Leandro Maciel Nota: Se procura pelo senador de Sergipe entre 1894 e 1903, veja Leandro Ribeiro de Siqueira Maciel.
Leandro Maynard Maciel (Rosário do Catete, 8 de dezembro de 1897 — Aracaju, 14 de julho de 1984), filho do político e militante, Leandro Ribeiro de Siqueira Maciel e Ana Maynard Maciel, foi engenheiro e político brasileiro. Marido de Marina de Albuquerque Maciel, sucessora do jornalista, médico, senador pela Paraíba, deputado federal e estadual, e um dos representantes do Nordeste na Revolução de 1930, Otacílio de Albuquerque.[1] Vida PolíticaLeandro Maciel começou seus estudos em sua cidade natal (Rosário do Catete), depois foi para Salvador. Nesta cidade, fez a faculdade e graduou-se em engenharia civil, pela Escola Politécnica da Bahia. Representou a instituição no Congresso dos Estudantes de Engenharia, que aconteceu no então Distrito Federal. Após finalizar a graduação, em 1922, apresentou a tese sobre o aproveitamento do potencial hidráulico do Rio São Francisco na garganta de Paulo Afonso, a qual entrou para a pesquisa de um das grandes problemáticas do país. Na capital baiana, participou da Campanha Civilista, de agosto de 1909 a março de 1910, apoiando Rui Barbosa para o cargo de presidente da República contra o marechal Hermes da Fonseca.[1] Recém-formado, retorna para o estado da Paraíba, onde ingressou nos quadros do Ministério de Viação e Obras Públicas. Participou da construção do porto da cidade da Paraíba, atual João Pessoa. Depois foi relocado para o Departamento de Portos, Rios e Canais, no Rio de Janeiro.[1] Sua participação na política teve início em 1926, quando Ciro Franklin de Azevedo assumiu a presidência de Sergipe. Após a morte do então presidente, o coronel e presidente da Assembléia Legislativa, Manuel Correia Dantas, assume o governo e Leandro torna-se dirigente do Departamento de Obras Públicas do estado. Em 1929, o engenheiro vinculou-se ao Partido Republicano de Sergipe e, com o apoio da Coligação Democrática Sergipana, foi eleito deputado federal em maio de 1930. Em 1933, foi eleito novamente deputado por Sergipe à Assembléia Nacional Constituinte na legenda do Partido Social Democrático de Sergipe (PSD)[2]. Com a nova Constituição em 1934, os mandatos dos deputados constituintes foram delongados até maio de 1935.[1] Em 1945, Leandro Maciel filiou-se a recém-criada União Democrática Nacional (UDN) para lutar contra o Estado Novo e pela redemocratização do país,[3] participando da comissão incumbida do estudo dos problemas estaduais e municipais e tornando-se um dos grandes líderes do partido.[4] Em dezembro, elegeu-se, na legenda da UDN, deputado por Sergipe à Assembléia Nacional Constituinte. Em 1948, entrou para a Comissão de Obras Públicas e Comissão Especial da Bacia do Rio São Francisco, na Câmara dos Deputados. Em 1950, reelegeu-se deputado federal, ainda na legenda da UDN, correspondente ao período legislativo de 1951-1955. Durante seu mandato em Sergipe, conduziu dinheiro para obras de construção de açudes no seu estado, estradas de rodagens, hospitais e escolas, e à aquisição de máquinas e geradores elétricos para diversos municípios.[1] No mesmo ano (1950), também tentou o governo do seu estado pela UDN, mas perdeu para Arnaldo Rollemberg Garcez (PDS e Partido Republicano (PR)). No ano de 1954, teve mais votos que o candidato do PSD, Edélzio Vieira de Melo, e assumiu o governador do seu estado, na legenda da UDN e com o apoio do Partido Social Progressista (PSP), do Partido Social Trabalhista (PST) e do Partido Trabalhista Nacional (PTN), e ao seu lado o vice-governador o médico José Machado de Sousa. Dentre seus feitos durante sua administração estão a reconstrução da rede de distribuição de energia elétrica e reforma do sistema de abastecimento de água do estado, a construção de mais de trezentos quilômetros de estradas de rodagem, a desobstrução do porto de Aracaju, a restauração do Palácio Olímpio de Campos. Além da inauguração do Instituto de Educação Rui Barbosa, em Aracaju, e do aeroporto de Santa Maria. Ele também foi responsável por instituir o sistema de mesas-redondas com a finalidade de debater problemas do estado e outros assuntos de interesse público.[1] No ano de 1959, foi apresentado como vice-presidente da República na chapa de Jânio Quadros à convenção nacional da UDN, derrotando o deputado Fernando Ferrari. Porém, em abril do ano seguinte, renunciou à candidatura, sendo substituído por Mílton Campos e em 1961, voltando como presidente do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) no governo de "Jango", no qual mudou o Plano do Álcool - promovendo mudanças na entrega do álcool às companhias de gasolina, no valor que as usinas deveriam receber para a produção de álcool direto. Além da regulamentação do pagamento de canas fornecidas às usinas associadas a cooperativas centralizadoras de vendas.[1] Em outubro de 1962, o engenheiro civil volta a disputar o governo de Sergipe, pela UDN e pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), mas é derrotado por João Seixas Dória do PSD e do Partido Republicano Trabalhista (PRT),[4] fortemente apoiado pela imprensa escrita, principalmente, pelo jornal Gazeta de Sergipe.[5][6] Durante o Período Militar, foi instituído no dia 27 de outubro de 1965, o Ato Institucional n° 2, que tinha como um de suas resoluções a extinção dos partidos políticos (Art.18),[7] resultando no bipartidarismo. Nesse cenário, em 1966, surge a Aliança Renovadora Nacional (Arena) no Rio Grande do Sul, reunindo parcela dos conservadores do Partido Social Democrático (PSD) em favor do regime militar,[8] a qual Maciel se filia e entra na disputa, em novembro do mesmo ano, para uma vaga no senado de Sergipe e vence Oviedo Teixeira, do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), que se posicionava contra a Ditadura.[1] No decorrer do seu pleito, presidiu a Comissão de Transportes, Comunicações e Obras Públicas. Fez parte da Comissão de Finanças e Economia e da de Minas e Energia. Foi vice-presidente da Comissão de Redação e suplente das comissões de Indústria e Comércio, do Polígono das Secas, de Agricultura, de Justiça de Ajustes Internacionais, de Legislação sobre Energia Atômica e de Serviço Público Civil. Tentou mais uma vez a reeleição para senador por Sergipe em 74, pela ARENA, mas quem ficou com o cargo foi João Gilvan Rocha, do MDB. Sua carreira na política teve fim em 1975, ao finalizar seu mandato.[1] Em homenagem ao político, existe um colégio no Conjunto Castelo Branco, em Aracaju, que leva o seu nome. Referências
Ligações externas
|