Leila Alaoui
Leila Alaoui, (em árabe: ليلى علوي; em tifinague: ⵍⴰⵢⵍⴰ ⵄⴰⵍⴰⵡⵉ), (Paris, 10 de julho de 1982 - Uagadugu, 18 de janeiro de 2016) foi uma fotógrafa e cinegrafista franco-marroquina, e que morreu no Burkina Faso, vítima dos atentados de 15 de janeiro de 2016. HistóriaAlaoui nasceu em Paris, filha de um marroquino e de uma francesa, e cresceu Marraquexe, Marrocos.[1] Durante sua infância e adolescência, ela esteve regularmente em contato com as histórias trágicas de migrantes afogando-se no mar enquanto enfrentavam pesadas jornadas, entendidas por ela como histórias de injustiça social.[2] Quando Alaoui fez 18 anos, ela mudou-se para a cidade de Nova Iorque para estudar fotografia na City University of New York.[2] Alaoui sentiu que estudar nos Estados Unidos permitia-lhe tornar-se "ainda mais exposta às questões de pertencimento e de construção de identidade."[3] Após esse período, ela retornou à Europa antes de regressar ao Marrocos em 2008, com visitas regulares a Beirute e Paris. Alaoui acreditava que a fotografia e a arte poderiam ser usada como forma de ativismo social e deveriam ser usadas para "refletir e questionar a sociedade".[4] Como consequência, ela decidiu focar seu trabalho nas realidades sociais e nacionais da identidade cultural e da diversidade, da migração e da migração forçada.[5] Para isso, ela usava a criação de imagens, reportagens e instalações de estúdio. Uma de suas técnicas era criar um estúdio portátil em lugares públicos, tais como praças, e convidar os passantes para que fossem fotografados.[1] Alaoui declarou que sua inspiração para esse tipo de retrato fotográfico veio do trabalho de Robert Frank, feito com norte-americanos no pós-guerra, como em The Americans, de 1958.[6] Alaoui frequentemente enfatizava seus temas, minimizando o pano de fundo de algumas de suas fotografias.[7] Os críticos de arte descreviam sua obra como "pós-oriental", referindo-se à teoria de Orientalismo proposta por Edward Said.[8] Suas fotos foram publicadas no The New York Times e na revista Vogue.[1] Ela também realizou trabalhos para o reality show espanhol El Mago, fotografando inclusive o futebolista brasileiro Neymar.[9] Em 2013, ela foi encarregada pelo Conselho de Refugiados Dinamarquês para a criação de uma série de retratos de refugiados no Líbano.[10] O projeto foi denominado "Natreen" ("Nós Esperamos").[10] Em 2013, ela criou uma instalação de vídeo intitulada "Crossings" (Travessias), descrevendo as jornadas de marroquinos viajando rumo à Europa.[11] Em 2015, ela completou uma designação fotográfica intitulada "Everyday Heroes of Syria", no Líbano, na Jordânia e no Iraque, com foco nos sírios vivendo em campos de refugiados.[5] O projeto foi realizado para o Conselho de Refugiados Dinamarquês, a Comissão Europeia de Ajuda Humanitária (ECHO) e a ActionAid.[12] MorteAlaoui foi contratada pela Anistia Internacional para realizar uma cobertura fotográfica referente aos direitos das mulheres em Burkina Faso.[13] Em 16 de janeiro de 2016, durante sua primeira semana de trabalho,[1] ela foi seriamente ferida por tiros enquanto estava dentro de um carro estacionado com motorista em frente ao Café Cappuccino enquanto homens armados atacaram o Cappucino e o Splendid Hotel.[14] Ela faleceu três dias depois em função de um ataque cardíaco.[1] Seu corpo foi levado de volta ao Marrocos às expensas do rei, Mohammed VI.[15][16] Com sua morte, o diretor da Maison européenne de la photographie e o presidente do Instituto do Mundo Árabe fizeram uma declaração conjunta elogiando o trabalho de Alaoui em dar "uma voz aos sem voz"[5] e notando que ela foi "uma das mais promissoras fotógrafas de sua geração."[1][17] Exposições
Referências
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