Instrumento da Rendição Alemã
O Instrumento da Rendição Alemã [a] foi o documento que marcou, oficialmente, o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. Foi assinado às 22:43 CET do dia 8 de maio de 1945 [b], e a rendição foi levada a efeito às 23:01 CET do mesmo dia. No dia anterior, a Alemanha havia assinado um documento semelhante, também de rendição aos Aliados, em Reims, França. Entretanto a União Soviética não reconheceu tal documento, sendo então necessário assinar um outro. Ademais, imediatamente após a assinatura, as forças alemãs receberam ordens de cessar-fogo no oeste e continuar lutando no leste. A Alemanha sob o Governo de Flensburg - liderado pelo chefe de estado, Grande Almirante Karl Dönitz - também acatou a decisão dos Aliados de firmar um novo documento, o que foi feito na sede da Administração Militar Soviética na Alemanha (em Berlim-Karlshorst). O Instrumento de Rendição Alemã foi assinado por representantes do Oberkommando der Wehrmacht (OKW) [c] e da Força Expedicionária Aliada, representada pelos britânicos e pelo Comando Supremo do Exército Vermelho, com os representantes franceses e americanos assinando como testemunhas. Dessa vez, o General-marechal de campo [Wilhelm Keitel]] foi o representante máximo da Alemanha na cerimônia de assinatura. O documento de rendição da Alemanha também levou à "queda de facto da Alemanha nazista". Em consequência, os Aliados ocuparam a Alemanha, o que seria confirmado posteriormente, em 5 de junho de 1945, por meio da Declaração de Berlim, emitida conjuntamente pelos quatro países Aliados (Estados Unidos, Reino Unido, França e União Soviética), agora como representantes da nova Alemanha, . Houve três versões linguísticas do documento de rendição - inglês, russo e alemão - sendo que as versões em inglês e russo foram proclamadas, no próprio documento, como as únicas autorizadas. O dia 8 de maio de 1945 ficou conhecido como o Dia da Vitória na Europa, enquanto que, para os soviéticos, o Dia da Vitória é celebrado em 9 de maio, pois o documento foi assinado após a meia-noite, segundo o horário de Moscou. Na Alemanha, a data ficou conhecida como "Dia da Capitulação" (Tag der Kapitulation),[1] porém esse termo raramente é utilizado. PreparativosA preparação do texto do instrumento de rendição começou a ser preparado pelos representantes dos Estados Unidos, União Soviética e do Reino Unido na Comissão de Assessoramento Europeia (CAE) durante 1944. Em 3 de janeiro de 1944 o Comitê de Segurança da CAE propôs
O comitê também sugeriu que o instrumento de rendição seja assinado pelos representantes do Alto Comando Alemão. Essa recomendação tinha como objetivo prevenir a repetição da lenda da punhalada pelas costas, criada pela Alemanha após a derrota na Primeira Guerra Mundial, desde que o ato de rendição de novembro de 1918 foi assinado os representantes do governo e os militares alemães afirmavam que o Alto Comando não era responsável pela derrota. Nem todos concordaram com as previsões do Comitê de Segurança a respeito do fim da guerra. O embaixador William Strang, representante britânico na CAE, afirmou:
Os termos de rendição foram primeiramente discutidos no primeiro encontro da CAE em 14 de janeiro de 1944. Em 14 de março de 1945, a CAE teve uma reunião com os representantes da Tchecoslováquia, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Noruega, Iugoslávia e Grécia para discutir o instrumento de rendição. O governo tcheco propôs que deveria ser incluído um parágrafo no documento contra a aquisição de territórios através do uso da força e mencionar a responsabilidade do estado alemão para com a guerra. Devido terem desempenhados um papel menor junto as Nações Aliadas, os representantes da Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo recomendaram que o instrumento de rendição deveria deixar claro qual o papel dos países menores no controle da Alemanha. O governo norueguês requisitou que fossem incluídas referências específicas para a rendição das tropas alemãs em seu território. O governo iugoslavo declarou não ter intenção de fazer nenhuma recomendação específica até um acordo da unidade de governo entre Josip Broz Tito e o primeiro-ministro Ivan Šubašić. O governo grego requisitou que fosse incluído no documento uma cláusula de que todo o equipamento militar das tropas alemãs que estivessem em território grego no momento da rendição deveria ser incorporado ao Governo Real Grego.[4] Cerimônia de RendiçãoRendição em ReimsO primeiro Instrumento de Rendição foi assinado em Reims às 02h41 Horário da Europa Central em 7 de maio de 1945. A assinatura aconteceu em uma escola que serviu como Comando Supremo das Forças Expedicionárias Aliadas [5] e passou a ter efeito a partir de 23h00 de 8 de maio.[6] A rendição incondicional das forças armadas alemãs foi assinada pelo Generaloberst Alfred Jodl, em nome do Oberkommando der Wehrmacht ("Alto comando das Forças Armadas") e como representante do novo Reichspräsident, o Großadmiral Karl Dönitz. Walter Bedell Smith assinou em nome dos Aliados Ocidentais e Ivan Susloparov pelos Soviéticos.[7] O Major-General francês François Sevez assinou como testemunha oficial. Rendição em BerlimOs soviéticos diziam que a rendição era um evento histórico único e singular. Eles também acreditavam que não deveria ocorrer em território libertado, vitimado pelas agressões alemãs, mas sim do local onde as ordens de ataque do governo alemão eram dadas: Berlim.[8] O lado soviético insistia que o ato de rendição deveria ser considerado um "protocolo preliminar de rendição",[9] então os aliados concordaram que outra cerimônia deveria acontecer em Berlim.[9] O segundo ato militar de rendição foi assinado pouco depois da meia noite de 8 de maio[10] e ocorreu na Administração Militar Soviética, em Berlin-Karlshorst, atual Museu Alemão-Russo Berlin-Karlshorst. Representantes:
NotasReferências
Bibliografia
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