Com mais de 50 anos de carreira e mais de 250 filmes no currículo, ficou conhecida por seus papéis sob a direção de Kenji Mizoguchi em mais de 15 filmes entre os anos de 1940 e 1954. Kinuyo também foi prima do diretor Masaki Kobayashi.[1][2]
Biografia
Kinuyo nasceu na cidade portuária de Shimonoseki, na província de Yamaguchi, em 1909.[2][3][4] Entrou no mundo do cinema aos 14 anos de idade, em 1924, quando foi contratada como atriz pelo Estúdio Shōchiku, uma das maiores companhias de cinema do Japão pré-guerra, especializado em filmes gendai geki e em filmes voltados para mulheres josei eiga.[3] Seu primeiro filme creditado, em 1924, foi A Maid of the Genroku Era. Na década de 1930, ela era uma das maiores estrelas do estúdio.[3][5][4]
Sucessos como The Neighbor’s Wife e Mine (1931) e o equivalente às atuais comédias românticas The Dancing Girl of Izu (1933), Okoto to Sasuke (1935), e The Love-Troth Tree (1938-39) caíram no gosto do público e da crítica. Seu nome começou a aparecer nos títulos dos filmes para atrair público, como The Story of Kinuyo (1930), Kinuyo the Lady Doctor (1937) e Kinuyo’s First Love (1940).[3][5]
Casou-se com o diretor Hiroshi Shimizu em 1929, mas o casal se divorciou menos de um ano depois. Ainda assim ele a dirigiu em vários filmes nos anos seguintes.[1][4] Kinuyo estrelou o primeiro filme falado do Japão, The Neighbor's Wife and Mine, dirigido por Heinosuke Gosho, em 1931. Em 1938, estrelou Flower in Storm (愛染かつら Aizen-Katsura), de Hiromasa Nomura, o filme mais caro até então feito no Japão. [1] Em 1940, trabalhou pela primeira vez com Kenji Mizoguchi, estrelando "A Woman of Osaka" (Naniwa Onna), filme perdido atualmente. Este último longa marcou a transição para papéis mais desafiadores.[3][6]
Pós-guerra
Em outubro de 1949, Kinuyo começou uma viagem de três meses pelos Estados Unidos, uma das primeiras enviadas culturais do Japão no período pós-guerra.[1] Ao retornar a seu país, Kinuyo anunciou que seguiria carreira independente, escolhendo os diretores com quem queria trabalhar. Trabalhou em diversos filmes de Mikio Naruse, Yasujirō Ozu e Keisuke Kinoshita, incluindo o grande sucesso The Ballad Of Narayama (1958), papel pelo qual ela ganhou o prêmio de Melhor Atriz da revista Kinema Junpo).[1][2][6]
Com o diretor Kenji Mizoguchi, ela trabalhou em pelo menos 15 de seus filmes, com papéis de protagonista em The Life of Oharu (1952), Ugetsu (1953) e Sansho the Bailiff (1954). O trabalho conjunto dos dois acabou quando Kenji foi contrário à decisão do estúdio de contratar Kinuyo como diretora. Mesmo sem perdoá-lo pela decisão, ela continuou a produção de seu segundo filme com ele.[1][6]
Durante a década de 1960, atuou e dirigiu especialmente para a televisão.[1][2][3]
Morte
Kinuyo estava internada no Hospital Universitário de Juntendo, em Tóquio, devido a um tumor no cérebro e morreu em 21 de março de 1977, aos 67 anos.[2] Seu corpo foi cremado e suas cinzas depositadas no templo budista de Shōren-in, em Kamakura, no Japão.[1][3]
Medalha Púrpura (1970) - entregue para indivíduos que contribuíram para progressos, melhoramentos e façanhas, no ponto de vista artístico e acadêmico.[6]