João Scognamiglio Clá Dias
João Scognamiglio Clá Dias, EP (São Paulo, 15 de agosto de 1939 – Franco da Rocha, 1 de novembro de 2024) foi um religioso brasileiro, fundador dos Arautos do Evangelho, uma associação privada de fiéis de Direito Pontifício,[1] da Sociedade de Vida Apostólica clerical Virgo Flos Carmeli e da Sociedade de Vida Apostólica feminina Regina Virginum. Monsenhor Clá Dias é autor de várias obras, que incluem O Inédito sobre os Evangelhos (2013-2016), em 7 volumes, e a sua biografia de Plinio Corrêa de Oliveira, O Dom de Sabedoria na Mente, Vida e Obra de Plinio Corrêa de Oliveira (2016), em 5 volumes, ambas editadas pela Libreria Editrice Vaticana.[2] Em 12 de junho de 2017, foi publicada uma carta, datada em 2 de junho de 2017, na qual Monsenhor João Clá Dias anuncia sua renúncia ao cargo de Superior Geral dos Arautos do Evangelho[3] em meio a investigações do Vaticano de abusos nos Arautos do Evangelho.[4] VidaFilho de Antonio Cla Díaz, espanhol nascido em Ceuta, e de Annita Scognamiglio, paulistana filha de imigrantes italianos, sempre teve forte formação religiosa em família.[5][6] Foi membro da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) durante décadas, associação civil de cunho católico que combateu o comunismo e o progressismo no Brasil, e se espalhou pelo mundo sob a liderança do leigo Plinio Corrêa de Oliveira.[7] Como membro da sociedade, escreveu um livro sobre a mãe de Plinio, Lucilia Corrêa de Oliveira, chamado Dona Lucilia,[8] com prefácio do padre Antonio Royo Marín. No dia 15 de agosto de 2009, o Papa Bento XVI conferiu-lhe, pelas mãos do cardeal Franc Rodé, a medalha Pro Ecclesia et Pontifice, concedida àqueles que se distinguem por sua atuação em favor da Igreja Católica e do papado.[carece de fontes] Monsenhor João Clá é cônego honorário da Basílica Papal de Santa Maria Maior, em Roma, e protonotário apostólico. É também membro da Sociedade Internacional Tomás de Aquino, da Academia Marial de Aparecida e da Pontifícia Academia da Imaculada.[carece de fontes] Foi condecorado em diversos países por sua atividade cultural e científica, recebendo a Medalha de Ciências do México e o título de Doutor Honoris Causa, outorgado pela UniÍtalo,[9] de São Paulo. É licenciado em Humanidades pela Pontifícia Universidade Católica Madre y Maestra, da República Dominicana, doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino (Angelicum) e em Teologia pela Universidad Pontifícia Bolivariana, de Medellín, Colômbia.[carece de fontes] Tendo em vista a necessidade de formação intelectual, espiritual e doutrinária dos Arautos do Evangelho, Monsenhor João fundou o Instituto Filosófico Aristotélico Tomista (IFAT) e o Instituto Teológico São Tomás de Aquino, bem como o Instituto Filosófico-Teológico Santa Escolástica para o setor feminino. Para ajudar a cuidar das vocações dos jovens, promoveu a abertura de vários colégios de Ensino Médio, entre os quais o Colégio Internacional Arautos do Evangelho, na Grande São Paulo.[carece de fontes] Desde o seu AVC e sequelas decorrentes,[10] iniciadas nos anos 2000, raramente aparece em público.[11] Em 23 de outubro de 2023, no Plenário Juscelino Kubitscheck da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em sessão solene recebeu o Colar de Honra ao Mérito.[12] A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, por sua vez, concedeu-lhe a medalha Tiradentes em 19 de agosto de 2024.[13][14] Morreu em Franco da Rocha na madrugada de 1 de novembro de 2024, por volta das 02:30, na idade de 85 anos, após 14 anos de padecimento decorrentes de um AVC.[15] ControvérsiasEm 12 de junho de 2017, foi publicada uma carta, datada em 2 de junho de 2017, na qual Monsenhor João Clá Dias anunciava sua renúncia ao cargo de Superior Geral dos Arautos do Evangelho[3] em meio a investigações do Vaticano. Um elemento nesta investigação foi um vídeo apresentado por Andrea Tornielli,[16] em um artigo publicado no jornal italiano La Stampa, que mostrava vários membros dos Arautos do Evangelho, incluindo o Monsenhor Clá, ouvindo uma descrição de um "exorcismo", a qual, dentre outros relatos, "as chaves Pontifícias estavam na mão do diabo mas iam passar para as mãos" do Monsenhor.[4][17] Segundo a revista Veja, o ponto máximo da descrição do exorcismo é quando o Papa Francisco se torna o assunto. “E o Vaticano?”, pergunta o sacerdote do diálogo. Resposta: “Estou na cabeça. Ele é meu. Eu mexo na cabeça. Ele faz tudo o que quero. Ele é um estúpido. Ele me serve”. Pergunta o sacerdote: “Como será a morte dele?” Diz o demônio: “Ele vai escorregar e vai cair. Vai bater a cabeça. Mas ainda falta um pouco. Vai ser no Vaticano. E virá outro papa, Rodé. E será bom”.[18] Naquela época, os Arautos emitiram uma nota de esclarecimento afirmando que este era um vídeo antigo e que o vazamento havia ocorrido de forma inadequada e fora de contexto. Além disso, esclareceu que todas as medidas apropriadas foram tomadas de acordo com o Direito Canônico e à luz da teologia católica.[19] Em outubro de 2019, uma investigação do Ministério Público foi aberta devido a diversas denúncias de maus tratos, tortura e humilhação. Há vídeos onde o próprio João Clá agride e humilha jovens.[20] Ao Fantástico, três representantes dos Arautos do Evangelho repudiaram todas as acusações e disseram que são vítimas de perseguição religiosa.[21] Há também um relato de abuso sexual que teria sido cometido por João Clá Dias,[22] porém a Polícia Civil do Estado de São Paulo concluiu que não há indícios de materialidade para esta denúncia.[23] Ver tambémReferências
Ligações externas |