Gale (cratera)
Gale é uma cratera de impacto em Marte. Possui aproximadamente 150 km de diâmetro e se situa próxima à borda das terras baixas de Elysium Planitia na latitude 4.6º S, longitude 137.2º E. Sua idade data de aproximadamente 3.5 a 3.8 bilhões de anos.[1] Seu nome vem de Walter Frederick Gale. Uma característica incomum de Gale é um enorme montículo de debris(detritos) ao redor do seu pico central, monte Sharp[2], elevando-se 5.5 km acima do solo a norte da cratera e 4.5 km acima do solo a sul da cratera – pouco acima da borda sul da cratera em si. Esse montículo é composto de material estratificado e pode ter sido depositado por um período de aproximadamente 2 bilhões de anos.[1] A origem desse montículo não é conhecida com certeza, mas a pesquisa sugere que que este seja os remanescentes erodidos de camadas sedimentares que outrora cobrira a cratera completamente, possivelmente originalmente depositadas em em leito de um lago.[1] No entanto, sua natureza ainda é alvo de debate.[3][4]
Gale foi um dos locais propostos para a aterrissagem em 2003 das missões Mars Exploration Rover e Mars Science Laboratory e um dos principais candidatos para ser o local de pouso da ExoMars, da ESA. Numerosos canais erodidos em flancos dos montículos poderiam dar acesso às camadas para estudo..[1] Busca por vidaEm 2011 a Nasa escolheu a cratera Gale como alvo de exploração do rover Curiosity, a fim de buscar sinais de vida no planeta vermelho.[5] Os dados coletados da cratera pelas rovers e pelos orbitadores revelaram evidências tanto de água no passado (e possivelmente presente) quanto de moléculas orgânicas simples - os dois ingredientes essenciais para a vida. Em dados coletados pelo rover Curiosity, pesquisadores descobriram o boro,[6] um elemento químico que pode estabilizar os açúcares usados para produzir RNA. Pesquisadores da NASA propuseram que esta parte de Marte possa ter sido habitada há apenas 5 milhões a 10 milhões de anos terrestres.[7] Após a conclusão de análises adicionais, os pesquisadores também postularam que a composição da água na atmosfera durante esses períodos era semelhante à observada nas partes mais secas do deserto de Atacama no Chile, onde os micróbios foram encontrados vivendo em solo extremamente árido.[8] Rochas sedimentares hesperianas dentro da cratera revelaram depósitos fluvio-lacustres portadores de argila com ocorrências esporádicas de minerais de sulfato, principalmente como veias diagonéticas e concreções tardias. Os cientistas especulam que as formações geológicas podem ter se parecido com os lagos de sal no Altiplano da América do Sul e podem responder quando e por quanto tempo Marte foi capaz de suportar a vida microbiana na superfície.[9] Referências
Ligações externas |