João Zorro

João Zorro
Nascimento 1250
Morte século XIV
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação poeta

João Zorro ou Joham Zorro ou ainda Johan Zorro (fl. Lisboa, século XIII) foi um jogral, provavelmente português, ainda que a origem galega não esteja excluída, que exerceu a sua atividade artística em Portugal durante o reinado de D. Dinis.[1]

Obras

En Lixboa sobrelo mar
Barcas novas mandei lavrar
Ai mia senhor veelida!

En Lixboa sobrelo ler
Barcas novas mandei fazer
Ai mia senhor veelida!

Barcas novas mandei lavrar
E no mar as mandei deitar
Ai mia senhor veelida!

Barcas novas mandei fazer
E no mar as mandei meter
Ai mia senhor veelida!

As suas obras encontravam-se transcritas no hipotético "Livro das Cantigas" hoje perdido mas que terá sido transcrito nos manuscritos quinhentistas chamados Cancioneiro da Biblioteca Nacional e Cancioneiro da Vaticana. São sobretudo cantigas de amigo, dez ao todo, e apenas uma cantiga de amor.[1][2] A notação musical das suas cantigas não sobreviveu.

Tal como o também jogral Martim Codax cantou principalmente temas relacionados com o mar. Uma característica muito particular deste autor é o Ciclo "de Lisboa" (das "barcas" ou d'"El Rei de Portugal"), um conjunto uniforme em que o rei de Portugal (D. Dinis I) surge como interveniente e em que há uma referência consistente do lançamento ao mar de barcas dos estaleiros medievais de Lisboa (então chamados tercenas e que ocupavam o espaço onde foi posteriormente construído o Paço da Ribeira).[3]

Uma outra célebre cantiga, a chamada "Bailia das avelaneiras" foi aparentemente citada pelo trovador galego Aires Nunes, o que, comprovando-se, significaria que a sua obra teria circulado entre as cortes de Dinis I de Portugal e Sancho IV de Leão e Castela.[4]

Lista

    • "Bailemos agora, por Deus, ai velidas"
    • "Cabelos, los meus cabelos"
    • "El-rei de Portugale"
    • "Em Lixboa, sobre lo mar"
    • "Jus'a lo mar e o rio"
    • "Mete el-rei barcas no rio forte"
    • "Os meus olhos e o meu coraçom"
    • "Pela ribeira do rio"
    • "Pela ribeira do rio salido"
    • "Per ribeira do rio"
    • "Quem visse andar fremosĩa"

Referências