Exocetídeos Nota: Se procura procura a constelação Peixe-Voador, veja Volans.
Exocetídeos[1] (nome científico: Exocoetidae) é uma família de peixes marinhos, conhecidos pelo nome comum de peixes-voadores, que agrupa cerca de 70 espécies repartidas por 7 géneros. A família tem distribuição natural nas águas quentes das regiões tropicais e subtropicais de todos os oceanos, tendo maior diversidade no Pacífico e no Índico.[2] AnatomiaA característica mais surpreendente dos peixes pertencentes a esta família é o tamanho das suas barbatanas peitorais, inusitadamente grandes, que permitem que estes peixes descolem da superfície das águas e percorram em voo planado distâncias superiores a 50 metros. Em algumas espécies as barbatanas pélvicas também são inusitadamente grandes, fazendo parecer que o peixe tem quatro asas, como a espécie Cheilopogon exsiliens. Ao contrário das espécies sul-americanas de peixes da família Gasteropelecidae, os peixes-voadores não podem utilizar as barbatanas como asas que possam bater e produzir um voo activo, como acontece nas aves. As barbatanas formam estruturas que se mantêm essencialmente imóveis, funcionando como as asas de um planador, pelo que o arranque do voo, a descolagem, é feito integralmente com o peixe nadando paralelamente à superfície, iniciando a fase aérea com um salto que catapulta o animal para fora da água. Após o salto inicia-se a fase de voo planado sobre a superfície.[3] As trajectórias de voo mais longas ocorrem quando o peixe plana baixo, seguindo uma trajectória sensivelmente paralela à superfície: com uma altura de 1,5 m acima da superfície, um peixe que plane por 30 segundos pode percorrer através do ar distâncias de até 400 m. Os mecanismos de controlo aerodinâmico fundam-se nas mesmas adaptações que estão presentes nas asas das aves.[3] Os peixes-voadores alcançam velocidades no ar de 50 a 60 km/h, raramente até 70 km/h, semelhantes às de um cavalo a galope. Estas distâncias e velocidades são possíveis graças ao rápido bater das barbatanas (umas 50 vezes por segundo) antes da saída da água. A maior duração de voo registada foi de 45 segundos. Tendo em conta que a maioria destas espécies medem apenas cerca de 30 cm quando adultos, esta capacidade vai muito além de simples saltos fora da água. A vantagem final deste mecanismo é uma possibilidade acrescida de escapar ante predadores.[2] Os olhos destas espécies são mais planos que os olhos dos outros peixes, uma adaptação à menor refracção do ar, permitindo assim que vejam melhor fora de água. As espécies pertencentes a esta família vivem próximo da superfície da água e alimentam-se de plâncton. Os seus ovos são utilizados para alimentação humana no Japão, especialmente para preparar sushi. EtimologiaO nome «Exocoetidae» funda a sua etimologia no griego εξω-κοιτος, exo-koitos, "jazer fora", no sentido de "dormir debaixo das estrelas", por não ser raro que peixes-voadores fiquem varados nas cobertas dos barcos ao saltarem para fora da água durante as noites.[4] A constelação Volans tem este nome em referência aos peixes-voadores. O nome de um dos géneros, Hirundichthys, significa "peixe-andorinha" em grego. GénerosEstão aceites 7 géneros com 68 espécies validamente descritas,[5] repartidos por 4 subfamílias. O género Oxyporhamphus, anteriormente considerado como um grupo basal de peixes-voadores, está actualmente classificado entre os Hemiramphidae, sendo que alguns estudos filogenéticos colocam as espécies daquele género no género Hemiramphus.[6]
Referências
Notas
Ligações externas
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