No jornal Metropolitano a cineasta começou o trabalho de repórter. Por dominar o inglês e francês era requisitada para fazer entrevistas com personalidades estrangeiras – talvez, também seja esse o início da carreira de documentarista. Helena, ainda adolescente, entrevistou, por exemplo, a escritora Clarice Lispector, e os filósofos Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre quando estiveram de passagem ao Brasil.[10]
Sua estreia como cineasta se deu em 1966 com o curta-metragem A Entrevista. Em 1969, dirigiu o documentário Meio-dia, dessa vez uma ficção sobre a revolta de alunos em sala de aula, que tem como contexto o período da ditadura e a música de Caetano Veloso, É proibido proibir. Na década de 1970, passou a residir nos Estados Unidos, onde permaneceu por cerca de 30 anos. A partir dos anos 1980, dirigiu uma série de documentários para canais de televisão internacionais, como HBO, PBS, Channel 4, Rádio e Televisão de Portugal, National Geographic Channel, entre outros.[11] Seus documentários e longas-metragens abordam tópicos diversos, como as vidas das mulheres na América Latina, problemas contemporâneos vividos por pessoas nativas das Américas do Sul e Central, como no filme From the Ashes: Nicaragua Today, que narra as raízes do Movimento Nacional de Libertação da Nicarágua, que leva à Revolução Sandinista e à derrubada da ditadura de Anastásio Somoza Debayle, em 1979. Também são investigadas as sucessivas invasões de tropas americanas de fuzileiros navais ao país, ao longo do século XX.[12][13]
Em 2004, concluiu seu primeiro longa-metragem de ficção, Vida de Menina, protagonizado por Ludmila Dayer. O filme recebeu 6 Kikitos no Festival de Gramado, o de melhor filme, melhor roteiro (Elena Soares e Helena Solberg), melhor fotografia (Pedro Farkas), melhor trilha sonora (Wagner Tiso), melhor direção de arte (Beto Mainieri) e o prêmio do júri popular. Ganhou também o prêmio de melhor filme - júri popular, no Festival do Rio.[18]
Em 2013, é lançado o filme A Alma da Gente.[20][21] Em abril de 2014, foi homenageada no Festival É Tudo Verdade.[21][22][23] Ela também foi tema do livro da jornalista e pesquisadora Mariana Tavares, Helena Solberg – Do Cinema Novo ao documentário contemporâneo lançado em julho do mesmo ano.[24]
Entre março e abril de 2018 teve a retrospectiva integral do seu trabalho patrocinado pelo Centro Cultural Banco do Brasil e organizado pela Associação Filmes de Quintal, em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.[25] Em 2019, seu filme A Entrevista (1966) foi eleito o 9º melhor curta-metragem brasileiro de todos os tempos pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema.[26]
Vida pessoal
Helena Solberg é casada com o também diretor e cineasta norte-americano David Meyer.