Lamas do Vouga
Lamas do Vouga é uma povoação portuguesa que foi sede da Freguesia de Lamas do Vouga, do Município de Águeda, freguesia que tinha 4,3 km² de área e 729 habitantes (2011), tendo, por isso, uma densidade populacional de 169,5 hab/km². A Freguesia de Lamas do Vouga foi extinta (agregada), em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às freguesias de Trofa e Segadães, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Trofa, Segadães e Lamas do Vouga.[1] LocalizaçãoLocalizada na zona noroeste do município, Lamas do Vouga tem como vizinhas as localidades de Macinhata do Vouga a norte, Valongo do Vouga a leste e Trofa a sul e o Município de Albergaria-a-Velha a oeste. Dista cerca de oito quilómetros da cidade de Águeda. População
Nos censos de 1864, 1890 e 1900 figura com o nome de Lamas
Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4% Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0% (Fonte: INE) Lugares
HistóriaApesar da sua pequena dimensão, Lamas do Vouga é uma das localidades mais históricas do Distrito de Aveiro. A sua importância histórica resulta do facto de ali se cruzarem com o rio Vouga as antigas estradas que ligavam as cidades do extremo ocidente peninsular. Já por ali passava a estrada romana, fazendo a ligação de Olisipo a Bracara Augusta. Mais tarde, as estradas medievais (mourisca, coimbrã, real) viriam também a passar por ali. E ainda hoje é por ali que passa o Itinerário Complementar IC2. Uma outra estrada romana, e mais tarde medieval, passando igualmente em Lamas do Vouga, fazia a ligação de Viseu ao litoral aveirense. As pontes medievais do Vouga e do rio Marnel, ainda existentes, continuam a testemunhar a antiga importância viária do local. Enquanto freguesia religiosa, a história de Lamas do Vouga remonta ao Mosteiro de Santa Maria de Lamas, ou Mosteiro do Marnel, documentado no século X e a que se encontra ligado Gonçalo Viegas de Marnel. Situava-se este mosteiro na margem sul do pequeno rio Marnel, afluente do Vouga. A igreja paroquial de Santa Maria de Lamas viria a ser consagrada no século XII, conforme lápide que ainda se conserva. Devido ao progressivo assoreamento das margens do Vouga, o local da primitiva igreja e mosteiro de Santa Maria de Lamas, onde ainda subsistem alguns vestígios, tornou-se insalubre e frequentemente alcançado pelas cheias, pelo que a igreja foi transferida para um ponto mais alto na margem norte do rio Marnel. Era priorado da apresentação dos duques de Aveiro, passando para a Coroa quando esta família se extingiu, no reinado de Dom José. Na organização civil, a freguesia de Lamas do Vouga sucede ao antiquíssimo concelho de Vouga, extinto em 31 de Dezembro de 1853. A sua sede, conhecida como burgo de Vouga, situava-se junto à estrada real, entre as pontes do Vouga e do Marnel, em local hoje englobado na malha urbana da povoação de Lamas do Vouga. De notar que, no antigo regime, parte da povoação de Lamas do Vouga pertencia ao concelho e capitania-mor de Aveiro. Em 1689, o concelho do Vouga abrangia Arrancada, o lugar de Santo António, Vale Maior e Carvalhal da Portela, Lanheses, Mesa, Macinhata, metade da Aguieira, Veiga, Ferreiros, Soutelo, Sabugal e as Póvoas de Cadaveira, Mouta, Moutedo, Campelinho, Assores, Viade, Salgueiro, Redondo, Bico, A-do-Fernando das Cavadas, Troviscal, Toural, Lavegadas, Chouchos e Mocho. O concelho de Vouga foi um dos inúmeros concelhos em que se dividiu a Terra de Vouga, território medieval documentado nos séculos XI a XIV, o qual correspondia grosso modo à zona sul do distrito de Aveiro, isto é, desde Albergaria-a-Velha até à Mealhada. A sede desta grande terra de Vouga era também o burgo de Vouga. O burgo e terra de Vouga estão na continuidade da antiga cidade romana de Talábriga e seu território. Talábriga situava-se no Monte Marnel, ou Cabeço do Vouga, local de notáveis características defensivas, situado precisamente na localidade de Lamas do Vouga. Embora ainda não seja conhecida a extensão exacta da cidade romana, os vestígios já revelados pelas escavações merecem visita. A decadência do burgo de Vouga resulta do processo de assoreamento do delta do Vouga, que levou à formação da ria de Aveiro, afastando o mar e dificultando a navegação. À medida que o burgo de Vouga entrava em agonia, emergia no litoral a vila de Aveiro, hoje capital do distrito. ![]() Património
Informação Diversa
Bibliografia
Referências
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