Igreja de São Mamede (Évora)
A Igreja paroquial de São Mamede é um monumento religioso dedicado a São Mamede situado na cidade de Évora, no Largo Evaristo Cutileiro, na atual freguesia de Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão).[1] A igreja está integrada no Centro Histórico de Évora (classificado como Património Mundial da UNESCO); segundo a Lei n.º 107/2001, encontra-se classificada como Monumento Nacional.[2] Historial / CaracterísticasA igreja teve fundação gótica, estando comprovada documentalmente desde o início do século XIV.[2] O templo primitivo foi alvo de uma remodelação completa em meados do século XVI (reinado de D. João III), com transformação da nave, capelas laterais, complemento do coro e pórtico, estando a abóbada da nave terminada em 1546. Passou então a apresentar uma tipologia arquitetónica que alia elementos maneiristas e da arquitetura chã. A fachada, maneirista, é rematada, superiormente, por frontão triangular. Desconhece-se o autor da traça quinhentista, que poderá ter sido Diogo de Torralva.[2][1]. De planta retangular, a igreja tem uma só nave coberta por abóbada polinervurada revestida por pintura datada de 1691. Talvez ligada à oficina do pintor eborense Lourenço Nunes Varela, nesta pintura decorativa, muito ao gosto da época, "dominam laçarias, arabescos, serafins, aves, flores, frutos, máscaras que envolvem medalhões centrais ornamentados com o Cálice, a Hóstia Sagrada, emblemas alusivos a S. Mamede, de grande cenografia e cromatismo intenso". A igreja alberga ainda um notável conjunto de azulejaria seiscentista que cobre praticamente todo o interior e onde são utilizadas "composições de brutescos e de padrão, onde se destacam os de maçaroca, de grande originalidade e raridade, pois ao invés do que acontece frequentemente, utilizam o esmalte verde, bastante mais raro na azulejaria portuguesa do século XVII". O retábulo do altar-mor, neoclássico, em mármores de vários tons, é uma obra mais tardia.[2] A Sala da Confraria do Santíssimo Sacramento (1564), nos anexos deste templo, apresenta um valioso conjunto de azulejaria da autoria de Gabriel del Barco (1699)[1]. "Revestindo totalmente as paredes da sala, vários painéis figurativos azuis e branco narram cenas bíblicas, destacando-se Moisés fazendo brotar a água da rocha, ou o Filho Pródigo e o Regresso do Filho Pródigo, de grande expressividade, rigor de desenho e variedade de tons de cobalto, resultando num conjunto de grande monumentalidade barroca".[2] Ver tambémGaleria de imagens
Referências
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