José Morais e Silva
José Alberto Morais e Silva, (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 21 de setembro de 1941 – Lisboa, 29 de dezembro de 2014) foi um militar português piloto aviador da Força Aérea Portuguesa que pertenceu ao Movimento das Forças Armadas, tendo desempenhado o papel Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, durante os primeiros anos a seguir à revolução de 25 de Abril de 1974. Desempenhou um papel decisivo no 25 de Novembro de 1975 na forma como controlou a revolta dos paraquedistas nas base aéreas nos arredores de Lisboa. BiografiaNasceu na freguesia de São Sebastião da Pedreira a 21 de setembro de 1941 em Lisboa, filho de António Dias da Silva e Irene Morais Onofre e Silva. Ingressou no Curso de Aeronáutica da Academia Militar, no dia 6 de outubro de 1960, o qual veio a concluir com o tirocínio nos Estados Unidos da América a 31 de dezembro de 1963. Foi colocado na Base Aérea n.º 1, em Sintra, onde, tirou o brevet de piloto aviador em julho de 1964, sendo promovido a Alferes a 30 de novembro desse ano, tendo se qualificado no avião Cessna T-37.[1] Esteve colocado na Base Aérea nº2, na Ota onde foi promovido a Capitão e na Base Aérea nº 5 em Monte Real, passou por Bissau e regressou a Monte Real, em Julho de 1972.[1] Em julho de 1973 esteve na Republica Federal Alemã,a frequentar o Curso Tactical Fighting Squadron Orientation Training, sendo promovido a Major, tendo concluído a 25 de abril de 1974 o Curso Geral de Guerra Aérea e colocado na Base Aérea N.º 1, em Sintra, onde, a 17 de julho assumiu o comando da Esquadra de Instrução Básica de Pilotagem.[1] A 12 de março de 1975 assumiu a chefia do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), um dia depois da intentona do 11 de Março que resultou numa tentativa falhada de golpe de forças militares conotadas com o General António de Spinola. No dia 14 de março de 1975 foi graduado no posto de Coronel, data em que assumiu o comando da Base Aérea N.º 5. A 15 de maio do mesmo ano, foi graduado em General de quatro estrelas, para assumir a chefia do Estado-Maior da Força Aérea.[2] Ligado ao “Grupo dos Nove”, Morais da Silva enfrentou a tentativa de golpe militar do 25 de novembro de 1975, quando um dispositivo militar, com base no Regimento de Comandos, se opôs a uma tentativa de sublevação de unidades militares paraquedistas, conotadas com forças da extrema esquerda, tendo sido decretado o estado de sítio em Lisboa.[2][3] Após a substituição de Otelo Saraiva de Carvalho como comandante do Copcon e da Região Militar de Lisboa, gera-se contestação em alguns regimentos de paraquedistas, ligadas à extrema esquerda. A unidade levantou armas em protesto, contra a ameaça do Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, general Morais e Silva, de passar os paraquedistas à disponibilidade e desactivar e dissolver as unidades. Este é avisado pelo comandante da 1ª Região Aérea, Pinho Freire que fora detido pelos revoltosos no Comando da Região Aérea, no Monsanto.[3] Esta tinha sido ocupada por uma força de de 65 paraquedistas. Perante a situação são activas os os mecanismos previamente estudados, concentrando as forças a Norte, na Cortegaça.[4] A sua prioridade foi retomar o controlo do comando da Região Aérea, com a colaboração dos Comandos, "sem vitimas de parte a parte". Para isso, foi fundamental o apoio civis na região das bases ocupadas, onde houve mobilização da população, que cercaram as bases e que contribuiu para que os paraquedistas renunciassem à revolta e retirassem novamente para Base Aérea de Tancos.[5] O resultado é uma sublevação dos paraquedistas, que ocupam as bases aéreas de Tancos (nº3), Monte Real (nº5), Montijo (nº6) e o Comando da Região Aérea, no Monsanto, em Lisboa. Segundo, os próprios a ordem de revolta e ocupação teria partido do Copcon, com o objectivo de contestar e destituir o General José Morais e Silva, Chefe do Estado Maior da Força Aérea.[6][5][7] A 10 de janeiro de 1977, data em que abandona as funções de CEMFA e é colocado na Base Aérea N.º 6, no Montijo, regressando ao anterior posto de Major, sendo mais tarde promovido a Tenente-Coronel. Desempenhou ainda vários cargos na Força Aérea, vindo a ser promovido a Coronel, em Dezembro de 1982.[1] Passou à situação de reserva no dia 1 de fevereiro de 1992 e à situação de reforma a 1 de fevereiro de 1997, vindo a falecer a 29 de Dezembro de 2014.[1] CondecoraçõesViu o seu trabalho ser reconhecido através de diversos louvores e as seguintes condecorações: Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, a Medalha de Ouro de Serviços Distintos (Colectiva), Medalha de Prata de Comportamento Exemplar e Medalha Comemorativa das Campanhas. Foi agraciado pelo Brasil com a Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco e pelos Estados Unidos da América com a Comenda da Legião de Mérito.[8][9] Referências
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