João Baptista Brandão de ProençaJoão Baptista Brandão de Proença foi um professor público de primeiras letras (Ensino Primário) de Curitiba entre as décadas de 1830 e 1860. Foi o autor do primeiro Hino do Paraná, quando da emancipação da província em 1853, e é tido por muitos autores como o principal formador das elites paranaenses desde então. BiografiaProfessor de Ensino Primário na comarca de Curitiba, então parte da província de São Paulo, João Baptista Brandão de Proença ganhou notoriedade após a emancipação da região, pouco povoada na época, tornando-se o único professor público da capital e destacado intelectual local. Sacristão da Igreja Matriz de Curitiba desde os 19 anos de idade, tornou-se funcionário público a partir da década de 1830, logo ingressando no magistério público local. A partir de 1848, pleiteou o cargo de vereador. Porém, destacou-se na política local como Juiz de Paz, atuando nas pequenas causas e no processo eleitoral sob ambos os partidos políticos do Império por mais de 50 anos. Foi um forte apoiador da monarquia brasileira e de Zacarias de Góis e Vasconcelos, primeiro presidente de província do Paraná.[1] Sua família foi formada por inúmeros docentes, entre lentes, professores normalistas e administradores de instituições educacionais. Hino do ParanáQuando da emancipação da província do Paraná, em 1853, foi encarregado da elaboração do primeiro hino paranaense, conhecido à época como o Hino da Emancipação[2]:
Foi o único hino paranaense durante todo o período imperial, sendo substituído, em 1893, por obra de Eugênio Nogueira. O hino atual do estado foi adotado em 1947. DocênciaNomeado docente pela Lei de 15 de outubro de 1827, Baptista Brandão começou a atuar no magistério a partir de 1835, se destacando na busca pelo reconhecimento dos professores públicos, em especial na questão da remuneração adequada desses profissionais. Foi um dos maiores defensores do chamado Método Lancaster (ou "Ensino Mútuo") na região, dirigindo petições a esse respeito à Câmara Municipal de Curitiba e à presidência da província. Segundo ofício seu de 1835[3]:
No mesmo período, foi autor do Compendio de Grammatica Portuguesa. Sob o governo provincial de Zacarias de Góes e Vasconcelos, primeiro presidente da província, foi encarregado de elaborar o parecer intitulado O ensino primário em 1854[4], a respeito da situação material e financeira do ensino público na nova província. Segundo o professor:
No mesmo parecer, utilizava-se de exemplos de outros países para defender de forma enfática a obrigatoriedade do ensino, criticando o analfabetismo generalizado presente no país. Suas teses foram endossadas pela Assembleia Legislativa Provincial do Paraná, através da Lei n.º 17 de 14 de setembro de 1854 (obrigatoriedade do ensino) e da Lei n.º 21 de 02 de março de 1857 (ajuste salarial docente).[5] Bibliografia
Referências
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