João Pedro Mésseder (nome literário de José António Gomes) nasceu em 1957, no Porto. É investigador e Professor Coordenador de Literatura da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto, tendo-se doutorado em Literatura Portuguesa do século XX pela Universidade Nova de Lisboa e publicado diversos estudos nos âmbitos da História e da Crítica Literária (Literatura Portuguesa Contemporânea e Literatura para a Infância e a Juventude), além de várias antologias, assinados com o seu nome civil. Nesta qualidade, fundou e dirigiu a revista Malasartes – Cadernos de Literatura para a Infância e a Juventude.
Textos seus têm sido utilizados em espetáculos teatrais de grupos como Andante, Sopa de Letras, Renascer, teatromosca, Gisela Cañamero / arte pública, TIN.BRA - Teatro Infantil de Braga, Imaginar do Gigante, O Som do Algodão e Colibri. Criou o texto principal para o espetáculo Lenheiras de Cuca-Macuca (2008) do Teatro e Marionetas de Mandrágora, com encenação de José Caldas. Vários dos seus poemas e outros textos foram musicados, interpretados e gravados pelo Bando dos Gambozinos[1], sob a direção musical de Suzana Ralha, tendo o Romance do 25 de Abril sido integralmente musicado por Pedro Moura e apresentado, sob a forma de opereta infantil, num espetáculo realizado na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, em 25 de Abril de 2007. Em 2010, por encomenda da Rádio e Televisão de Portugal, escreveu o conto Comédia italiana, a partir do quadro, com o mesmo título, de Columbano. Com base em ambos foi realizado um filme de animação. Em 2018, escreveu também para a RTP os contos A Fada das Multiplicações e Há Amigos e Amigos. Em 8 de Dezembro de 2020, do seu livro O Aquário foi feita uma leitura animada na rubrica “Histórias à solta”, do espaço infantil Zig-Zag, da RTP2.
Obra
João Pedro Mésseder estreia-se duplamente no campo da poesia e da literatura para a infância e a juventude, no ano de 1999, com A Cidade Incurável e Versos com Reversos. A sua poesia é marcada pela brevidade formal, pela contenção e vigor verbais e pela exatidão das imagens, sugerindo mais do que diz. A sua poesia revela, não raro, uma reflexão sobre problemas sociais historicamente inscritos, como podemos ler em «Além Tejo, os Homens»: «Em certos dias não enjeita a cor da cal. E cede ao incêndio da planície, com o olhar derrotado pelo sol. / Mas hoje acende um dia para quebrar a voracidade desse espelho. E caminha ombro a ombro com pilares de sangue e suor que atravessaram séculos de paisagens golpeadas. Mas nunca cessaram de florir por dentro da fome. No rigor de uma ambição civil, quotidiana»[2].
Fontes
↑Associação cultural sem fins lucrativos que exerce a sua atividade no domínio da educação pela arte, no Porto, desde 1975. Os Gambozinos têm trabalhado predominantemente autores portugueses, em diversos casos com a gravação de inéditos escritos especificamente para o grupo, e têm um vasto registo de colaboração com músicos e compositores nacionais e estrangeiros de todas as áreas musicais.