Guta Stresser
Maria Augusta Labatut Stresser[1] (Curitiba, 28 de setembro de 1972), mais conhecida como Guta Stresser, é uma atriz, diretora e escritora brasileira. Conhecida por suas performances nas mais variadas áreas do entretenimento, ela é ganhadora de vários prêmios, incluindo um Prêmio Guarani, além de ter recebido indicações para um Prêmio ACIE, um Prêmio Qualidade Brasil e três Prêmios Shell.[2] Guta começou a sua carreira ainda criança e atuou em peças como O Vampiro e a Polaquinha, Mais Perto e Rita Formiga, sendo indicada três vezes ao maior prêmio do teatro nacional, o Prêmio Shell.[2] Mas foi em 2001, com sua atuação no seriado A Grande Família, que ela alcançou maior reconhecimento em sua carreira.[3] Com sua personagem Bebel, ela ganhou sucesso de público e crítica, permanecendo no ar por 14 anos, e faturou indicação ao Prêmio Qualidade Brasil de melhor atriz em série de comédia. Ela também é escritora e em 2010 lançou seu primeiro livro, chamado Meu Pequeno Coxa-Branca. Nos cinemas, Stresser ganhou notoriedade por sua atuação dramática como a protagonista Nina no filme Nina (2004). Por seu desempenho, ela se saiu vitoriosa como Melhor Atriz no Prêmio Guarani de Cinema e ainda recebeu a indicação de Melhor Atriz no Prêmio ACIE de Cinema. Também recebeu elogios por sua atuação no filme Tudo Que Deus Criou (2015) e Antes que Eu me Esqueça (2018), pelo qual ela venceu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Jaipur.[4] CarreiraDe origem étnica plural e diversa,[5] Guta iniciou sua carreira nos palcos de Curitiba quando ainda tinha 13 anos de idade. Desde cedo chamou atenção por sua força de interpretação. Atuou no espetáculo O Vampiro e a Polaquinha, de autoria de Dalton Trevisan e direção de Ademar Guerra, interpretando Polaquinha. O espetáculo foi um sucesso de público e crítica, sendo que ele foi o maior sucesso da história do teatro paranaense. Por esse trabalho, ela recebeu sua primeira indicação a um prêmio, o Troféu Gralha Azul de melhor atriz revelação.[2] Foi dirigida por Hector Babenco na peça Mais Perto, de Patrick Marber, onde ela deu vida a Alice,[6] e por Camila Amado em Primeira Chuva no Deserto, de Ana Paula Pedro. Em 1997, já estabelecida no Rio de Janeiro, protagonizou o espetáculo O Casamento, de autoria de Nelson Rodrigues, e direção de Antonio Abujamra e João Fonseca. A peça teve uma excelente repercussão e Guta recebeu aclamação da crítica, sendo indicada ao Prêmio Shell de Melhor Atriz.[7] No espetáculo, ela deu vida a protagonista Glorinha. Em 2012, mais de dez anos depois da estreia, a peça voltou a ser montada e a atriz reprisou novamente sua personagem.[7] Em 1999 atuou como Beth e Sheron no espetáculo Tudo no Timing, pelo qual garantiu sua segunda indicação ao Prêmio Shell.[8] Após alcançar sucesso nos palcos, em 2001 Guta recebeu o papel de Bebel no seriado de televisão A Grande Família, da TV Globo, contracenando com os consagrados atores Marieta Severo e Marco Nanini, os quais interpretaram seus pais, além de Rogério Cardoso, Lúcio Mauro Filho, Pedro Cardoso e Andrea Beltrão. A série foi um sucesso de audiência e permaneceu no ar durante 14 anos. Ao longo das 14 temporadas, ela ganhou grande reconhecimento do público e esse se tornou o maior trabalho de sua carreira. Ela recebeu indicação a um Prêmio Contigo! de melhor atriz revelação, em 2002, e um Prêmio Qualidade Brasil de melhor atriz em série de comédia, em 2010, por esse trabalho. Ela continuou realizando outros trabalhos intercalando com a série. Também em 2001 estreou nos cinemas realizando uma pequena participação no filme de ação Bellini e a Esfinge, dirigido por Roberto Santucci, e na comédia A Partilha, um sucesso de bilheteria dirigido por Daniel Filho, onde ela interpretou a homossexual Célia, par romântico de Paloma Duarte no filme. Antes de estrear nos longas-metragens, ela já havia rodado dois curtas-metragens, ainda em Curitiba o filme Bar Babel, de Antônio Augusto Freitas, e já no Rio de Janeiro o filme O Esôfago da Mesopotãnia, de Isaac Cheke[9] Em 2004, substituiu Luana Piovani interpretando Lia na peça Mais Uma Vez Amor, onde ela protagonizou ao lado de Marcos Palmeira.[10] A peça foi um sucesso e ficou em cartaz em várias cidades do país e ela foi indicada novamente ao Prêmio Shell.[6] No mesmo ano, ela atuou em um pequeno papel no filme Redentor, de Cláudio Torres. Ainda 2004, ganhou maior reconhecimento nos cinemas interpretando a jovem pobre e sensível Nina no filme Nina, dirigido por Heitor Dhalia. O diretor a conheceu quando ela encenava na peça Mais Perto e ficou fascinado por sua atuação, despertando interesse do mesmo em gravar um filme com ela.[9] Ele então a convidou para protagonizar o filme ao lado da atriz Myriam Muniz. O filme percorreu diversos festivais pelo mundo, incluindo nas cidades de Moscou e Lima, e Guta recebeu elogios da crítica por sua performance dramática. Anteriormente ela havia ficado conhecida pelo grande público por sua atuação cômica como Bebel. Por esse trabalho, ela venceu o maior prêmio da crítica de cinema brasileiro, o Prêmio Guarani de Melhor Atriz,[11] e ainda recebeu uma indicação ao Prêmio ACIE, promovido pela Associação de Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil.[12] Em 2005 atuou e produziu o espetáculo Rita Formiga, escrito por Maria Gladys e Domingos de Oliveira, o qual também dirige a peça.[2] Em 2007 voltou aos cinemas em A Grande Família: O Filme, derivado da série de televisão homônima, e em 2008 atuou no filme Vingança. Em 2010, Guta se lançou como escritora,[13] tendo publicado seu primeiro livro, direcionado ao público infanto-juvenil, Meu pequeno Coxa-branca, livro que fala sobre um garoto carioca que se tornou torcedor do time paranaense.[14] Em 2013, Stresser estreou como diretora no teatro com a peça Medea en Promenade, que tem texto assinado por Clara Góes. Inicialmente ela estava no projeto como atriz, mas foi convidada pela idealizadora da peça, Ana Bugarim, para assumir o cargo de direção. Anteriormente, Guta havia dirigido videoclipes musicais da banda de seu marido.[15] Pela direção do videoclipe "Eu Que Não Estou Mais Aqui", ela recebeu uma indicação ao Video Music Brasil Awards, em 2009.[8] Em 2014, a atriz gravou a última temporada de A Grande Família. Com o fim do seriado, Guta passou a se dedicar mais ao teatro. No mesmo ano montou o espetáculo musical O Médico Que Tinha Letra Bonita, criado por André Carioca Paixão, onde ela voltou ao cargo de direção.[16] Em 2015, interpretou sua primeira personagem na televisão depois do sucesso como Bebel, na minissérie Amorteamo como Cândida.[17] Estrelou o drama Tudo Que Deus Criou, dirigido por André da Costa Pinto e lançado em 2015. Interpretando Ângela, ela recebeu elogios da crítica. O filme é baseado em fatos reais e foi gravado em Campina Grande, na Paraíba. Diferente do que ficou conhecida na televisão, ela voltou a ganhar reconhecimento por uma performance dramática, se destacando por sua versatildade.[18] Foi escalada para o elenco do seriado Mister Brau, da TV Globo, para interpretar a gótica Maria Augusta.[19] Ela permaneceu com participações recorrentes durante a primeira e a segunda temporada do programa, deixando o elenco da série em 2016. Em 2017, entra em cartaz no teatro com a peça Ela é Meu Marido, ao lado de Bia Guedes, contando a história de duas amigas que deixam de lado as decepções amorosas com homens para viverem um romance, e também volta a atuar no cinema na comédia Ninguém Entra, Ninguém Sai.[20] Em 2018, Guta dirigiu o monólogo Eu Só Queria Que Você Não Olhasse Pro Lado, escrito por Herton Gustavo Gratto e protagonizado pela atriz Rose Abdallah.[21] Também em 2018 interpretou Rosália da Paz, mãe da protagonista da novela Malhação: Vidas Brasileiras.[22] No filme Antes que Eu me Esqueça (2018), ela interpretou a prostituta Joelma, a qual era dona de um bordel. Por sua interpretação, ela recebeu o prêmio de melhor atriz no Festival Internacional de Cinema de Jaipur, realizado na Índia.[4] Em 2020 atuou no filme Alice & Só e voltou à televisão participando do reality show Dança dos Famosos, sendo a primeira eliminada da competição.[23] Em 2021, se dedicou ao cinema. Atuou no filme de comédia Missão Cupido, em uma participação especial como Dona Marlene. Também esteve no drama independente Valentina, onde ela interpretou a técnica de enfermagem Márcia, que vive os dramas sociais ao lado de sua filha transexual Valentina, interpretada por Thiessa Woinbackk.[24] Ao lado de Rafael Vitti e Orã Figueiredo, estrelou o filme Júpiter, lançado na HBO Max em 2022.[25] Vida pessoalNascida em Curitiba, é filha do jornalista e advogado Ronald Sanson Stresser[26] com Diva Maria Farracha Labatut.[27] Stresser também é bisneta do maestro Augusto Stresser,[28] autor da Ópera Sidéria, primeira ópera paranaense e neta do jornalista Adherbal Stresser.[29] Problemas de saúdeEm 2022, Guta foi diagnosticada com esclerose múltipla, doença que afeta os neurônios.[30] Em publicação em suas redes sociais, Guta revelou que, antes do diagnóstico, já esquecia palavras básicas, como copo e cadeira. Stresser ainda disse que sentia formigamentos nos pés e que foi ao médico após uma queda na sala de sua casa.[30][31] FilmografiaTelevisão
Cinema
Teatro
Prêmios e indicações
Referências
Ligações externas
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