Nota: Para outros significados, veja
Macedônia.
Macedónia (português europeu) ou Macedônia (português brasileiro) foram diversas províncias romanas na região da Macedónia, que se estendia desde o mar Adriático, no Oeste, até o mar Egeu, no Leste, e ficava ao Norte da Acaia. Embora tenha muitas planícies férteis, é principalmente uma região montanhosa. Antigamente, a Macedónia servia de elo vital entre o Leste e o Oeste. A via Egnácia, construída pelos romanos, ia desde Dirráquio (moderna Durrës, na Albânia), na costa oeste da península Balcânica, até Neápolis (atual Cavala, Grécia), na costa leste, e mais além.
História
Velho Epiro
Velho Epiro (em latim: Epirus Vetus) foi uma província do Império Romano que corresponde à região de Epiro. Sua capital[1] era Nicópolis, uma cidade fundada por Otaviano para comemorar sua vitória sobre Marco Antônio e Cleópatra em Áccio.
Ela foi extinta quando a província da Macedônia foi criada em 146 a.C..
Província da Macedónia
A Macedónia continuou a ser governada pela dinastia antigônida, até ser anexada ao Império Romano. Em 146 a.C., tornou-se província romana e incorporou o território da antiga província do Velho Epiro. Em 15 d.C., o imperador Tibério (r. 14–37) a extinguiu e anexou seu território ao da Acaia ao sul, e ao da Mésia ao norte, formando uma província imperial sob o legado da Mésia. Todavia, em 44 d.C., Cláudio (r. 41–54) devolveu a Macedônia ao Senado sob a jurisdição de um governador romano.
Cristianismo primitivo
A Macedónia foi a primeira região da Europa a ser visitada pelo apóstolo Paulo de Tarso na sua segunda viagem missionária. Enquanto Paulo estava em Trôade, no noroeste da Ásia Menor, teria tido uma visão que o mandava à Macedónia (Atos 16:8–9). Paulo, junto com Lucas, Timóteo e Silas, partiu para a Macedónia.
Depois de chegar a Neápolis, o porto da cidade de Filipos, a nordeste da Macedónia, Paulo dirigiu-se para a cidade (Atos 16:11-40). Parece que Lucas permaneceu em Filipos quando Paulo, Silas e Timóteo percorreram as cidades macedônias de Anfípolis (uns 50 quilômetros ao oeste-sudoeste de Filipos) e Apolónia (uns 50 quilômetros ao sudoeste de Anfípolis). A seguir, Paulo visitou respectivamente as cidades macedónias de Tessalônica (uns 60 quilômetros ao oeste-noroeste de Apolônia) e Bereia (uns 80 quilômetros ao oeste-sudoeste de Tessalônica). (Atos 17:1–12). O bom relatório que Timóteo trouxe, ao retornar, induziu Paulo a escrever a sua primeira carta aos tessalonicenses (I Tessalonicenses 3:6; Atos 18:5). A sua segunda carta aos tessalonicenses seguiu-se pouco depois.
No decurso da sua terceira viagem missionária, Paulo fez planos para regressar à Macedónia (I Coríntios 16:5–8; II Coríntios 1:15–16). Embora a comunidade cristã macedónia fosse pobre, era muito generosa. Os filipenses destacavam-se em especial no seu apoio dado ao ministério apostólico de Paulo (II Coríntios 11:8–9; Filipenses 4:15–17). Mesmo durante o primeiro encarceramento de Paulo em Roma, os cristãos de Filipos enviaram Epafrodito para ministrar pessoalmente o apóstolo de Paulo. Os tessalonicenses mostraram grande fé e perseverança, e, portanto, tornaram-se um exemplo para "todos os crentes na Macedónia e na Acaia" (I Tessalonicenses 1:1–8; I Tessalonicenses 4:9–10). Parece que depois de ser solto da prisão em Roma, Paulo visitou novamente a Macedónia e teria escrito dali a epístola conhecida como a I Timóteo. É possível também que a epístola a Tito talvez tenha sido escrita ali.
Após as reformas de Diocleciano (r. 284–305) no final do século III, Velho Epiro foi dividida e, em algum momento do século IV, a província da Macedônia também foi dividida em Macedônia Prima ao sul e Macedônia Salutar ao norte. As quatro províncias resultantes passaram para a jurisdição da recém-criada Diocese da Macedônia,[2][3] uma das três dioceses da Prefeitura pretoriana da Ilíria, criada em 318. Quando a esta foi dividida entre o Império Romano do Ocidente e o do Oriente em 319, as províncias macedônias foram incluídas na Ilíria ocidental. Quando a divisão do império se tornou permanente, em 395, a Macedônia toda passou para o controle oriental, como parte do território do futuro Império Bizantino.
As seguintes províncias foram criadas durante a reforma:
Últimos anos
Os ostrogodos, liderados por Teodorico, foram detidos em Nova Epiro por Sabiniano Magno[9] Eles entraram na região em 479 e permaneceram até 482 d.C..[10] Toda a região foi perdida durante a invasão eslava dos Bálcãs no século VII.
Sés episcopais
As sés episcopais da província que aparecem no Anuário Pontifício como sés titulares são:[11]
- Novo Epiro
- Velho Epiro
- Macedônia Prima
- Macedônia Salutar
Referências
- ↑ Grant, Michael (1990). The visible past: Greek and Roman history from archaeology 1960-1990 (em inglês). [S.l.: s.n.] 98 páginas. ISBN 0-684-19124-5
- ↑ Handbook of Ancient Geography and History by Ptz Wilhelm, ISBN 1-113-19974-1,
- ↑ Atlas of Classical History by R. Talbert, 1989, page 175:
- ↑ The Loeb Editor's Notes, 28 Nova Epirus or Illyris Graeca
- ↑ A new classical dictionary of Greek and Roman biography, mythology, and geography: partly based upon the Dictionary of Greek and Roman biography and mythology by Sir William Smith,1851,page 392
- ↑ "Durazzo" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
- ↑ Hendry, p. 299
- ↑ Migrations and invasions in Greece and adjacent areas by Nicholas Geoffrey Lemprière Hammond, 1976, ISBN 0-8155-5047-2, page 54
- ↑ A history of the Ostrogoths by Thomas S. Burns,1991,ISBN 0-253-20600-6,page 63
- ↑ Epirus Vetus: The Archaeology of a Late Antique Province (Duckworth Archaeology) by William Bowden, 2003, ISBN 0-7156-3116-0, 2003, page 196
- ↑ Annuario Pontificio 2013 (Libreria Editrice Vaticana 2013 ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013
Províncias romanas tardias (séculos IV-VII) |
---|
História |
---|
Conforme listado no Notitia Dignitatum. A administração provincial foi reformada e as dioceses foram fundadas por Diocleciano (r. 284–305) por volta de 293. As prefeituras pretorianas foram criadas depois da morte de Constantino (r. 306–337). O império foi definitivamente dividido depois de 395. Os exarcados de Ravena e da África foram criados depois de 584. Extensivas perdas territoriais no século VII e as províncias restantes foram reorganizadas no sistema temático por volta de 640-660, embora na Ásia Menor e em partes da Grécia, elas sobreviveram subordinadas aos temas até o início do século IX. |
|
|
|
|
|