Heranes II Nota: Para outros significados, veja Heranes.
Heranes II (em latim: Haeranes; em aramaico: Hairan) ou Hereniano (em latim: Herennianus) foi um nobre palmireno do século III, filho do rei de reis Odenato (r. 252–267) e da augusta Zenóbia (r. 267–272). Pouco se sabe sobre ele, e toda informação acerca dele é fruto de especulação. Ele teve um meio-irmão homônimo, Heranes I (r. 251–267), cogovernante com Odenato, com quem é confundido muitas vezes. Não se sabe a data de seu nascimento nem quando faleceu, apenas que sobreviveu à morte de seu pai e estava ativo no início do reinado de seu irmão Vabalato (r. 267–272). FamíliaHeranes era filho de Odenato e sua segunda esposa Zenóbia, neto de Heranes, bisneto de Vabalato e tataraneto de Nasor.[1] Seu nome, ao contrário do de seu pai, que era árabe, tinha origem aramaica.[2] Era meio-irmão Heranes I, fruto da relação de Odenato com esposa anterior, e irmão de duas moças, cujos nomes não são conhecidos mas se sabe que se casaram, respectivamente, com o imperador Aureliano (r. 270–275) e um senador romano, e Vabalato e Sétimo Antíoco.[3] A História Augusta (HA) menciona outros dois filhos de Zenóbia, Hereniano e Timolau, cuja existência é questionada; alguns pensam que o primeiro era variante do nome de Heranes II, ao passo que o segundo pode ser uma figura fabricada,[4][5] um indivíduo de fato (cujo nome, aqui registrado na forma latinizada, tem a variante palmirena Taimallat) ou uma corrupção do nome de Vabalato.[6] VidaSua existência foi estabelecida pela descoberta de um selo de cobre (RTP 736).[7] Nele há imagens de dois sacerdotes, um de cada lado. Num dos lados, o nome de Vabalato foi gravado sobre a imagem com legenda, enquanto o nome de Heranes aparece no outro lado; o nome de Odenato está registrado em ambas as faces.[8] O nome da mãe deles não está inscrito e o selo não foi datado.[7] Para Henri Arnold Seyrig, Heranes II era mais velho que Vabalato, mas não reinou após a morte do pai.[8] Andreas Alföldi pensou que Sétimo Herodiano, citado num selo de cobre e comumente associado a Heranes I,[9][10] podia ser Hereniano; outro selo associado a Sétimo Herodiano representa uma mulher coroada com folhas de loureiro e ela, para Alföldi, era Zenóbia.[11] David Stone Potter, por exemplo, concorda com Alföldi,[12] enquanto Udo Hartmann discorda.[13] Nada se sabe sobre sua vida, tendo sido citado apenas em 267, no contexto do assassinato de Odenato e Heranes I. As versões dos eventos são muitas, mas numa delas, apresentada pela HA (que igualmente cita outras duas versões), o assassino era Meônio, primo ou sobrinho de Odenato, e ele realizou o crime a mando de Zenóbia. Segundo a fonte, Zenóbia ressentia que Heranes (Hereniano na fonte) e Timolau estivessem numa posição inferior àquela de seu afilhado e por isso ordena que Meônio mate-os.[14] A HA diz que Zenóbia assumiu o trono em nome deles, vestiu-os na púrpura como imperadores e levou-os em reuniões públicas, que assistiu à semelhança de Dido, Semíramis e Cleópatra. A própria HA indica que a forma como morreram é incerta e apresenta duas versões: na primeira, foram mortos por Aureliano à época da conquista do Império de Palmira (272); na segunda, morrem de causas naturais, pois ainda havia no tempo que a obra foi escrita (século IV) descendentes nobres de Zenóbia em Roma.[15] Referências
Bibliografia
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