GeraizeirosGeraizeiro é um habitante tradicional que vive nos cerrados do norte de Minas Gerais (região Sudeste do Brasil).[1] Este termo deriva do fato de que o norte do estado, uma região de cerrado, é conhecido como os Gerais, contração de Minas dos Matos Gerais.[2] O geraizeiro também é chamado de catrumano.[3] Há um grupo específico de comunidades tradicionais geraizeiras que vivem nas chapadas e outras formações serranas similares que é chamado de "chapadeiros", isso quando não se autoidentificam com essa denominação identitária.[4] Por outro lado, há grupos que consideram as nomenclaturas "geraizeiros" e "chapadeiros" como variações terminológicas de uma mesma comunidade tradicional.[5][6] Em 2007, os povos tradicionais foram reconhecidas oficialmente pelo Governo do Brasil,[7] se enquadrando na política de desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais (PNPCT).[8] ReconhecimentoEm 2007, os povos tradicionais, entre eles o geraizeiro, foram reconhecidas pelo Governo do Brasil,[7] que através da política nacional de desenvolvimento sustentável dessas comunidades (PNPCT), ampliou o reconhecimento feito parcialmente na Constituição de 1988, agregando aos indígenas e aos quilombolas outros povos tradicionais,[8] a saber: ribeirinho, caiçara, castanheira, catador de mangaba, retireiro, cigano, cipozeiro, extrativista, faxinalense, fecho de pasto, geraizeiro, ilhéu, isqueiro, morroquiano, pantaneiro, pescador artesanal, piaçaveiro, pomerano, terreiro, quebradeira de coco-babaçu, seringueiro, vazanteiro e, veredeiro.[9][8] Aqueles que mantêm um modo de vida primordial, intimamente ligado aos recursos naturais e ao meio ambiente em que vivem.[7] Assim, todas as políticas públicas decorrentes da PNPCT beneficiarão oficialmente o conjunto das populações tradicionais.[10] DialetoA região norte do estado mineiro possui um falar diferente dos falares mineiro e caipira. É assemelhado ao falar do interior do estado da Bahia, segundo o EALMG (Esboço de um Atlas Linguístico de Minas Gerais), publicado pela UFJF em 1977. O EALMG foi o segundo atlas linguístico feito no Brasil. Tem como autores os professores linguistas Mário Roberto Lobuglio Zágari, José Ribeiro, José Passio e Antônio Gaio.[11] Alguns núcleos urbanos que apresentam o sotaque geraizeiro são: Montes Claros, Paracatu, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Galileia, Nacip Raydan e Várzea da Palma.[12] ComemoraçãoDesde 2011, comemora-se anualmente no dia 8 de dezembro (dia da festa litúrgica católica Imaculada Concepção de Nossa Senhora) o Dia dos Gerais,[13] com festa no município de Matias Cardoso, fundado pelos bandeirantes paulistas Januário Almeida e seu filho, Matias Cardoso de Almeida. A data foi iniciativa do deputado estadual Paulo Guedes. A data foi escolhida por ser o dia da padroeira da igreja matriz municipal, construída em 1664.[14] O município de Matias Cardoso se torna, nesse dia, a capital estadual simbólica.[15] Referências
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