Katsudō Shashin
Katsudō Shashin (活動写真? "Imagens em Movimento"), às vezes chamado de fragmento de Matsumoto, é um curta-metragem de animação japonesa conhecido por ser a obra mais antiga da animação do Japão. Criado por Jun'ichi Kōuchi . Evidências sugerem que foi produzido em 1907. Foi descoberto em um projetor de uma casa em Quioto em 2005. O filme dura três segundos e mostra um menino escrevendo "活動写真", tirando o chapéu e fazendo uma saudação. Os frames foram feitos em estêncil em vermelho e preto usando um dispositivo para fazer diapositivos na lanterna mágica de vidro, e a tira do filme foi preso em um loop de reprodução contínua. DescriçãoO filme consiste na sequência de cinquenta frames desenhados numa fita celuloide e dura três segundos, a uma velocidade de dezasseis frames por segundo.[1] Nele aparece um menino com uniforme de marinheiro escrevendo em kanji a expressão Katsudō Shashin (活動写真 imagens em movimento?) e em seguida se virando de frente ao espectador, tirando o chapéu e fazendo uma saudação.[1] Ao contrário da animação tradicional, os frames não foram produzidos para fotografar as imagens, mas ficaram impressos diretamente no filme usando a técnica de estêncil.[2] Isto foi feito com um kappa-ban, um dispositivo projetado da técnica de estencilizar os slides da lanterna mágica. As imagens estavam em vermelho e preto em uma fita de 35 mm,[3][2] cujas extremidades estavam presas em um loop para visualização contínua.[4] AntecedentesA tecnologia do filme projetado chegou pela primeira vez no Japão vindo do Ocidente, em 1896–1897.[2] Sabe-se que a primeira animação estrangeira a ser exibida em um cinema no país foi Les Exploits de Feu Follet de Émile Cohl de 1911, que estreou em Tóquio em 15 de abril de 1912;[5] em sua vez, algumas animações japonesas de Ōten Shimokawa, Seitaro Kitayama e Junichi Kouchi estiveram entre as primeiras produções deste gênero a serem exibidas em salas de cinema.[6] Agora perdido, alguns filmes foram descobertos em "filme de brinquedo" que são versões para visualização de projetores caseiros. O mais antigo desses filmes é Hanawa Hekonai meitō no maki de 1917, conhecido como Namakura Gatana na sua versão caseira.[2] Uma das primeiras formas de projeção de animações no Japão foi imprimir quadros em brinquedos ópticos, como por exemplo zootropo.[3] Em 1898, o fabricante de brinquedos alemão Gebrüder Bing apresentou um cinematógrafo em um festival de brinquedos em Nuremberga. Logo outros fabricantes locais de brinquedos estavam vendendo dispositivos similares.[3] Filmes em live-action destes dispositivos eram caros de se fazer; então possivelmente estes dispositivos foram rapidamente colocados à venda para animações em 1898, que pode ser fixado em loops para visualização contínua.[3] As importações destes dispositivos alemães apareceram no Japão em 1904.[3] RedescobertaEm dezembro de 2004, um comerciante de segunda mão de Quioto contatou Natsuki Matsumoto,[2] um especialista em iconografia da Universidade de Artes de Osaka.[7] O comerciante tinha obtido uma série de filmes e projetores de uma antiga família de sua cidade, interessado em comprar, Matsumoto viajou até Quioto no mês seguinte. A coleção incluía três projetores, onze filmes 35 mm, e treze slides de vidro para lanternas mágicas.[2] Em 13 de julho de 2005, Matsumoto encontrou a fita do filme de Katsudō Shashin;[7] que estava em más condições.[8] Baseado nas evidências das datas de fabricação dos projetores em sua coleção, Matsumoto e um historiador de animação Nobuyuki Tsugata determinaram que o filme foi produzido em 1907.[8] Na época, eram raros os cinemas no Japão;[4] por isso acredita-se que era um artigo que foi produzido em massa e vendido a um preço elevado, o material podia ser vendido apenas aos clientes que teriam em sua própria casa um projetor.[2] Para Matsumoto, a fita devia ter vindo de uma empresa pequena, dada a má qualidade da fita e sua técnica de impressão rudimentar.[8] O criador do filme é desconhecido.[7] A descoberta foi amplamente coberta pela mídia japonesa.[2] Dada a especulação da data de sua criação, a fita pode ser mais antiga do que o primeiro trabalho de animação de Cohl e dos americanos James Stuart Blackton (Humorous Phases of Funny Faces, 1906) e Winsor McCay (Little Nemo, 1911). Enquanto se mantinha a importância da descoberta da produção da animação na Era Meiji. O jornal japonês Asahi Shimbun discordou sobre a colocação do filme na genealogia da animação japonesa, chamando de "controverso que (Katsudō Shashin) deve mesmo ser chamado de animação no sentido contemporâneo".[8] Ver tambémReferências
Ligações externas
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