José Santa Cruz
José Santa Cruz Costa (Picuí, 14 de março de 1929 – Rio de Janeiro, 26 de abril de 2024) foi um ator, comediante, radialista, locutor e um dos principais nomes da dublagem brasileira, com uma carreira durativa de sete décadas.[1] Natural da Paraíba, onde iniciou a carreira no final dos anos 1940, trabalhou em uma série de programas de rádio em diversas emissoras diferentes, tais como Rádio Tabajara, Rádio Clube e Super Rádio Tupi. Paralelamente, chegou a televisão onde consolidou uma parceria humorística ao lado de diversos atores e colegas da época de rádio e teatro, como Lúcio Mauro, Arlete Salles e Orlando Drummond, com quem participou de diversos humorísticos, em emissoras como TV Rádio Clube de Pernambuco, TV Tupi, TV Excelsior e Rede Globo. Ao lado do amigo Lúcio Mauro, formou a dupla cômica Zé das Mulheres e Jojoca, uma dobradinha inesquecível que saiu da rádio e migrou para a televisão, participando de programas como A, E, I, O... Urca, Balança mas Não Cai e A Festa é Nossa, além do filme 007 1/2 no Carnaval (1967). Santa Cruz voltou a reviver Jojoca em humorísticos como A Praça é Nossa e Zorra Total. No ramo da dublagem, consolidou-se como um dos principais e mais longínquos dubladores no Brasil, tendo iniciado em 1973, nos estúdios Herbert Richers. A partir daí, trabalhou nos principais estúdios de dublagem carioca, como VTI Rio, Delart, Cinevídeo e Wan Macher. Entre seus principais trabalhos, estão a voz do ator Danny DeVito, J. Jonah Jameson nos filmes do Homem-Aranha, além do vilão Megatron na franquia Transformers, o vilão Magneto na franquia X-Men, o médico Dr. Hibbert na série de animação Os Simpsons, o chef Auguste Gusteau na animação Ratatouille e o Senhor Omar (Ernest Lee Thomas) na série Todo Mundo Odeia o Chris. Na década de 1990, popularizou-se ao dublar o patriarca Dino da Silva Sauro na série infantojuvenil Família Dinossauros, programa que tornou-se febre no Brasil naquela época e chegou a render um disco brasileiro, Babymania (1992), com a presença dos próprios dubladores.[2] BiografiaComeçou a sua carreira na Rádio Tabajara, na Paraíba. Em 1948, foi trabalhar na Rádio Clube de Pernambuco como o garoto Bombinha, em Pensão Paraíso. Fez também o Anjinho Cara Suja, contracenando com Aguinaldo Batista, o Azarildo, e O Tenente em Atrações do Meio-dia. Em 1960, chegou a apresentar seu próprio programa de rádio, Santa Cruz, Bom Humor & Cia, exibido aos domingos. Na extinta TV Rádio Clube de Pernambuco, continuou sua atuação como comediante, no programa A, E, I, O... Urca exibido em 1963 nas tardes de domingo pela TV Tupi Rio no papel de José Carlos, o "Jojoca", que formava uma dupla contracenando com Lúcio Mauro, o Zé das Mulheres. Jojoca era um um sujeito atrapalhando que tentava repetir para as mulheres tudo o que o sedutor Zé das Mulheres falava.[3] Migrando para o sudeste, trabalhou em humorísticos como Balança mas não cai, Planeta dos Homens, A Praça é Nossa e Zorra Total. Na Praça, voltou a viver Jojoca, desta vez em dupla com Pepê, interpretado por Péricles Flaviano, no qual popularizou o bordão "Funhanhando". Também interpretava Cornélio, um marido manso e apaixonado por sua esposa infiel Adelaide. Já no Zorra interpretou diversos personagens, como o garçom Manoelito[4], o policial Noronha e Barbosa, um sujeito que sempre terminava o quadro em saia justa por conta das falas de duplo sentido de seu amigo, interpretado por Renato Rabello.[3][5] Em 1979, chegou a gravar cenas para a novela Maria Nazaré, que nunca chegou a ser exibida devido a extinção da TV Tupi. Já em 1982, teve um papel recorrente na série O Bem-amado como o locutor sucupirense Cacildo Amarildo. Na dublagem, começou em 1973 na Herbert Richers. É conhecido por dar a voz a ator Danny DeVito e personagens como Magneto em X-Men, tanto nos filmes como no desenho X-Men Evolution, Rúbeo Hagrid na saga Harry Potter, J. Jonah Jameson nos filmes do Homem-Aranha de Sam Raimi, repetindo o papel no desenho homônimo, e Dino da Silva Sauro em Família Dinossauro.[3] Seu último papel fixo na televisão foi um padre surdo na novela Espelho da Vida, que durou até abril de 2019. Fez ainda uma participação especial num esquete do Zorra em 2020 como Seu Aristarco, o "homem mais velho do mundo". Em 2020, por causa da pandemia de COVID-19, José Santa Cruz se afastou da atuação e da dublagem. Em 2021, sofreu um acidente em casa e machucou a coluna, o que o impediu de retornar depois da pandemia.[6] Vida pessoalFamíliaEntre 1956 até o fim de sua vida, Santa Cruz foi casado com Ivane Maria Mendes Bastos, com quem teve três filhos, Elaine Maria, Eliane Maria e Eduardo Luiz, todos falecidos antes do pai. Ao todo teve cinco netos e quatro bisnetos. Aposentadoria e morteEm 2020, durante a pandemia de COVID-19, Santa Cruz afastou-se de seus trabalhos artísticos. Posteriormente, ele sofreu uma queda em sua casa e machucou a coluna, o que fragilizou sua saúde e o impediu de continuar atuando e dublando após o fim da pandemia.[6] Ele sofria doença de Parkinson e, em abril de 2024, foi internado no Rio de Janeiro por causa de uma broncopneumonia. No dia 26 do mesmo mês, morreu aos 95 anos. A notícia foi confirmada por seu bisneto, o também dublador Ivan Franco, por meio das redes sociais.[7][8] Vários colegas de profissão lamentaram a morte e prestaram homenagens.[9] No dia seguinte, o corpo de José Santa Cruz foi cremado em uma cerimônia fechada, realizada no Cemitério da Penitência, no centro do Rio de Janeiro.[10] DublagensFilmes em live action
Séries live action
Filmes animados
Séries animadas
Videogames
FilmografiaTelevisão
Cinema
Referências
Ligações externas
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