Madalena dos Santos Reinbolt
Maria Madalena Santos Reinbolt (às vezes Madalena dos Santos Reinbolt) (14 de setembro de 1919 – 1977) foi uma artista brasileira autodidata. Trabalhando com pintura e tapeçarias que chamava de "pinturas com tinta" e "pinturas com lã", retratava cenas rurais reminicentes de sua infância no interior da Bahia. Madalena é considerada uma artista naïf[1] ou primitiva[2][3]. BiografiaReinbolt nasceu 14 de setembro de 1919 em em Vitória da Conquista, BA, Brasil. Seus pais eram fazendeiros e plantavam, entre outras coisas, algodão, milho, arroz, e feijão, além de cuidar de gado, porcos, galinhas e cavalos. Sua mãe, Ana Maria de Souza Pereira, também era artesã e cozinheira, fiava algodão, criava pratos e panelas de barro, fazia rendas e preparava manteiga.[4] Madalena nunca foi formalmente educada, e nunca aprendeu a ler ou escrever fora assinar seu próprio nome. Com vinte e poucos anos, Madalena mudou-se para Salvador para trabalhar como empregada doméstica. Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou dois anos trabalhando como doméstica antes de se mudar para São Paulo, em 1947. Se mudou de volta para o Rio de Janeiro pouco depois, mudando-se para Petrópolis, em 1949, onde ela iria trabalhar como cozinheira de Lota de Macedo Soares e Elizabeth Bishop[5][6][7][8][9][10] Em 1952, casou-se com Luiz Augusto Reinbolt, caseiro de Samambaia, a residência de Lota de Macedo Soares [9]. No mesmo ano, Reinbolt foi demitida de Samambaia por se dedicar demais aos seus trabalhos artísticos. De acordo com Bishop, ela e Soares se viram tendo que escolher entre “a arte e a paz”, concluindo que “a tranquilidade valia mais do que desfrutar uma obra-prima todo dia” [9][11]. Continuou a morar em Petrópolis e vendeu algumas de suas obras para amigos de Lota de Macedo Soares[5][12]. Não conseguiu se sustentar como artista e viveu até o fim da vida como empregada doméstica. Madalena Santos Reinbolt faleceu em Petrópolis em 1977.[13] TrabalhoReinbolt começou a se expressar de forma criativa ainda criança, pintando jornais velhos e criando colagens com folhas e penas. Logo depois, passou a desenhar, pintar e bordar à mão livre. Como uma empregada doméstica em Salvador, Reinbold bordava panos de prato com motivos desenhados por sua patroa. Sua empregadora em São Paulo lhe chama de artista e a incentiva a buscar uma carreira artística. As primeiras pinturas conhecidas de Madalena dos Santos Reinbolt são do início da década de 1950. De acordo com Elizabeth Bishop, Reinbolt começou a pintar em pedras, latas de lixo e outros materiais por Samambaia enquanto o Bishop e Soares estavam viajando, sendo incentivada a continuar pintando por Soares, que lhe deu tintas à oleo, pinceis e papeis. Em uma carta, Bishop diz que os vasos pintados por Reinbold eram mais bonitos que os vasos de Portinari que pertenciam a Lota[9][12]. De acordo com Reinbolt, Soares lhe deu materiais de arte depois de encontrar um álbum de desenhos feitos depois de se mudar do Rio de Janeiro retratando a paisagem e pontos turísticos cariocas como o Pão de açúcar e o Cristo Redentor[5][6]. A pintora trabalhou exclusivamente com óleo sobre papel de 1950 até 1963, passando a pintar sobre tela depois disso. Suas pinturas eram feitas de uma forma expressionista, com estilo gestual, marcado por pinceladas rápidas e longas. Por volta de 1969, Madalena Santos Reinbolt parou de pintar e começou a fazer tapeçarias. Trabalhava com 154 agulhas com tramas multicoloridas sobre estopa ou talagarça, criando uma dinamicidade, com volumes e texturas reminiscente de seu trabalho com pintura[13]. Suas tapeçarias representavam cenas agropastoris semelhantes ao que vivenciou na infância no interior da Bahia[14]. Seu trabalho foi exposto na Bienal de Veneza em 1978, um ano após sua morte. Suas pinturas e tapeçarias fazem parte de notáveis coleções públicas e privadas, como o Museu Afro Brasil e o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP, ambos em São Paulo, Brasil. Referências
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