Instituto de Infectologia Emílio Ribas
Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), também conhecido como Hospital Emílio Ribas, é um hospital público brasileiro especializado em infectologia localizado em São Paulo. É um dos primeiros a tratar de casos de vírus da imunodeficiência humana (VIH) no país.[1][2] A sede do Hospital situa-se próxima à estação Clínicas do Metrô de São Paulo, perto da Faculdade de Medicina e do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.[3] As duas edificações e o portão original do instituto são tombados a nível municipal. A resolução que decidiu o tombamento descreve que "o conjunto formado pelos pavilhões remanescentes do antigo Hospital de Isolamento de São Paulo (atual Hospital Emílio Ribas) e seu portão original apresenta inestimável valor histórico, arquitetônico e ambiental."[4] HistóriaOrigens e construçãoNo final do século XIX, doenças altamente infecciosas, em especial a varíola, causavam enormes problemas de saúdes. Em 1875, José Guedes Portilho, vereador da província de São Paulo, afirmou em discurso que era "urgente a abertura de um lazareto na capital, onde possa ser recolhidos os infelizes acometidos de varíola".[5][6] A necessidade levou à construção do hospital, e as obras começaram em 1876[5] e duraram 4 anos. Em 1880, foi inaugurado o hospital, sob a alcunha de Lazareto dos Variolosos.[7][8] Situado na a estrada de Pinheiros (ao lado da avenida Rebouças), distante do centro populacional da cidade da época, foi renomeado m 1888 como Hospital de Isolamento.[8] Além de varíola,[9] nas primeiras décadas o hospital lidava com surtos de doenças como febre amarela,[10] difteria, febre tifoide,[7] escarlatina e meningite meningocóccica.[11] Em 1898, o médico Emílio Ribas assumiu o controle do Hospital de Isolamento indiretamente, devido à sua nominação como diretor do Serviço Sanitário.[8] Nas dependências do Hospital de Isolamento, em 1901, Emílio RIbas confirmou, ao lado de Adolfo Lutz a transmissão da febre amarela por picadas de mosquito.[8] O experimento (que contou também com mais 4 voluntários) se tornou conhecido pelos voluntários terem se deixado picar por mosquitos infectados e 3 deles desenvolveram sintomas.[12] Em 1932, o Hospital de Isolamento foi renomeado como Hospital Emílio Ribas, após uma doação da viúva de Emílio, Maria Carolina Bulcão, à campanha paulista na Revolução Constitucionalista de 1932.[7] Em 1991, outra renomeação mudou o nome oficial para Instituto de Infectologia Emílio Ribas.[8] O ano de 1968 foi o último no qual o Hospital recebeu pacientes de varíola (o motivo principal de sua construção 88 anos antes).[5] Um estudo de 2008 analisou os dados sobre pacientes do Emílio de Ribas de 1898 a 1970, mostrando a série histórica das 11.393 internações de pacientes com varíola no local.[6] Em 1983, foi o primeiro hospital a abrigar um centro dedicado ao combate à AIDS no Brasil, mantendo-se como uma referência no tratamento da doença até os dias atuais.[13][14] Em 2005, uma exposição comemorativa aos 125 anos do Instituto Emílio Ribas foi organizada pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo na Estação Sé do metrô.[15] A história do instituto foi capturada em detalhes no livro Do Lazareto Dos Variolosos Ao Instituto De Infectologia Emilio Ribas: 130 Anos De História Da Saúde Pública No Brasil.[8][16] O livro está disponível para consulta em diversas bibliotecas de acesso público da Universidade de São Paulo.[17] Pandemia de COVID-19 em São PauloO hospital Emílio RIbas participa ativamente da rede de hospitais no combate a Pandemia de COVID-19 no estado de São Paulo. Em 17 de abril de 2020, o hospital anunciou que 100% de seus leitos de UTI estavam lotados.[18] A ala de UTI conta com apenas 30 leitos, mas recebeu solicitações de mais de 40 vagas em apenas 1 dia.[19] Em 15 de abril, David Uip, médico que participa da coordenação do combate ao coronavírus no estado de, prometeteu qu a capacidade de UTI do hospital seria aumentada para 50 leitos em até duas semanas.[20] Uma reforma anunciada em agosto de 2013[21] ainda não foi concluída, com diversos problemas administrativos.[22][23][24] Os problemas relacionados à reforma ganharam destaque na mídia durante a epidemia de COVID-19.[24][25] EstruturaArquiteturaA concepção arquitetônica original do prédio seguiu os modelos de hospitais de isolamento estudados pelo arquiteto francêss Jacques Tenon.[5] BibliotecaA Biblioteca do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER) existe oficialmente já desde 1967, sendo parte integrante do Serviço de Informação e Documentação Científica (SIDC) instituído em 1991 por Decreto Estadual (n° 33.408). O SIDC possui atualmente um acervo de mais de 4.500 títulos (livros) nacionais e estrangeiros além de 45.000 fascículos de periódicos, alguns deles exclusivos na América do Sul, tanto pela especificidade do seu tema (sempre relacionado à Infectologia) quanto por serem edições por demais antigas, ou seja, disponíveis apenas em papel (nunca digitalizadas). UnidadesAlém da unidade principal do instituto, situada em São Paulo, próxima ao metrô Clinicas, o IIER conta com uma segunda unidade na Baixada Santista, no município do Guarujá.[26][27] Pesquisa e EnsinoAlém de hospital, o Insituto conta com programas de formação de profissionais na área da saúde, com um programa de Residência Médica em Infectologia[28] e um programa de pós-graduação stritu sensu (mestrado e doutorado) multidisciplinar voltado à integração de pesquisa básica e a atividade clínica em infectologia.[29] O instituto conta ainda com uma biblioteca de acesso público.[30] A associação de direito privado Centro de Estudos Emílio Ribas organiza grande parte das atividades acadêmicas do local.[31] Veja também
Notas e Referências
Ligações externas |