Evandro Teixeira
Evandro Teixeira de Almeida (Irajuba, 25 de dezembro de 1935 – Rio de Janeiro, 4 de novembro de 2024) foi um fotojornalista brasileiro, notório por seus registros da repressão de regimes militares no Brasil e no Chile, bem como eventos de relevo como a morte de Pablo Neruda.[1][2] BiografiaEvandro Teixeira, nascido em Irajuba (BA), então um pequeno povoado a 307 quilômetros de Salvador. O pai, Valdomiro Teixeira, o Vavá, era fazendeiro, e a mãe, Almerinda Teixeira de Almeida, conhecida como Nazinha, dona de casa.[2] Em 1950, mudou-se para Jequié, para continuar os estudos, e trabalhou no Jornal de Jequié, que possibilitou comprar sua primeira câmera fotográfica. Em seguida foi para Ipiaú, onde aprendeu fotografia com Teotônio Rocha, primo de Glauber Rocha, e lá trabalhou no Jornal Rio Novo. Comprou sua segunda câmera, uma Polaroid.[2] Em 1954, mudou-se para Salvador e lá faz um curso de fotografia por correspondência com José Medeiros, através da revista O Cruzeiro, e trabalhou como estagiário no jornal Diário de Notícias.[2] No fotojornalismo, iniciou sua carreira em 1958, estagiando no jornal carioca Diário da Noite. Em 1963, passou a trabalhar para o Jornal do Brasil (JB)[3], onde permaneceu por 47 anos, até 2010, quando a edição impressa do jornal deixou de circular. Em 1964, casou-se com Marly Caldas de Almeida, professora, com quem teve duas filhas. Nesse mesmo ano ocorre o golpe militar, Evandro conseguiu entrar no Forte de Copacabana na madrugada do dia 1º de abril, quando foi tomado pelos golpistas, e testemunhou a chegada ao local do general Humberto Castello Branco. A foto foi publicada na capa do jornal no dia seguinte, e tornou-se um marco na história política do país.[2] Cobriu em 1968, para o JB, as manifestações do movimento estudantil no Rio de Janeiro e a repressão da ditadura militar, produzindo fotos que se tornariam emblemáticas da luta pela liberdade. Entre elas, o confronto de estudantes e policiais a cavalo no Centro do Rio e a Passeata dos Cem Mil.[2] Em 1973, cobriu no Chile o golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende e instituiu a ditadura do general Augusto Pinochet. Também registrou os momentos que se seguiram à morte do poeta Pablo Neruda – ele foi o único jornalista a fotografar Neruda morto, ainda no hospital – e documentou a comoção no país.[2] Viajou pela primeira vez a Canudos, no sertão da Bahia, em 1994. O local foi palco da Guerra de Canudos, em que uma comunidade sertaneja liderada por Antônio Conselheiro foi massacrada pelo Exército brasileiro. Evandro voltou ao local várias vezes nos anos seguintes.[2] As fotos de Evandro integram acervos de museus como o de Belas Artes de Zurique, na Suíça; Museu de Arte Moderna La Tertulha, Colômbia; do Masp, em São Paulo, do MAM e do MAR, ambos no Rio de Janeiro. Um de seus livros, Fotojornalismo, está na biblioteca do Centro de Artes George Pompidou, em Paris. Em 1994, teve o seu currículo inserido na Enciclopédia Suíça de Fotografia, que reúne os maiores fotógrafos do mundo.[4] Entre os prêmios recebidos, estão o da Unesco, Nikon e da Sociedade Interamericana de Imprensa. Evandro Teixeira morreu no dia 4 de novembro de 2024 aos 88 anos, vitimado por falência de múltiplos órgãos, por conta de complicações de uma pneumonia.[5] Livros
Prêmios
HomenagensCarlos Drummond de Andrade em seu último livro publicado em vida, Amar se aprende amando, inclui o poema “Diante das fotos de Evandro Teixeira”. Referências
Bibliografia
Ligações externas
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