Ingrid Schmidt
Ingrid Schmidt, posteriormente Ingrid Schmidt Grael (Niterói, 14 de dezembro de 1937[1] — Rio de Janeiro, 22 de Setembro de 2008), foi uma atleta, miss, professora e conhecida nacionalmente por ser a matriarca da família Grael,[2] sendo mãe dos velejadores e medalhistas olímpicos Axel, Torben e Lars Grael. Ingrid foi "Miss Clube de Regatas Icaraí 1955", com o título disputou e venceu o Miss Estado do Rio 1955 e foi Vice-Miss Brasil 1955. HistóriaFamíliaA vida de Ingrid foi sempre ligada ao esporte. Uma dos cinco filhos do lendário engenheiro e velejador dinamarquês Preben Tage Axel Schmidt (nascido em Frederiksberg, na Dinamarca) com Helene Margrete Jelinski (nascida em Ełk, na Prússia Oriental, atual Polônia), o pai de Ingrid foi um dos pioneiros da vela no país e iniciou todos os seus filhos na modalidade. Os gêmeos Axel e Erik, irmãos de Ingrid, foram os primeiros brasileiros campeões mundiais da vela, em 1961, na classe Snipe. Ela ainda tinha os irmãos Rolf e Margarete.[3] Rainha dos Jogos de PrimaveraIngrid fez história desde cedo. Em 1953, aos 15 anos, foi eleita a Rainha dos Jogos da Primavera. Os Jogos da Primavera foram idealizados e promovidos pelo jornalista Mário Filho, para promover o esporte nas escolas do Rio de Janeiro. O concurso da Rainha dos Jogos da Primavera, associado ao evento esportivo, reunia as qualidades atléticas e a beleza da candidata, procurando atrair, bem ao estilo da época, a participação feminina nas atividades esportivas. Vale lembrar que o esporte para as mulheres não era muito praticado e nem bem visto, a ponto de anos antes, em 1941, um Decreto-Lei ter vedado a participação feminina em vários esportes, por considerar "inapropriado à condição feminina". O concurso pretendia mostrar que as mulheres poderiam sim praticar esportes e ainda serem bonitas. Antes de Ingrid, sua irmã mais velha Margret Schmidt, foi eleita duas vezes (1949-1950) a Rainha dos Jogos da Primavera e, então, mudaram a regra. Não era mais possível a reeleição. Seguindo os passos de Margret, Ingrid também se candidatou, em 1953, concorrendo pelo Colégio Anglo-Americano, do Rio de Janeiro. A beleza marcante, associada ao seu desempenho esportivo na vela, natação, saltos ornamentais e esgrima, fez com que conquistasse o título com facilidade. Miss BrasilO concurso Miss Brasil 1955 teve seu ápice na madrugada do sábado 25 de junho com a participação de 19 moças que sonhavam ocupar o trono da baiana Martha Rocha, famosa pelo segundo lugar conquistado no Miss Universo 1954. O grande salão do teatro mecanizado do Hotel Quitandinha estava lotado e o público aplaudiu delirantemente quando Paulo Porto e Lourdes Mayer anunciaram as cinco finalistas. Emília Barreto Corrêa Lima, Miss Ceará, oito pontos, primeiro lugar; Annete Stone, Miss Amazonas; Ingrid Schmidt, Miss Rio de Janeiro; e Ethel Chiaroni, Miss São Paulo, empatadas para o segundo lugar com dois pontos cada uma; e Gilda Medeiros, Miss Pará, um ponto, terceiro lugar.[4] Vida pessoalFoi em uma cerimônia de premiação no Pálacio do Catete e na presença do presidente Café Filho, que conheceu o Coronel Dickson Melges Grael, chefe de gabinete, que se tornaria seu marido. Com ele, Ingrid teve três filhos: Axel Grael, um velejador ambientalista que viraria prefeito de Niterói; Torben Grael, que se tornaria maior medalhista do esporte olímpico brasileiro e da vela mundial; e Lars Grael, dono de duas medalhas olímpicas na vela e mais tarde político após um acidente que decepou sua perna. Também criou o sobrinho Glenn Erik Haynes, filho de sua irmã precocemente falecida Margarete. Era avó de Trine, Marco, Martine, Nicholas e Sofia Grael. Sócia mais antiga do Rio Yacht Club de Niterói, Ingrid teve uma vida itinerante como esposa de militar, viveu no Rio de Janeiro, São Paulo, Osasco, Belém, e Brasília.[5] Ela transmitia um carinho enorme pelos filhos, netos, noras e amigos. Era respeitada e amada por todos da vela, especialmente os contemporâneos de seus filhos. Em sua casa, as bandejas que serviam doces e salgados em festas, eram na verdade bandejas de premiações de campeonatos conquistados pelos filhos e até mesmo por seu pai. Além da vela que a família se especializou, Ingrid era amante do tênis, esporte que começou a praticar na fase adulta, mas que a levou a conquistar a Taça Itamaraty em Brasília nos anos 70. Ainda em Brasília, foi professora de inglês e posteriormente Diretora da Casa Thomas Jefferson. Ao retornar a Niterói, foi professora do Brasas e atuou no ramo empresarial de exportação e importação. Em 2005, foi madrinha do Brasil 1, barco brasileiro que deu a volta ao mundo e terminou a Volvo Ocean Race na terceira posição. Por causa dos filhos, ela costumava brincar que era "A Maior Mãe do Esporte Olímpico Brasileiro". Ingrid faleceu às 10h:30min do dia 22 de Setembro de 2008, aos 70 anos.[6] Ela estava internada no Hospital Samaritano, vítima de um câncer. Seu enterro foi no Cemitério Parque da Colina, no Alto de Pendotiba, em Niterói. Árvore genealógica
Referências
Fontes
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