Fayzulla Khodzhayev

Fayzulla Khodzhayev
Fayzulla Khodzhayev
Fayzulla Khodzhayev
Primeiro-ministro da
República Popular Soviética de Bucara
Período 2 de setembro de 1920
a27 de outubro de 1924
Presidente do Conselho de Comissários do Povo da Uzbequistão
Período 27 de outubro de 1924
a17 de junho de 1937
Membro do Comité Executivo Central da União Soviética pelo Uzbequistão
Período 21 de maio de 1925
a17 de junho de 1937
Dados pessoais
Nome completo Fayzullo Ubaydulloyevich Xojayev
Nascimento 1896
Bucara, Emirado de Bucara
Morte 15 de março de 1938 (42 anos)
Moscovo, RSFS Russa
Progenitores Pai: Ubaydulla Khodjaev
Partido PCUS

Fayzulla Ubaydullayevich Khodzhayev (em usbeque: Fayzullo Ubaydulloyevich Xo‘jayev; em russo: Файзулла́ Убайдулла́евич Ходжа́ев; Bucara, 1896Moscovo, 15 de março de 1938) foi um político do Uzbequistão que se notabilizou nos últimos anos do Emirado de Bucara e nas duas primeiras décadas do período soviético do seu país.

Foi o líder da República Popular Soviética de Bucara desde 2 de setembro de 1920 e quando aquele estado foi dissolvido em 1924, para formar a República Soviética Usbeque, passou a ser líder dessa República Soviética, cargo que manteve até 1937. Entre 21 de maio de 1925 e 17 de junho de 1937 foi Membro do Comité Executivo Central da União Soviética pela RSS Usbeque. Perdeu os seus cargos em 1937, Caiu em desgraça durante a Grande Purga promovida por Estaline, tendo sido destituído de todos os cargos que detinha e condenado à morte como trotskista e direitista no Julgamento dos Vinte e Um.

Juventude

Khodzhayev nasceu no seio dum família abastada de Bucara, que em 1896 era a capital do Emirado de Bucara, um protetorado do Império Russo a partir de 1873. O seu pai era um comerciante abastado que exportava ovelhas caracul para a Rússia. Khodzhayev estudou em Moscovo entre 1907 e 1913. Em 1916 juntou-se ao movimento jadidista (de muçulmanos reformadores) e, com a fortuna do seu pai, morto em 1912, foi um dos fundadores do movimento Yosh buxoroliklar ("Jovens Bucaranos"), inspirado nos Jovens Turcos.

Vendo a Revolução de Outubro de 1917 como uma oportunidade para concretizar os seus desígnios, o Yosh buxoroliklar convidou os bolcheviques do Soviete de Tasquente a tomar o Emirado e Bucara pela força. Os bolcheviques tentaram tomar Bucara ainda em 1917, mas fracassaram, e Khodzhayev refugiou-se em Tasquente.

Anos no governo

Khodzhayev aderiu ao Partido Comunista Russo em julho ou agosto de 1920. Pouco depois, a 31 de agosto desse ano, o tropas do Exército Vermelho comandadas por Mikhail Frunze cercaram Bucara, provocando a fuga do emir Maomé Alim Cã fugiu para Duchambé. A cidade foi tomada a 2 de setembro e pouco depois Khodzhayev regressou à sua cidade natal. A 14 de setembro, foi formado o Comité Revolucionário de Bucara, chefiado por A. Mukhitdinov. À frente do governo — o Conselho dos Nazires (Comissários) do Povo — ficou Fayzulla Khodzhayev.

Durante o seu mandato, escapou por um pouco de ser assassinado por Enver Paxá, líder da Revolta Basmachi. Com a rerganização da Ásia Central soviética na nova República Socialista Soviética Usbeque (RSS Usbeque) e a purga dos suspeitos de serem nacionalistas, entre 1923 e 1924, Khodzhayev tornou-se presidente do Comité Revolucionário e primeiro-ministro da RSS Usbeque a 5 de dezembro de 1924. A 17 de fevereiro de 1925 assumiu a presidência do Conselho de Comissários do Povo da RSS Usbeque e a 21 de maio do mesmo ano tornou-se membro do Comité Executivo Central pela RSS Usbeque, quando esta foi formalmente aceite como membro da União Soviética. Porém, Khodzhayev opôs-se ao controlo apertado de Estaline sobre o seu país, especialmente na tema da monocultura de algodão.

Último anos

Pátio da Casa de Fayzulla Khodjaev, em Bucara

Quando a onda de purgas políticas estalinistas chegou ao Usbequistão, o Sétimo Congresso do Partido Comunista do Usbequistão declarou Fayzulla Khodzhayev inimigo do povo a 17 de junho de 1937. Um mês depois foi exonerado de todos os cargos e a 9 de julho foi preso. Em 1938 foi condenado à morte em Moscovo como trotskista e direitista, no Julgamento dos Vinte e Um, e executado a 13 de março.

Foi oficialmente reabilitado em 1966, após o que muitas ruas e praças forma batizadas com o seu nome. Continua a ser uma figura controversa no Usbequistão atual. A seguir à independência muitas das ruas com o seu nome mudaram novamente de nome. A casa da sua família, onde viveu até 1925, é atualmente um museu em sua memória, mas embora se chame oficialmente Casa de Fayzulla Khodjaev, ainda é muito conhecida pelo seu nome no período soviético — "casa dum comerciante rico" — quando foi um espaço de exposição onde era mostrado como os antigos senhores dos dias pré-soviéticos viviam luxuosamente enquanto o povo morria de fome.

Notas

Bibliografia