Gavieira é uma freguesia portuguesa do município de Arcos de Valdevez, com 57,71 km² de área[1] e 258 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 4,5 hab./km².
Nesta freguesia situa-se o Santuário de Nossa Senhora da Peneda e a Cascata da Peneda.
Demografia
A população registada nos censos foi:[2]
População da freguesia de Gavieira[3] |
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Ano | Pop. | ±% |
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1864 | 431 | — |
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1878 | 502 | +16.5% |
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1890 | 561 | +11.8% |
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1900 | 645 | +15.0% |
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1911 | 644 | −0.2% |
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1920 | 630 | −2.2% |
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1930 | 720 | +14.3% |
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1940 | 889 | +23.5% |
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1950 | 970 | +9.1% |
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1960 | 982 | +1.2% |
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1970 | 761 | −22.5% |
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1981 | 813 | +6.8% |
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1991 | 552 | −32.1% |
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2001 | 446 | −19.2% |
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2011 | 298 | −33.2% |
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2021 | 258 | −13.4% |
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Distribuição da População por Grupos Etários[4]
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Ano
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0-14 Anos
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15-24 Anos
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25-64 Anos
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> 65 Anos
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2001
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33
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43
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212
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158
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2011
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20
|
12
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129
|
137
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2021
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11
|
11
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106
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130
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Origens
Há indícios que o povoado da Gavieira tenha sido fixado ainda antes da formação da nacionalidade. Dada a insegurança dos tempos da reconquista, estas regiões isoladas eram bem mais seguras do que o vizinho Vale do Vez. Estes lugares também eram privilegiados para a pastorícia de altitude, assim como toda a região envolvente, que compreende o complexo montanhoso – Soajo-Peneda-Laboreiro. A caça também era abundante, e incluía javalis, corços, veados e ursos.
A freguesia da Gavieira, como paróquia, aparece constituída pela primeira vez em meados do século XVI. Mas como comunidade, deve ser contemporânea à comunidade do Soajo.[5][6]
Património cultural e religioso
A Gavieira é detentora de importantes pólos de referência de peregrinação religiosa, na região do Soajo e Peneda. Um relaciona-se com a devoção a São Bento, localizado na Branda do Cando, e conhecido por São Bento do Cando. O outro centro de devoção, dedicado a Maria, é o Santuário de Nossa Senhora da Peneda.[7]
Património paisagístico e ambiental
A Gavieira está totalmente inserida na área protegida do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Os aglomerados populacionais correspondem às inverneiras, e são complementados por cinco brandas, lugares onde se faz o pastoreio estival. Os habitantes do lugar de Peneda e Beleiral dispõem da Branda da Bouça dos Homens (1000 a 1050 metros); o lugar da Igreja as Brandas de Busgalinhas (1000 a 1100) e de São Bento do Cando (900 a 950), e Rouças as brandas da Junqueira (1000 a 1050) e Gorbelas (950 a 1000).
As brandas ou verandas constituem, com as inverneiras, um curioso fenómeno de transumância, ocupação humana do espaço natural envolvente com migrações periódicas e sazonais de parte da população e do gado, em busca dos melhores pastos. Através do sistema das brandas e das inverneiras, duas áreas distintas dum território são ocupadas e exploradas de forma complementar por uma mesma comunidade humana, a qual ocupa alternadamente, e de acordo com o calendário de mudança das estações, ora uma área ora outra.
As brandas e inverneiras pertencem à modalidade de lugares móveis ou de transumância, relacionada com a situação geográfica e as características climáticas. Tradicionalmente as brandas eram áreas de pastagens onde se fixavam os pastores com os seus rebanhos durante o verão. Presentemente estas brandas apresentam uma tendência mais votada a associar a ocupação e “habitat” agro-pastoril do passado com novos fins turísticos, procurando desta forma extrair-se alguma rentabilidade complementar à vida dura e pobre da montanha. Procura-se assim recuperar as casas das brandas para fomentar o turismo rural, aproveitando todas as potencialidades que a natureza oferece a quem a sabe respeitar e dela usufruir.[8]
Referências