Jogo de cartas colecionáveisUm jogo de cartas colecionáveis - ou JCC (conhecido como "TCG" - "trading card games" - ou "CCG" - collectible card games) - são jogos de estratégia nos quais os participantes criam baralhos de jogo personalizados combinando estrategicamente suas cartas com os seus objetivos.[1] HistóriaO primeiro jogo a apresentar os conceitos de construção de baralho foi o The Base Ball Card Game, criado pela empresa americana The Allegheny Card Co. e registrado em 4 de Abril de 1904.[2] No mercado americano era comum desde o inicio do século XX a comercialização de figurinhas de jogadores de Beisebol. Com o passar das décadas outros temas foram incorporados pelos fabricantes: esportes, filmes, heróis de quadrinho, etc. Jogos como Strat-O-Matic, Nuclear War, BattleCards e Illuminati se assemelham e precedem os jogos de cartas colecionáveis. Magic: The GatheringMagic: The Gathering, criado por Richard Garfield e publicado pela Wizards of the Coast, foi o primeiro jogo a apresentar o conceito moderno de cartas colecionáveis.[3] Antes do advento do JCCs, o mercado de jogos alternativos foi dominado por role playing games (RPG), em especial Dungeons & Dragons da TSR, Inc. Wizards of the Coast (Wizards), uma empresa formada no porão de Peter Adkison em 1990, estava tentando entrar no mercado de RPG com a série The Order Primal que converteu personagens de outras séries de RPG. Depois de um processo movido pela Palladium Books, que poderia ter arruinado financeiramente a empresa, a Wizards adquiriu Talislanta, um outro RPG. Isso foi depois que Lisa Stevens entrou na empresa em 1991 como vice-presidente depois de ter deixado White Wolf, Inc., através de seu amigo em comum Mike Davis, Adkison conheceu Richard Garfield, que na época era um estudante de doutorado.[4] Garfield e Mike Davis tiveram uma ideia para um jogo de tabuleiro chamado RoboRally e apresentaram para a Wizards of the Coast em 1991, mas a Wizards não tinha os recursos para fabricá-lo e pediu a Garfield para fazer um jogo que iria pagar a criação de RoboRally. Este jogo teria que exigir o mínimo de recursos para montar e apenas 15 a 20 minutos para jogar. fã de Dungeons & Dragons, Garfield então resolveu pegar um antigo projeto seu, "Five Magics", um jogo de cartas inspirado na mecânica do jogo de tabuleiro Cosmic Encounter, os dois projetos resultaram em Magic: The Gathering.[5] Outros jogosApós o sucesso comercial de Magic: The Gathering são lançados anualmente dezenas de jogos.[6] A própria TSR lançou em 1994, Spellfire: Master the Magic, o jogo utilizava os cenários de Advanced Dungeons & Dragons,[7] em 1997, a Wizards of the Coast adquire a TSR,[8] dois anos depois, a Wizards foi adquirida pela Hasbro[9] e com o tempo, Spellfire é descontinuado. Construção de um baralhoO modelo de venda das cartas também costuma seguir o padrão estabelecido pelo Magic. As cartas são comercializadas em baralhos e envelopes (decks[10] e boosters em inglês)[11]. Os primeiros costumam ter de 40 a 50 cartas e os segundos de 5 a 13. Na maioria dos JCC cada jogador edita um baralho de jogo contendo de 40 a 60 cartas. as cartas não são fixas e podem ser trocadas do baralho entre uma partida e outra, ou entre os próprios jogadores, porque cada um tem seus objetivos no jogo. Em cada partida os baralhos são embaralhados e cada jogador começa com uma mão inicial e vai comprando mais cartas no desenrolar da partida. RegrasCada JCC tem um conjunto de regras próprias, regras quais definem o objetivo dos jogadores, os tipos de cartas nele existentes, e a forma como elas interagem.[12] Cada carta representa um elemento do jogo e tem uma caixa de texto que explica seu efeito durante a partida. A estrutura de jogo mais comum é a desenvolvida pelo Magic. Nele cada carta do baralho representa uma magia. Cada jogador tem uma quantidade X de pontos de vida e o objetivo é exaurir os do oponente para elimina-lo. Em Battletech, um jogo de temática futurista, o objetivo é descartar o baralho do adversário. Em alguns jogos há cartas que alteram as regras iniciais ou que podem ganhar a partida se foram postas em jogo. Durante a partida algumas cartas são postas na mesa e representam elementos do jogo. Na maioria deles as cartas simbolizam criaturas sob o comando do jogador. Um elemento recorrente a este tipo de jogo é a mecânica do "Gerenciamento de Recursos" que foi criada também no Magic e utilizada em diversos outros JCC e jogos de tabuleiro. O princípio é que as cartas têm um custo para serem postas na mesa. Para pagá-lo há um tipo especifico de carta que deve ser baixada antes e que paga este custo. Outra característica em comum entre estes jogos são as estampas ilustrativas referentes ao tema do jogo. No BrasilVer artigo principal: Role-playing game no Brasil
Os primeiros jogos lançados no país foram Magic: The Gathering pela Devir Livraria (1995)[13] e Spellfire pela Abril Jovem (1996).[12] Em 2000, lançou Pokémon Trading Card Game, baseado na franquia de vídeo games, anime e mangá de mesmo nome,[14] lançou Yu-Gi-Oh!,[15] três anos depois, publicou o jogo baseado na franquia de anime e mangá de mesmo nome, criada por Kazuki Takahashi.[16] Apesar das publicações oficiais, isso não impediu que surgissem publicações piratas.[17] Em 2011, Pokémon passou a ser distribuído pela Copag.[18] Em 2017, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região passou a tratar jogos de cartas colecionáveis como livros, tornando-se isentos de PIS e COFINS.[19] Em agosto de 2019, o juiz Tiago Bitencourt De David, da 13ª Vara Cível Federal de São Paulo negou imunidade tributária às cartas importadas de Magic The Gathering.[20] Em julho de 2021, a ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, negou um pedido da Advocacia Geral da União, que pretendia cobrar impostos de Pokémon Trading Card Game.[21] Em fevereiro de 2024, a Wizards of the Coast anunciou que iria descontinua Dungeons and Dragon[22] e Magic: The Gathering no país.[23] Ver tambémReferências
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