfica Valentim de Carvalho.[3] Colabora também com o Thilo's Combo. Em 1967 grava uma versão de "Natal Feliz" na editora Alvorada. Lança o EP "Sentimental Demais" gravado com o Conjunto Shegundo Galarza.[2][3][4] Na editora Marfer grava um EP com os temas "Quem É Homem Não Chora", "Máscara Negra", "Disparada" e "Maria do Maranhão". Grava com a Orquestra Marfer, dirigida por Ferrer Trindade, alguns dos temas do Festival RTP da Canção de 1968. Participa no disco "O Nazareno" de Frei Hermano da Câmara onde desempenhava o papel da “Samaritana”.[2][3][4] Em 1979 obtém grande sucesso com o single "Os Amantes" que atinge o "Disco de prata". De seguida foi editado o disco "Horóscopo" conhecido pelo refrão "Diga em que dia, em que mês, você nasceu". Em 1980 canta "Amor, Amor à Portuguesa" da banda sonora da novela "Moita Carrasco" do programa "Eu Show Nico" de Nicolau Breyner.[2][3][4] Em 1981 lança uma versão de "Guerra dos Meninos" de Roberto Carlos com a participação da sua filha Magda Teresa e do Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras. Grava também uma versão de "Tudo Pára" em 1983. A compilação O Melhor dos Melhores, lançada pela Movieplay, inclui os seguintes temas: "Os Amantes", "Um jeito Estúpido de Te Amar", "Horóscopo", "Quem É Homem não Chora", "Serenata Negra", "Samba Magoado", "Mas É Fado", "Moço", "Máscara Negra", "Guerra dos Meninos", "Meu Filho", "Um Resto de Azul", "Na Boca do Povo", "Fecho a Janela", "Café da Manhã", "Que Pena", "Vem Flor" e "Amor, Amor à Portuguesa".[2][3][4] Mara Abrantes faleceu em Lisboa, no Hospital de Santo António dos Capuchos, a 28 de abril de 2021, aos 86 anos de idade.[1][2] DiscografiaEntre a sua discografia encontram-se: [6] ÁlbunsCompilações
Singles e EPs
Outros
Referências
Ligações externas
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