A região onde atualmente se localiza Mairinque, foi inicialmente chamada de Entroncamento, pois nos estudos dos engenheiros da Estrada de Ferro Sorocabana, projetava se ali a construção de uma estação e um grande entroncamento ferroviário da linha que viria de Itu com a linha tronco da Sorocabana, além de onde partiria a futura linha Mairinque-Santos. Na época, a área pertencia ao município de São Roque.
A companhia iniciou as obras de construção das linhas, reservou áreas para as futuras oficinas e loteou parte dos terrenos nas imediações da estação para a criação de uma vila. Em 27 de outubro de 1890 a vila foi fundada as margens da Estrada de Ferro Sorocabana.
Em 1897, juntamente com a inauguração da linha para Itu, a estação recebeu o nome de Mayrink, em homenagem ao sr. Francisco de Paula Mayrink, presidente da Sorocabana a partir de 1882. A vila assumiu o nome da estação e passou a se chamar Vila Mayrink, que viria a se tornar o município de "Mairinque".
A vila cresceu e em 1902, as oficinas da ferrovia que eram em Sorocaba, foram transferidas para Mairinque, o que fez sua importância aumentar muito mais para a região.
Famosa pelo seu estilo, a estação ferroviária foi idealizada pelo arquiteto francês Victor Dubugras, sendo a primeira arquitetura de concreto armado do Brasil, inaugurado em 1906 depois de dois anos de construção. Atualmente, nela funciona o museu da Estrada de Ferro Sorocabana.
Em 24 de setembro de 1908, pela Lei Estadual nº 1131, foi criado o Distrito de Paz de Mairinque, no Município e Comarca de São Roque.
Em 1930, a oficina da Estrada de Ferro Sorocabana foi transferida para Sorocaba. Com essa mudança, a Vila iniciou uma queda no desenvolvimento, chegando quase a desaparecer.
Em 1929, começaram as obras da linha Mairinque-Santos da Estrada de Ferro Sorocabana, projetada desde 1889 para quebrar o monopólio da SPR, em ligar o interior paulista ao Porto de Santos. Com duas frentes de trabalho, uma vindo de Santos e outra de Mairinque, o ramal foi concluído em 1937.
Em 1940, a Estrada de Ferro Sorocabana passou a instalar e ampliar suas repartições em Mairinque, tais como: depósito de locomotivas com oficina de manutenção, almoxarifado, Sede do Serviço Florestal, Sede dos serviços de eletrificação, armazém de abastecimento e principalmente Sede dos ferroviários.
A conclusão da linha Mairinque-Santos e as instalações da Sorocabana forjaram definitivamente a vocação de Mairinque até os dias atuais, tornando um dos principais entroncamentos ferroviários do Brasil.
Na década de 1950, a implantação da Companhia Brasileira de Alumínio cooperou muito para o reerguimento do então Distrito de Mairinque, através da implantação da indústria de alumínio na região da Vila do Rodovalho, que se desenvolveu e passou a ser o Distrito de Alumínio.
Em 1953, foi tentada pela primeira vez a emancipação política do Distrito, fracassando porque ainda não havia condições para a instalação. Em 1958, foi criado o Município de Mairinque (através da Lei nº 5285, de 18 de fevereiro de 1959), abrangendo o distrito sede e o Distrito de Alumínio. O primeiro prefeito do município foi o sr. Arganauto Ortolani.
Em 30 de dezembro de 1991, o distrito de Alumínio foi elevado à categoria de município, desmembrado de Mairinque pela lei estadual nº 7644.
Geografia
O município de Mairinque está situado no interior do estado de São Paulo, a 70 quilômetros da capital, sendo a ela ligada pela Rodovia Raposo Tavares e também servida pela Rodovia Castelo Branco.
A sede do município localiza-se nas coordenadas 23º32'45"S 47º11'00"O, aos 900 metros de altitude. No caminho para Ibiúna, via bairro da Sebandilha , a estrada chega aos 940 metros de altitude. Todavia, uma das maiores altitudes do município é encontrada no topo da serra que dá acesso ao bairro Moreiras, estrada Gov. Mário Covas, junto à plantação de eucaliptos da CBA. No topo da referida serra, junto às antenas de telefonia celular, encontramos a altitude de 993 metros, numa área onde os topos dos morros ficam todos acima de 950 metros. Em dias mais úmidos e frios, é fácil encontrar esta área alta tomada por nevoeiro.
Quase toda a área do município insere-se na zona geográfica temperada, isto é, abaixo do Trópico de Capricórnio. A exceção é a porção norte do município, próxima da Rodovia Castelo Branco, que é atravessada pelo referido trópico. Ficam localizados acima do Trópico de Capricórnio os bairros: Varejão, Olhos d'água, Dona Catarina, Mato Dentro e Porta do Sol. Os demais bairros situam-se em área geográfica temperada.
Mairinque possui uma extensão territorial de 209,757 km².
Clima
Segundo a classificação climática de Köppen, categorizada em sete tipos climáticos, que correspondente ao clima úmido, sendo eles: Cwa, Aw, Cfb, Am, Cfa, Af e Cwb.
O município de Mairinque é classificado pela sigla Cfa - clima subtropical úmido, com a presença de chuvas durante o verão e uma seca durante o inverno. A temperatura média no mês quente é superior que 22 °C , e a média de temperatura durante o é frio é inferior a 20 °C.[5]
Temperatura
No município, durante 4 meses do ano as temperaturas são mornas, atingindo a temperatura média dos 26 °C, já entre os meses de novembro a março, as temperaturas são mais quentes, chegando a temperatura média de 28 °C. Entretanto, durante os meses de maio, junho, julho e agosto, as temperaturas ficam abaixo da média, ficando entorno dos 22 °C. Nesse mesmo período, onde há a presença do frio, a temperatura média atinge os 12 °C. Mais informações sobre a variação da temperatura do município pode ser consultada no site.[5]
Precipitação
Durante os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março são registrados os maiores índices de precipitação para a região, registrando a média para os 4 meses entorno de 170,42 mm. O mês mais elevado de precipitação é registrado em janeiro, com 202, 0 mm e em fevereiro com 180,67 mm. Nos meses onde a temperatura são baixas, os índices registram em média 48, 17 mm.[5]
Geologia e Geomorfologia
O município está localizado em uma região com formações geológicas de rochas de calcária, compondo o conjunto São Roque. São rochas constituídas por calcita (carbonato de cálcio) e (carbonato de cálcio e magnésio).
Além disso, de modo geral, é possível observar ligeiras topografias com altura média de 850 metros, onde predominam colinas e morros altos.[5]
Pedologia
Predomina-se no município o solo do tipo Argissolo, caracterizado pela formação de argila de fácil revolvimento na camada inferior.[5]
Este solo está associado a alta taxa pluviométrica dos climas úmidos e superunidos, além de muito alta suscetibilidade de processos erosivos. São arenosos, com a textura média ou argilosos no horizonte mais superficial. Apresentam uma cor mais forte (amarelada, brunada ou avermelhada), maior coesão e maior plasticidade e pegajosidade em profundidade, devido ao maior teor de argila. Tem uma fertilidade variável, dependente principalmente de seu material de origem. Em relação a sua retenção de água, possui um maior nos horizontes abaixo da superfície (subsuperficiais), que podem se constituir em um reservatório de água para as plantas e vegetação.[5]
Flora
Vegetação
A região do município predomina a vegetação da Mata Atlântica, além de formações de Cerrado (ecótono). A maior porção de Mata Atlântica está localizada na Bacia Hidrográfica do Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT) na APA da Represa Itupararanga. Na região central da cidade encontra-se um remanescente florestal de Mata Atlântica composto por espécies exóticas e nativas, e com áreas em regeneração, local esse que recebeu o nome de Parque Municipal Horto Florestal “Antônio Anselmo” (PMHFAA).[5]
Para mais informações sobre a Mata Atlântica, clique aqui.
A cobertura vegetal (vegetação - florestas) é de suma importância para a conservação e a manutenção da qualidade das águas de rios e córregos. É essencial para manter a biodiversidade local, conservar o solo e evitando que materiais e sedimentos percolem até os cursos d’água, facilitando assim a infiltração de água no solo e a recarga dos aquíferos e represas.[5]
Cerrado Mayrink
O município de Mairinque é contemplado com formações de cerrado campestres e cerrado stricto sensu em transição com áreas de Floresta Estacional Semidecidual, e apresenta o predomínio da vegetação de gramíneas-herbáceas, além de espécies lenhosas e xeromórficos, com a presença de troncos tortuosos, folhas coriáceas, características comuns entre as espécies de plantas típicas da fisionomia de cerrado.[5]
Para mais informações sobre o Cerrado, clique aqui.
Espécies típicas do cerrado
Fauna
As espécies de aves encontradas/registradas para o município encontra-se disponibilizada por meio da plataforma do Wikiaves
Para a cidade, há um registro de 191 espécies de aves catalogas/registras que pode ser acessada aqui.
A hidrografia do município está localiza-se na Sub-Bacia Médio Sorocaba, sendo gerenciada pela Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos 10 (UHGRHI 10), e administrada pelo órgão regulador - Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba (CBH-SMT).[5]
O município possui 7 microbacias em diversas regiões da cidade, sendo eles: Ribeirão do Mato Dentro, Saboó, Córrego dos Moreiras, Córrego dos Pintos, Monjolinho, Ribeirão do Varjão e Ribeirão do Setúbal, sendo a última bacia localizada mais próximo do reservatório da Represa de Itupararanga.[5]
O principal meio de captação de água para abastecimento público do município é realizado no Manancial Fiscal, localizado na região da Represa de Itupararanga, formado pela barragem do Rio Sorocaba no Município de Votorantim. Além deste manancial, realiza-se também a captação superficial no Manancial Carvalhal. O Manancial Fiscal e o Carvalhal pertencem à Bacia do Rio Sorocaba e são classificados como Classe 2. Isso quer dizer que ambos estão aptos e destinados ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional. De acordo com os dados disponibilizados por Pedrazzi et al, o reservatório apresenta índices de qualidade das suas águas variando de ótima a boa. Além disso, o sistema de abastecimento de água ainda conta a captação de água subterrânea de com 21 poços. Esses poços que abastecem o município apresentam porções de afloramento dos Aquíferos Cristalinos, Tubarão e Guarani.[5]
Transporte
O município conta com serviços de transporte das seguintes empresas de ônibus:
• VB Transportes e Turismo (Transporte Intermunicipal Metropolitano, pela EMTU): partindo do Bairro São José (Região do Bairro Dona Catarina) para Itu.
A cidade foi atendida pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB) até 1973[7], quando passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que construiu a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica[8], sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo[9] para suas operações de telefonia fixa.
Economia
Desde a instalação do parque industrial, a cidade e todo o município experimentaram um progresso, e se irradiou velozmente por todos os setores de suas atividades pública, privada e social.
Com a expansão de seu parque industrial, mudou-se a fisionomia da cidade e muito de sua antiga rotina, ocasionando um rápido crescimento urbano, a vinda de novos estabelecimentos bancários e o desenvolvimento do comércio. Principais indústrias do município: MDL Brasil, Cargill, Otma Cosméticos, Ledo Arvoredo, Cuno Latina 3M, Agrostahl, Fiorella, Soldatopo, Tortuga, Lancer, Eternox, Fersol, Imagraf, Ferplast, Neumatic, Etrúria e a firma de prestação de serviços CEFRI - Centrais de Estocagem Frigorificada, dentre outras empresas menores, porém em expansão.
Toninho Gemente, do PSD, foi eleito prefeito de Mairinque (SP) para os próximos quatro anos. Ao fim da apuração, Toninho Gemente teve 38,36% dos votos. Foram 9.601 votos no total.
O candidato derrotou os principais concorrentes:
2º kelly Veneri (PTB) teve 23,87% dos votos. Foram 5.974 votos.
3º Eduardo Thomaz (PSL) teve 20,71% dos votos. Foram 5.183 votos[11].
A eleição em Mairinque teve 25,67% de abstenção, 5,5% votos brancos e 8,63% votos nulos.
Toninho Gemente tem 75 anos, é casado, tem superior completo e declara ao TSE a ocupação de advogado.
O vice é Rodrigo da Imobiliária, do Podemos.
Os dois fazem parte da coligação Experiência e Respeito Por Mairinque, formada pelos partidos PDT, DEM, PODE, DC, PSDB e PSD.
Confira todos os vereadores eleitos: Carmo Tulio Martins Camargo (PSD) - 787 votos - 3,05% Jose Edicarlos Santana de Lima (DEM) - 740 votos - 2,87% Fabio Melo dos Santos (PDT) - 697 votos - 2,70% André Pereira da Rocha (PTB) - 524 votos - 2,03% Jackson Alair dos Santos Silva (PTB) - 486 votos - 1,89% Eliane Adão Gomes (PTB) - 466 votos - 1,81% Paulo Antonio Garcia (PSDB) - 442 votos - 1,71% Roselene Moreira Silva (MDB) - 402 votos - 1,56% Abner Segura Fernandes (PSD) - 394 votos - 1,53% Bruno Fernando Santana Gonçalves (DEM) - 301 votos - 1,17% Roberto Wagner Simao Ierck (PODE) - 294 votos - 1,14% Emily Caroline Idalgo Oliveira (PT) - 257 votos - 1% Rodrigo Fernando Cobello (PSL) .
Referências
↑IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010
↑«Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010