Haldane foi um dos fundadores, junto com Ronald Fisher e Sewall Wright, da Genética populacional. Ajudou a desenvolver as tabelas de mergulho usadas pela Marinha Inglesa e Americana durante a II Guerra Mundial, e que serviu de base para as tabelas usadas até hoje por todos os mergulhadores. Emigrou em 1957 para a Índia, obtendo a cidadania indiana. Haldane também deu a ideia aceita até hoje sobre a origem da vida, assim como Oparin. Além disso, no seu tratado intitulado "Enzimas" sugeriu que as interações fracas que se estabelecem entre a enzima e o seu substrato poderiam ser usadas para distorcer a molécula do substrato e catalisar a reação. Esse conhecimento representa o cerne da compreensão atual da catálise enzimática.
Biografia
Haldane nasceu na cidade de Oxford, filho do fisiologista John Scott Haldane e de Louisa Kathleen Haldane, descendente de uma família aristocrata intelectual escocesa; sua irmã mais nova, Naomi, se tornou escritora. Seu tio, Richard Haldane I, Visconde Haldane, era político e Secretário de Estado de Guerra, e sua tia era a autora Elizabeth Haldane. Seu pai era um cientista, filósofo e liberal, e sua mãe uma conservadora. Haldane interessou-se no trabalho de seu pai logo durante a infância. O resultado de seu longo estudo do mundo natural e sua devoção a evidências empíricas o tornaram ateu. Ele sentia que o ateísmo era a única dedução disponível em vista de todas as evidências, dizendo, "Minha prática como cientista é ateia. Isso quer dizer, quando realizo um experimento eu assumo que nenhum deus, anjo ou demônio irá interferir em seu curso... Eu seria intelectualmente desonesto se eu não fosse ateísta com os assuntos do mundo".[1]
Seguindo os passos de seu pai, a primeira publicação de Haldane foi sobre o mecanismo de troca gasosa pela hemoglobina no The Journal of Physiology[2]. Ele investigou vários aspectos das funções renais e do mecanismo de excreção.[3]
Haldane foi uma das três principais figuras a desenvolver a teoria matemática da genética populacional, junto com Ronald Fisher e Sewall Wright. Ele desempenhou um papel importante na síntese evolutiva moderna do início do século XX. Ele restabeleceu a seleção natural como o mecanismo central da evolução, explicando-a como uma consequência matemática da herança mendeliana.[4][5] Ele escreveu uma série de dez artigos, A Mathematical Theory of Natural and Artificial Selection, derivando expressões para a direção e taxa de mudança de frequências genéticas, e também analisando a interação da seleção natural com mutação e migração. A série consiste em dez artigos publicados entre 1924 e 1934 em periódicos como Biological Reviews (parte II), Mathematical Proceedings of the Cambridge Philosophical Society (partes I e de III a IX) e Genetics (parte X).[6][7][1] Ele deu uma série de palestras baseadas nesta série na Universidade de Gales em 1931, e elas foram resumidas em seu livro, The Causes of Evolution, em 1932.[8]
Opiniões sociais e científicas
Clonagem humana
Haldane foi o primeiro a pensar na base genética para a clonagem humana e na eventual criação artificial de indivíduos superiores. Para isso, ele introduziu os termos "clone" e "clonagem",[9] modificando o anterior "clon" que tinha sido usado na agricultura desde o início do século XX (do grego klōn, galho).
Ectogênese e fertilização in vitro
Seu ensaio Daedalus; or, Science and the Future (1924) postulou o conceito de fertilização in vitro, que ele chamou de ectogênese. Ele imaginou a ectogênese como uma ferramenta para criar indivíduos melhores (eugenia).[10] O trabalho de Haldane foi uma influência no Admirável Mundo Novo de Huxley (1932) e também foi admirado por Gerald Heard. Vários ensaios sobre ciência foram coletados e publicados em um volume intitulado Mundos Possíveis em 1927. Seu livro, A.R.P. (Precauções contra ataques aéreos) (1938) combinou sua pesquisa fisiológica sobre os efeitos do estresse no corpo humano com sua experiência de ataques aéreos durante a Guerra Civil Espanhola para fornecer um relato científico dos prováveis efeitos dos ataques aéreos que a Grã-Bretanha sofreria durante a Segunda Guerra Mundial.
(1937) My Friend Mr Leakey. Vigyan Prasar 2001 reimpr. ISBN 81-7480-029-8
(1938) Air Raid Precautions (A.R.P.). Victor Gollancz
(1938) The Marxist Philosophy and the Sciences. Random House, Ayer Co. reimpr. ISBN 0-8369-1137-7
(1938) Heredity and Politics
(1938) Reply to A.P. Lerner's Is Professor Haldane's Account of Evolution Dialectical?
(1939) Preface to Engels' Dialectics of Nature
(1939) From The Marxist Philosophy and the Sciences
(1940) Science and Everyday Life, Macmillan, 1941 Penguin, Ayer Co. 1975 reimpr. ISBN 0-405-06595-7
(1940) Lysenko and Genetics
(1940) Why I am a Materialist
(1941) Science in Peace and War, Lawrence & Wishart Ltd.
(1941) The Laws of Nature
(1941) New Paths in Genetics, George Allen & Unwin
(1943) Heredity & Politics, George Allen & Unwin
(1945) Why Professional Workers should be Communists, Londres: Communist Party
(1947) Adventures of a Biologist
(1947) Science Advances , Macmillan
(1947) What is Life?, Boni & Gaer, 1949 ed. Lindsay Drummond
(1949) What is Life?
(1951) Everything Has a History, Allen & Unwin—Includes "Auld Hornie, F.R.S."; C.S. Lewis's "Reply to Professor Haldane" is available in "On Stories and Other Essays on Literature," ed. Walter Hooper (1982), ISBN 0-15-602768-2
(1954) The Origin of Life, New Biology 16, 12–27. Sugiere que una bioquímica alternativa podría estar basada en amoníaco líquido
(1954) Biochemistry of Genetics
(1955) "Origin of Man". Nature 176, 169
(1957) The cost of natural selection
(1963) Little Science, Big Science
(1964) "Cancer's a Funny Thing". New Statesman, 21 de febrero de 1964