Henrique Onambwé

Henrique Onambwé
Henrique Onambwé
Nascimento 5 de maio de 1940
Porto Amboim
Morte 15 de outubro de 2023
Lisboa
Cidadania Angola
Alma mater
Ocupação político, engenheiro, militar, geólogo, empresário

Henrique de Carvalho Santos (Porto Amboim, 5 de maio de 1940Lisboa, 15 de outubro de 2023)[1], também conhecido por Henrique Onambwé e simplesmente Onambwé, foi um engenheiro, geólogo, político, militar, empresário[2] e líder anticolonial angolano, que ocupou diversos cargos no governo de seu país, incluíndo o de Ministro da Indústria.[3] Foi o autor da bandeira de Angola.[4]

Nasceu em Porto Amboim, na província do Cuanza Sul, em 5 de maio de 1940.[5] Mudou-se para Luanda para poder frequentar o Liceu Salvador Correia.[5]

Iniciou a sua formação superior em Portugal, matriculando-se no curso de geologia.[5] Foi alistado nas Forças Armadas Portuguesas,[5] mas, em 1961, fez parte do grupo da chamada "Fuga dos 100",[5] uma deserção em massa das tropas portuguesas[5] que incluiu, dentre outros nomes, Iko Carreira (posteriormente Ministro da Defesa angolano),[6] Pedro Pires (posteriormente Presidente de Cabo Verde)[7] e Joaquim Chissano (posteriormente Presidente de Moçambique).[6]

Já integrado na luta anticolonial do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA),[5] Henrique Onambwé recebeu uma bolsa de estudos em 1961 para a Alemanha Ocidental,[5] onde formou-se engenheiro pela Universidade de Heidelberg.[3] Em 1963 o partido o enviou para receber treino militar em Tédula, nos Marrocos.[5] Em 1964, o partido providenciou uma segunda bolsa de estudos,[5] desta vez para formar-se em geologia na Universidade de Havana, em Cuba.[8] Em Cuba, fez novamente treino e formação militar.[5]

Ao regressar a Angola, em 1969, foi designado chefe de artilharia, e em 1971 foi adjunto do Comando da Sub-Região Norte da III Região Político-Militar constituída pelos territórios do leste.[5] Em 1973 foi nomeado comandante de uma coluna das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) com a missão de operar na Sub-Região Sul.[5]

Os membros do MPLA elegeram-no para o Comité Central durante a Conferência Inter-Regional de Setembro de 1974, com a função de Secretário do Comité Central para a Informação.[2] Após o cessar-fogo do MPLA com Portugal, foi incumbido a Henrique Onambwé a leitura, no Estádio da Cidadela, em Luanda, em 9 de agosto de 1974, a declaração que o MPLA dirigiu à população da capital e na qual se assumiu como a força mais bem preparada para governar Angola.[2][5]

Em 1975 compôs o Conselho Presidencial do Governo de Transição, secretariando a pasta do Interior chefiada pelo engenheiro Ngola Kabangu, da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).[9][5] Em agosto de 1975 passou a ocupar interinamente o cargo de Ministro do Interior até a proclamação da independência nacional.[2]

Exerceu funções de diretor-adjunto na Direcção de Informação e Segurança de Angola (DISA) e membro da Mesa Política até dezembro de 1977,[10] sendo o principal nome operacional na repressão a tentativa de golpe de Estado em Angola em 1977.[2]

Foi reeleito, em dezembro de 1977, no I Congresso do MPLA, para o Comité Central, sendo também eleito membro suplente do Bureau Político e membro do secretariado do partido.[2]

Em 1979, por indicação da direção do partido, foi eleito secretário para o Departamento dos Órgão Estatais e Judiciais do MPLA, cargo que desempenhou até 1985. Deixou as funções para se tornar Ministro da Indústria até 1989.[3]

Passou à reserva militar em 7 de outubro de 1992, com a patente de major-general das FAPLA, tendo sido promovido em 1995 a tenente-general das Forças Armadas Angolanas e reformado em 31 de dezembro de 1998 como general.[2]

A partir de meados da década de 1990 passou a dedicar-se somente às atividades empresariais nos ramos de pescas e de mineração.[2]

Morreu em Lisboa, em 15 de outubro de 2023, vítima de doença.[2] Foi velado e sepultado em Luanda.[2]

Referências