Hip hop coreano

Hip hop coreano
Origens estilísticas Hip hop
Contexto cultural Final dos anos 80 - início dos anos 90 na Coreia do Sul.
Instrumentos típicos
Outros tópicos

O Hip hop coreano também conhecido como K-hip hop, é um subgênero da cena hip hop da Coreia do Sul. Se originou no final dos anos oitenta e início dos anos noventa[1][2] e desde então, tornou-se cada vez mais popular no país.[3][4][5] Em 2016, a Korea Foundation citou o hip hop coreano como uma nova tendência da onda coreana.[6]

Além da música, a cultura hip hop da Coreia inclui uma vibrante cena de b-boying.[7][8]

História

1980-1990: Origens do Hip hop coreano

O Hip hop surgiu no país no fim dos anos oitenta e início nos anos noventa, após o fim do regime militar e o afrouxamento da censura na música popular. A realização dos Jogos Olímpicos de Seul em 1988, atraiu a chega de estilos musicais como o hip hop, rap e R&B através da diáspora coreana.[9] A canção "Kim Sat-gat" de 1989 do músico de rock Hong Seo-beom, é creditada como a primeira música pop coreana a conter rap.[1][5][10] No ano seguinte, Hyun Jin-young, lançou seu álbum de estreia New Dance, sendo considerado o primeiro artista de hip hop coreano.[1][11][12]

DJ DOC apresentando-se no Cyworld Dream Music Festival em 2011.

A estreia do grupo Seo Taiji and Boys com a canção "Nan Arayo" em 1992, trouxe um marco a música popular coreana, o grupo incorporou o estilo estadunidense de hip hop e R&B em sua música, tornando-se um movimento tão influente, que são considerados os criadores do K-pop moderno, além disso, sua intensa popularidade abriu caminho para a entrada de artistas pop e de hip hop na Coreia do Sul.[2][13] Outros grupos populares que ajudaram a disseminar o hip hop no mercado mainstream coreano no início dos anos noventa incluem Deux e DJ DOC.[14][15]

1990-2010: Popularidade no mainstream e inovação no underground

A cena hip hop coreana cresceu consideravelmente no fim dos anos 90 e início dos anos 2000, o que se deve em grande parte, à crescente cena do hip hop em clubes e à influência da internet.[3] Enquanto grupos de K-pop continuaram a incorporar rap em suas canções, esse período também viu o surgimento de grupos de hip hop, especialmente Drunken Tiger, considerado o "primeiro grupo de hip hop realmente bem sucedido comercialmente" na Coreia do Sul.[16][17] Seu single "Good Life" liderou as paradas do país em 2001, apesar do grupo ser considerado controverso devido à natureza explícita de suas canções.[18] A dupla Jinusean que assinou contrato com a então nova gravadora do ex-membro do Seo Taiji and Boys, Yang Hyun-suk, também destacou-se, encontrando êxito durante o período com suas canções "Tell Me" e "A-Yo", entre outras.[19][20]

Ainda em 2001, o então rapper underground Verbal Jint lançou seu primeiro EP, Modern Rhymes, onde introduziu uma inovação no hip hop coreano: as rimas. Antes disso, o hip hop coreano não tinha rimas porque era visto como muito difícil devido à estrutura gramatical da língua coreana. O método de Verbal Jint para a criação de rimas foi amplamente adotado por outros artistas.[21][22][23] A dupla de rap Garion também causou impacto na comunidade underground com seu álbum de estreia auto-intitulado em 2004, tornando-se notável por ser inteiramente em coreano.[21][24][25]

Mais artistas coreanos de hip hop obtiveram popularidade e êxito comercial na década de 2000. O álbum de 2004 da dupla Dynamic Duo, Taxi Driver, vendeu mais de meio milhão de cópias, tornando-se o álbum de hip hop coreano mais vendido de todos os tempos na época.[26][27] O grupo Epik High liderou paradas musicais na Coreia do Sul e Japão em meados dos anos 2000 e alcançou o primeiro lugar na Billboard World Albums Chart com seu álbum de 2014, Shoebox.[28][29][30]

2010-presente: Show Me The Money e popularidade internacional

Durante o início da década de 2010, o hip hop coreano continuou a se expandir, o álbum da dupla de rap Leessang, Asura Balbalta, liderou as paradas coreanas com apenas uma hora de lançamento em 2011, com todas as músicas do álbum sendo incluídas no top 10 de várias paradas musicais em tempo real. Em 2012, o perfil do hip hop coreano foi novamente intensificado com a estreia do programa de televisão, Show Me The Money, que apresenta rappers underground e mainstream, o mesmo é creditado como o responsável pelo aumento da popularidade do hip hop no país.[4][6][31] O interesse pelo programa se espalhou desde então, com os rappers que participaram de sua quarta temporada se apresentando nos Estados Unidos em 2015.[4][32] No mesmo ano, o programa Unpretty Rapstar centrado em rappers femininas, foi lançado como um spin-off do Show Me the Money. Além disso, o grupo Epik High realizou uma turnê pela América do Norte, tocando no festival de música e cinema estadunidense SXSW, antes de tornar-se o primeiro grande grupo coreano a se apresentar no festival Coachella no ano seguinte.[33]

A incorporação do gênero trap ao hip hop coreano, tornou-se um fator importante para o seu sucesso crescente no exterior. Apesar de ser menos popular em sua terra natal, o rapper Keith Ape tornou-se uma sensação em 2015 com sua canção "It G Ma".[34][35] A canção foi creditada por ajudar na expansão de público do hip hop coreano no exterior.[3][5][36] Em 2016, a Korea Foundation citou o hip hop coreano como uma nova tendência da onda coreana, um termo comumente utilizado para se referir à recente disseminação da cultura pop coreana em todo o mundo.[6][37] No início de 2017, a primeira premiação de hip hop coreano, foi oferecido por duas das maiores revistas eletrônicas do país: HipHopLE e Hiphopplaya.[38] Em 20 de julho do mesmo ano, Jay Park tornou-se oficialmente parte da gravadora Roc Nation do rapper estadunidense Jay-Z.[39]

Ver também

Referências

  1. a b c Um, Hae-Kyung (2013). «The poetics of resistance and the politics of crossing borders: Korean hip-hop and 'cultural reterritorialisation'». Popular Music. doi:10.1017/s0261143012000542. Consultado em 27 de abril de 2016 
  2. a b «Hippity Hop And You Don't Stop: Korea's Hip-Hop Link to the US». Seoul Beats (em inglês). 25 de fevereiro de 2014. Consultado em 27 de abril de 2016 
  3. a b c Maher, Daniel Milroy (2 de março de 2015). «The Rise Of South Korean Underground Hip-Hop». Complex UK. Consultado em 27 de abril de 2016 
  4. a b c Bai, Stephany (28 de janeiro de 2016). «South Korean Rap Competition Series to Hold Auditions in U.S.». NBC News. Consultado em 27 de abril de 2016 
  5. a b c Lee, Madeleine (1 de dezembro de 2015). «2015 Was Korean Rap's Breakthrough Year». NOISEY. Consultado em 27 de abril de 2016 
  6. a b c Lee, Woo-young (12 de abril de 2016). «Han Dong-chul, mastermind of Korean hip-hop boom». The Korea Herald. Consultado em 1 de maio de 2016 
  7. Lee, Hyo-won (4 de julho de 2011). «'Ruthless' Koreans sweep B-Boy tournament». CNN Travel. Consultado em 27 de abril de 2016 
  8. Usher, Charles (5 de julho de 2011). «South Korea: World breakdancing capital?». Christian Science Monitor. ISSN 0882-7729. Consultado em 27 de abril de 2016 
  9. Yu Danico, Mary. Asian American Society: An Encyclopedia. [S.l.]: Sage Publications. p. 616 
  10. Eperjesi, John R. (7 de março de 2012). «Korean Beat Attitudes: Rainhat Poet and Ko Un». The Huffington Post. Consultado em 28 de abril de 2016 
  11. Dillow, Gordon (9 de maio de 1993). «Rap's Seoul Brother : Dance Transcended All Language Barriers for Korean Music Star». Los Angeles Times (em inglês). ISSN 0458-3035. Consultado em 28 de abril de 2016 
  12. Cha, Yo-rim (23 de agosto de 2013). «Hyun Jin-young to release first new track in 6 years». Korea Herald. Consultado em 28 de abril de 2016 
  13. «The Root of K-Pop: The Influences of Today's Biggest Acts». Billboard. 6 de agosto de 2013. Consultado em 28 de abril de 2016 
  14. «Way Back Wednesday : Originators of Swag in K-pop, Deux». All Kpop. 13 de junho de 2012. Consultado em 28 de abril de 2016 
  15. «Way Back Wednesday : The Original Bad Boys of K-Pop "DJ DOC"». All Kpop. 18 de abril de 2012. Consultado em 28 de abril de 2016 
  16. «Keeping it real: What is authentic about Korean hip hop?». Beyond Hallyu (em inglês). 4 de fevereiro de 2015. Consultado em 28 de abril de 2016 
  17. Forrest, Brett (novembro de 2000). «Silence Makes The Beast Grow Stronger». SPIN Magazine. Consultado em 28 de abril de 2016 
  18. Ha, Julie (31 de janeiro de 2014). «Korea's Hip-Hop Legend Tiger JK is a Rebel with a Cause». KoreAm Journal. Consultado em 28 de abril de 2016 
  19. «Way Back Wednesday: Jinusean». All Kpop. 29 de fevereiro de 2012. Consultado em 28 de abril de 2016 
  20. «Jinusean tops music charts with 'Tell Me One More Time'». Korea Herald. 15 de abril de 2015. Consultado em 28 de abril de 2016 
  21. a b «15 Korean Rappers You Should Know That Aren't Psy». XXL Magazine. 12 de fevereiro de 2013. Consultado em 28 de abril de 2016 
  22. Kim, Hyo Jeong (16 de agosto de 2012). «The man who made Korean hip-hop history». Jeju Weekly. Consultado em 28 de abril de 2016 
  23. Noh, Hyun-gi (24 de janeiro de 2012). «Verbal Jint emerges from underground». Korea Times. Consultado em 28 de abril de 2016 
  24. Surh, Jung-min (4 de novembro de 2010). «Garion rises in hip-hop scene». The Hankyoreh. Consultado em 29 de abril de 2016 
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  26. «Dynamic Duo Members Start Military Service». Korea Times. 13 de outubro de 2009. Consultado em 1 de maio de 2016 
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  28. Kim, Ji-soo (2 de novembro de 2014). «Epik High ponders secrets of success». Korea Times. Consultado em 1 de maio de 2016 
  29. Lee, Madeleine (22 de maio de 2015). «The Noisey Guide to Korean Rap Pioneers Epik High». NOISEY. Consultado em 1 de maio de 2016 
  30. Benjamin, Jeff (3 de novembro de 2014). «Epik High Notches First No. 1 on World Albums With 'Shoebox'». Billboard. Consultado em 1 de maio de 2016 
  31. Hicap, Jonathan M. (13 de fevereiro de 2016). «Hip hop getting more popular in Korea – San E». The Manila Bulletin (em inglês). Consultado em 1 de maio de 2016 
  32. «'Show Me The Money 4' Confirms Los Angeles And New York City Shows, Ticket Sale Dates». KpopStarz. 13 de agosto de 2015. Consultado em 2 de maio de 2016 
  33. Herman, Tamar (12 de abril de 2016). «Epik High on Being First Major South Korean Act to Play Coachella: 'It Feels Like a Miracle'». Billboard. Consultado em 2 de maio de 2016 
  34. Caramanica, Jon (13 de agosto de 2015). «Getting Rowdy: Keith Ape and Real Rap in Korea». The New York Times. ISSN 0362-4331. Consultado em 2 de maio de 2016 
  35. Glasby, Taylor (10 de setembro de 2015). «How the Korean trap star behind 'It G Ma' ended up at NYFW». Dazed. Consultado em 2 de maio de 2016 
  36. Glasby, Taylor (24 de novembro de 2015). «How Okasian is pushing Korean hip hop forward». Dazed. Consultado em 2 de maio de 2016 
  37. Leong, Melissa (2 de agosto de 2014). «How Korea became the world's coolest brand». Financial Post. Consultado em 1 de maio de 2016 
  38. «Korean Hip Hop Awards Winners 2017». khoployalist (em inglês). 1 de março de 2017. Consultado em 24 de julho de 2017 
  39. «Kpop Star Signs With Jay-Z's Roc Nation, 'This Is A Win For Asian Americans». Inquisitr (em inglês). 26 de julho de 2017. Consultado em 24 de julho de 2017