Andreiev nasceu em Oriol, vindo de uma família de classe média. Sua mãe pertencia a uma antiga família Polonesa, anteriormente pertencente à aristocracia, porém empobrecida.[2] Estudou Direito, entrando na Universidade de São Petersburgo aos 20 anos de idade.[1] Pouco tempo após uma tentativa de suicídio aos 23, Andreiev perdeu sua matrícula por não pagar mensalidades, ingressando alguns meses depois na Universidade de Moscou.[3][4]
Em outono de 1894, dois anos após Andreiev ingressar na Universidade de Moscou, sua mãe e irmãos se mudaram para Moscou. Esse período na vida de Andreiev foi marcado pela pobreza extrema, em que a família se via constantemente ameaçada pela fome e pelo frio. Essas experiências inspiraram suas primeiras composições literárias, como a história Sobre um Estudante Faminto, escrita entre 1891 e 1892, ainda em São Petersburgo, e as peças Rei Fome (1907) e Anatema (1909).[5][6]
Abandonando a carreira legal, Andreiev se tornou repórter, escrevendo para uma coluna policial. Durante esse período, escreveu algumas histórias curtas, publicando algumas em jornais e periódicos locais. Uma de suas histórias atraiu a atenção do escritor Maxim Gorky, que o encorajou a se dedicar à literatura. Os dois se tornaram amigos, e Andreiev eventualmente abandonou a carreira anterior, rápidamente se tornando uma celebridade literária. No início de sua carreira, foi descrito como o sucessor do Realismo de Gorky.[1]
Durante e após a Revolução Russa de 1905, Andreiev participou ativamente da vida politica, escrevendo ensaios em defesa de ideais democráticos e se tornando o editor do jornal Rosskaya volya [ru] em 1916.[1] Andreiev recebeu a Revolução Russa de 1917 positivamente,[7] mas viu a tomada do poder pelos Bolcheviques como um desastre para a Rússia.[1]
Andreiev se mudou para a Finlândia em 1917. No mesmo ano, o país declarou independência da Rússia; Andreiev logo publicou manifestos para distribuição internacional denunciando os Bolcheviques e apelando por uma intervenção militar multinacional na Rússia. Seu último livro, O Diário de Satanás, foi terminado poucos dias antes de sua morte.[8]
Andreiev morreu em 1919, na Finlândia. Em 1956, seu corpo foi exumado e sepultado no Cemitério de Volkovo, em Leningrado (atual São Petersburgo).[1]
Obra
A obra inicial de Andreiev é centrada ao redor de questões filosóficas individualistas e personagens psicologicamente complexos inseridos em situações de precariedade e desespero.[1] Inicialmente considerado um membro do realismo, sua obra cada vez mais incorporou elementos do Romantismo, bem como surreais e do fantástico: suas peças mais famosas foram dramas alegóricos.[1]
Numerosas análises literárias desde os anos contemporâneos de Andreiev interpretaram sua obra principalmente como um expoente do pessimismo.[1][5] Porém, alguns acadêmicos como James B. Woodward e Fred Newton Scott apontaram diferenças significativas entre a filosofia pessoal de Andreiev e o pessimismo clássico, citando o próprio autor em frases afirmando uma filosofia de vida aparentemente otimista.[9][5]
Bibliografia publicada em Português
Abismo, O
Advogado Kolosof, O / Perante o tribunal
Amor ao próximo, O
Anedotas, Minhas
Aquele que recebe bofetadas (teatro)
Bargamot e Garaska
Bela a vida para os ressuscitados, É
Belas sabinas, As (teatro)
Ben-Tovit / Dia da crucificação, No
Capitão Kablukov, O
Cidade, A
Conversa noturna
Conversão do diabo, A
Cristãos
Dia da ira
Diário de Satanás, O
Distância sombria, Na / Dois mundos
Duas cartas
Era... / Era uma vez
Espectros, Os / Fantasmas, Os
Estação, Na / Gendarme, O
Estrangeiro, Um
Flor pisada, A / Flor espezinhada, Uma
Gigante, O
Governador, O
Grande slam, O / Grand “cheleme”, O
História da serpente, A
Homem original, Um
Ideia, A / Loucura? / Médico louco, O / Memória do Dr. Kerjentzell, A / Pensamento; O (novela)
Judas Iscariotes
Juventude
Ladrão, O
Lázaro / História de Lázaro
Livro, O
"Marselhesa", A
Mentira - memórias de um louco, A
Mistério, O
Muro, O
Nada, O / Nada / Repouso, O / Paz, A
Névoa, Na / Nevoeiro, No
Pensamento, O (teatro)
Pietka no campo
Por trás da janela
Porão, No
Presentinho
Que a gralha viu, O
Ressurreição de todos os mortos, A
Retorno, O
Riso vermelho, O / Gargalhada vermelha, A
Riso, O / Máscara, A / Máscara do riso, A
Sete enforcados, Os / História dos Sete Enforcados
Silêncio
Sobremortal
Trem, No
Trevas, As
Uma história que nunca será concluída, De
Vadio
Valia
Vida de Vassíli Fiveiski, A
Referências
↑ abcdefghi«Leonid Andreiev». Encyclopædia Britannica Online (em inglês). Consultado em 30 de julho de 2022