Kuan Yin
Guan Yin ou Kuan Yin (em chinês: 觀音; pinyin: Guānyīn; Wade-Giles: kuan-yin; em japonês: Kannon; em coreano: Gwan-eum; vietnamita: Quan Âm) é o bodisatva associado com a compaixão tal como é venerada pelos budistas da Ásia Oriental, geralmente na forma feminina. O nome Guanyin e uma abreviação de Guanshiyin (觀世音; pinyin: Guānshìyīn; Wade-Giles: kuan-shih yin) que significa "Observar os Sons (ou Gritos) do Mundo". Os fiéis de origem chinesa geralmente aceitam que Guanyin se originou com o Avalokiteśvara (अवलोकितेश्वर) sânscrito, sua forma masculina. Comumente conhecida nos idiomas ocidentais como Deusa da Misericórdia,[1] Guanyin não é cultuada pelos taoistas chineses como um dos Oito Imortais; na mitologia taoista, no entanto, possui histórias relacionadas à sua origem que não são relacionadas diretamente a Avalokiteśvara. Kuan Yin em Diferentes CulturasNo budismo chinês, Kuan Yin, Guan Yin ou Guānyīn (觀音) representa a compaixão ou misericórdia de todos os Buddhas e tem sua simbologia advinda do bodhisattva Avalokiteshvara, em sânscrito Avalokiteśvara (अवलोकितेश्वर), divindade tradicionalmente masculina do budismo tibetano, que dá origem a várias representações asiáticas, e que chega à China com o budismo no ano de 67, sincretizando-se com divindades femininas locais. Mais tarde, no arquipélago das ilhas Filipinas, muito influenciado pela presença do catolicismo espanhol, passou a ganhar aspectos de Madona, embora sejam entidades completamente diferentes. Maria, a Mãe de Jesus, não é a mesma entidade que representa Kuan Yin. Em sua forma feminina, Kuan Yin está associada às características femininas da maternidade e proteção, mas na China e em vários países asiáticos de influência chinesa ela está ligadas milenarmente e de modo bastante forte à misericórdia[2] e ao perdão. Já no Japão a mesma entidade, também com as características da misericórdia, é venerada como um ser masculino chamado Kanzeon Bosatsu ou em sua forma feminina/andrógena Kannon Bosatsu (観音菩薩). No budismo tibetano recebe o nome Cherenzig, e, assim como Avalokiteśvara na Índia, tem características masculinas predominantes. Como se observa, a energia da entidade se adapta, na Ásia, às condições culturais de cada país. Nas últimas décadas, o culto à Deusa da Compaixão e do Perdão, a Mestra Ascensionada Kuan Yin, se espalhou por todas as Américas, pela Europa e também pela África, quase sempre em sua forma feminina. Trata-se de um ser associada a várias outros, pode ter origem em uma figura histórica, ou em várias com ideologias similares. A dança da Deusa da MisericórdiaO coreografo chinês Zhang Jigang criou uma apresentação de dança para permitir ao público contemplar a "Kuan Yin de Mil Braços". O canal de televisão "China Central" apresentou este espetáculo ao vivo como comemoração do Ano Novo Chinês (link para um trecho do vídeo nas "páginas externas"). A dança foi apresentada por 21 dançarinas surdas integrantes da "Companhia de Arte Performática Chinesa de Deficientes Físicos." Posicionadas numa longa fila, as bailarinas conseguem dar aos espectadores a ilusão de que os movimentos de seus múltiplos braços e pernas pertencem à figura de uma única deusa. Nu-Kua ou Kuan YinHá cerca de seis ou sete mil anos havia um mito universal de que todos os seres eram provenientes do útero de uma Mãe Cósmica,[3] tal mito da criação universal teve lugar durante uma fase informe do mundo, aonde nada podia ainda ser identificado. Inicialmente cultuada na Índia, como Kali, a Mãe Informe, recebeu depois o nome de Tiamat (Babilônia), Nu Kua (China), Temut (Egito), Têmis (Grécia pré-helênica) e Tehom (Síria e Canaã) --este último foi o termo usado mais tarde pelos escritores bíblicos para Abismo. As mais antigas noções de criação se originavam da ideia básica do nascimento, que consistia na única origem possível das coisas e esta condição prévia do caos primordial foi extraída diretamente da teoria arcaica de que o útero cheio de sangue era capaz de criar magicamente a prole. Acreditava-se que a partir do sangue divino do útero e através de um movimento, dança ou ritmo cardíaco, que agitasse este sangue, surgissem os "frutos", a própria maternidade. Essa é uma das razões pelas quais as danças das mulheres primitivas eram repletas em movimentos pélvicos e abdominais. Muitas tradições referiram o princípio do coração materno que detém todo o poder da criação. Este coração materno, "uma energia capaz de coagular o caos espumoso"[4] organizou, separou e definiu os elementos que compõem e produzem o cosmos; a esta energia organizadora os gregos deram o nome de Diakosmos, a Determinação da Deusa. Os egípcios, nos hieroglifos, chamaram este coração de ab e os hebreus foram os primeiros a chamar de pai (ainda que masculinizassem, a ideia fundamental de família e continuidade da vida não era patriarcal). O coração e o sangue definem um elo imanente a todos os seres que dele nasceram e uma ideia de coração oculto do universo que pulsa e mantém o ritmo de ciclos das estações, dos nascimentos, mortes, destinos. Este é o significado que está no Livro dos Mortos ou das Mutações. No mesmo sentido o livro chinês é denominado Livro das Mutações. O nome chinês dado à Mãe Primordial e informe é Nu Kua, nome referido também entre os egípcios, gregos, mesopotâmicos e hindus. As referências a ela remontam há 2.500 a.C. e a imagem permanece venerada nas regiões setentrionais. Kuan Yin ou A Mulher é uma deusa dos casamentos e das mulheres em geral. O corpo original do I Ching chama-se (Oito Trigramas) e os sessenta e quatro hexagramas são denominados por kua, derivado linguístico de Mãe Primordial ou Nu Kua. Referências
Bibliografia
Ligações externas
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