José Maria Pedrosa
José Maria Pedrosa D' Abreu Cardoso (Guimarães, 28 de Março de 1942 — Belas, Sintra, 8 de Dezembro de 2021), foi um crítico de música, investigador e professor português. BiografiaNasceu na cidade de Guimarães, em 1942.[1] Frequentou o curso geral de piano no Conservatório de Música do Porto, licenciou-se em Ciências Musicais na Universidade Nova de Lisboa, e concluiu o doutoramento em Ciências Musicais Históricas pela Universidade de Coimbra, onde também fez a agregação, na mesma área.[1] Entre Janeiro de 1987 e 1989, exerceu em simultâneo como professor na Universidade Nova de Lisboa e no Conservatório Nacional, e como acessor de João de Freitas Branco, na direcção artística e de produção no Teatro Nacional de São Carlos.[1] Destacou-se pelo seu contributo para a cultura musical portuguesa, principalmente na cidade de Lagos, embora tenha passado por várias cidades ao longo da sua carreira.[2] Exerceu como programador artístico, crítico musical, e investigador,[2] e como professor jubilado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.[3] De acordo com a nota de pesar emitida pela Câmara Municipal de Lagos, deixou como legado «um intenso e profícuo trabalho de investigação, de divulgação e valorização da música e das ciências musicais, assim como de criação artística, demonstrado de forma elevada e inequívoca na nossa cidade, enquanto fundador do Grupo Coral de Lagos e, mais tarde, da sua escola de música».[2] Classificou-o igualmente como um «distinto investigador e académico, foi um pedagogo mas também um homem de ação, que não só difundiu o conhecimento, como teve uma participação cívica forte, formando estruturas artísticas e dedicando-se à criação e produção musical».[2] Escreveu vários livros e artigos, e participou em várias conferências em território nacional e no estrangeiro, tendo o seu principal campo de pesquisa sido a música sacra e a música histórica de Portugal.[3] Estudou a documentação sobre música em várias bibliotecas nacionais, como a da Sociedade Martins Sarmento, onde investigou o tema do Canto da Paixão nos séculos XVI e XVII.[4] Foi nesta instituição que estudou o famoso manuscrito conhecido como Passionário Polifónico de Guimarães, que lhe serviu de base para um livro que publicou em 2006, e que apresentou no Simpósio Música e Músicos em Guimarães, organizado em 2007 pela Sociedade Musical de Guimarães e pela Universidade do Minho.[4] Ao longo da sua carreira menteve-se em ligação com várias instituições de Guimarães, como a Sociedade Musical, onde era associado, tendo igualmente presidido ao conselho científico do Centro de Estudos e de Investigação Musical.[4] Também deixou colaboração com o município vimaranense, tendo sido o principal promotor da organização de um festival anual de música religiosa, que se iniciou em 2016.[4] Em Outubro de 2016, recebeu a Medalha de Mérito Municipal de Lagos, Grau Ouro, pelos seus esforços na divulgação da cultura musical no concelho.[2] Faleceu em 8 de Dezembro de 2021, aos 79 anos de idade, na Casa de Saúde da Idanha - Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, em Belas, estabelecimento onde se encontrava internado.[5] Na altura do seu falecimento residia em Oeiras.[3] Devido aos seus esforços pelo desenvolvimento cultural no concelho de Lagos, a autarquia emitiu um voto de pesar em 15 de Dezembro.[2] A Sociedade Martins Sarmento também lamentou publicamente a sua morte, que classificou como uma «perda irreparável».[4] Obras publicadas
Referências
Ligações externas
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