Nascida Julia von Hauke, era filha de um general polonês de ascendência alemã e não possuía sangue real. Ela se tornou uma dama de companhia de Maria de Hesse e Reno, esposa do imperador Alexandre II da Rússia e irmã do príncipe Alexandre de Hesse e Reno, com quem Júlia se casou após conhecê-lo em São Petersburgo. Embora o casamento de Júlia e Alexandre fosse considerado morganático, o grão-duque de Hesse concedeu-lhe o título de Princesa de Battenberg. Fundadores da Battenberg/Mountbatten, Júlia e Alexandre são ancestrais das atuais gerações das famílias reais britânica e espanhola.
Durante o Levante de Novembro de 1830, o pai de Júlia morreu ajudando o grão-duque Constantino Pavlovich da Rússia, o governador da Polónia, a tentar conter represálias de cadetes rebeldes poloneses. A mãe de Júlia também foi morta por revoltosos um ano depois, durante o levante de Varsóvia. Uma vez orfã, Júlia foi colocada sob a tutela do imperador Nicolau I da Rússia e enviada a São Petersburgo.[4][5]
Júlia foi educada no Instituto Catarina, uma instituição para donzelas nobres em São Petersburgo. Ela era fluente em alemão, russo, francês e polonês, lia as obras de Dante em italiano e de Shakespeare em inglês.[6] Logo depois, ela foi nomeada uma dama de companhia da czarevna Maria Alexandrovna, nascida princesa Maria de Hesse e Reno, esposa do czarevich Alexandre Nikolaevich, o futuro imperador Alexandre II da Rússia. No exercício de suas funções na corte imperial, ela conheceu seu futuro marido, o irmão de Maria Alexandrovna, o príncipe Alexandre de Hesse e Reno, que serva no exército russo como major-general. Ao saber da ligação do cunhado com uma dama da esposa, o imperador tentou arranjar um casamento entre Júlia com "o belo" Pyotr Albedinsky, um militar, mas ele recusou a proposta do imperador e quase teve sua carreira prejudicada.[carece de fontes?]
Como o czar não aprovava nenhum relacionamento amoroso entre seu cunhado e uma mera dama de companhia, o jovem casal resolveu fugir da corte de Moscovo. Eles se casaram em 28 de outubro de 1851, em Breslávia, na Silésiaprussiana (hoje Wrocław, na Polônia). O status de Júlia não foi considerado à altura para reproduzir herdeiros qualificados para a sucessão do trono de Hesse e Reno (Grão-Ducado de Hesse). Por conseguinte, o casamento foi declarado morganático.
A princípio, a princesa foi recebida com muita frieza pela família do marido em Darmstadt, pois o casamento do príncipe Alexandre arruinou toda a sua carreira na Rússia. Mas ela acabou sendo uma esposa e mãe maravilhosa e se comportou com tanta modéstia e dignidade que toda a família logo a apreciou e amou. Em 26 de dezembro de 1856, o grão-duque concedeu-lhe o título de "Sua Alteza Sereníssima, Princesa de Battenberg". Os filhos de Júlia e Alexandre também receberam os títulos de Príncipes e Princesas de Battenberg, com o mesmo tratamento. Assim, a família Battenberg adquiriu o status de ramo secundário da casa dos grão-duques de Hesse.[7]
Alexandre (1857-1893), titulado Príncipe Reinante da Bulgária em 1879. Depois da abdicação, tornou-se Conde de Hartenau. Em 1889, casou-se morganaticamente com Johanna Loisinger (1865-1951), com descendência.
Observação: Em 1917, no Reino Unido, a família mudou seu sobrenome de Battenberg para Mountbatten, devido ao sentimento anti-alemão decorrente da Primeira Guerra Mundial.