Josiah Royce
Josiah Royce (Grass Valley, 20 de novembro de 1855 — Cambridge, 14 de setembro de 1916) foi um filósofo americano. Royce normalmente é visto sob influência tanto do pragmatismo de seus colegas William James e Charles Sanders Peirce quanto do idealismo absoluto de Hegel.[1] Em seu pragmatismo absoluto, Royce incorporou o significado de signo de Peirce, considerando-o uma “teoria geral de interpretação”.[2] BiografiaRoyce nasceu em Grass Valley (Califórnia) em 1855 e se graduou em 1875 na Universidade da Califórnia em Berkeley. Ele fez sua pós-graduação na Alemanha, onde estudou em Göttingen, sob orientação de Rudolf Hermann Lotze. Lá ele teve contato com autores alemães, como Kant, Fichte, Schelling, Hegel e Schopenhauer. Em 1876, retornou para Universidade Johns Hopkins, onde o filósofo William James o incentivou a seguir uma carreira acadêmica em filosofia. Royce doutorou-se em 1878, e migrou para Universidade Harvard, substituindo James, que estava de licença. Em 1885 – ano em que publicou seu primeiro grande tratado, e em 1892 se tornou professor regular em Harvard, aos 37 anos. Dentre seus alunos, destacaram-se George Herbert Mead e Clarence Irving Lewis.[3] PensamentoPeirce e HegelRoyce analisou a interpretação sob a influência da filosofia de Peirce, desdobrando sua estrutura triádica. Para ele, a interpretação é tida como o processo de comparação e diferenciação, como uma forma de aprender na qual a negação, preservação e reintegração são os elementos constitutivos, remetendo ao método de Hegel. De acordo com Royce, a lógica da interpretação de Sanders Peirce não é apenas fundamental para qualquer metodologia filosófica, como é também importante nos processos de pesquisa científica.[4] Royce vê na filosofia de Peirce a possibilidade de resolução das aporias deixadas por Hegel: “Não há inconsistência essencial entre os motivos lógicos e psicológicos que estão na base da tríade da interpretação de Peirce, e o interesse hegeliano no jogo de tese, antítese e uma síntese mais elevada”, diz Royce. Contudo “a teoria de Peirce, com sua origem explicitamente empírica e sua resolução lógica muito exata, promete nova luz sobre assuntos que Hegel deixou profundamente problemáticos”.[5] LógicaRoyce pode ser considerado o fundador da Harvard School of Logic. Ele desenvolveu a álgebra booleana paralela à lógica matemática. Seus aluno Clarence Irving Lewis inaugurou a lógica modal, ao passo que seu outro aluno, Edward Vermilye Huntington, foi o primeiro a ter tentado axiomatizar a álgebra booleana. Por fim, Henry M. Sheffer, também aluno de Royce, ficou conhecido por seu conceito epônimo de conjunção oposta. Suas próprias ideias sobre lógica, filosofia da lógica e filosofia da matemática foram influenciadas por Charles Sanders Peirce e Alfred Kempe. As ideias de Royce influenciaram Brand Blanshard e Timothy Sprigge. ReligiãoO pensamento de Royce é influenciado por sua educação religiosa protestante. Ele sempre respeitou as convenções do cristianismo reformado e seus escritos referem-se às escrituras com regularidade. Ele vê a Igreja Cristã em particular como um paradigma de comunidade, contudo, critica muitas igrejas cristãs históricas que acredita terem perdido de vista o espírito que as guia, e, inversamente, ele se refere às "comunidades da graça" como comunidades não-cristãs ou não-religiosas. Em particular, demonstra grande respeito pelo budismo, aprendendo sânscrito para estudá-lo em profundidade. No entanto, ele argumenta que apenas o modelo cristão da "comunidade leal" consegue combinar o verdadeiro espírito de comunidade com a valorização intransigente do indivíduo. Trabalhos selecionados
Ver tambémReferências
Ligações externas
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