Eumir Deodato
Eumir Deodato de Almeida (Rio de Janeiro, 22 de junho de 1943) é um pianista, arranjador e produtor musical brasileiro.[1] Participou do movimento Bossa Nova e da efervescência do samba jazz no início da década de 1960, estabelecendo-se como requisitado arranjador, ao lado de nomes consagrados como Radamés Gnattali e Moacir Santos.[2] Após breve carreira como líder de conjunto no Brasil, radica-se nos Estados Unidos da América onde, afiliando-se à gravadora CTI Records, trabalha com diversos nomes de relevo da música mundial, como Aretha Franklin, Wes Montgomery e Frank Sinatra.[1] Na década seguinte, conseguiu gravar e lançar seus discos solo internacionalmente, obtendo sucesso também como intérprete, com uma versão da introdução do poema sinfônico "Also sprach Zarathustra", de Richard Strauss.[3][4][5] Trabalhou em quase 500 discos, escreveu trilha sonora para vários filmes e recebeu diversos prêmios, entre eles 16 discos de platina e um Grammy, sendo considerado "uma personalidade internacional no mercado norte-americano de música".[1] CarreiraDeodato iniciou sua carreira apresentando-se ao lado de Roberto Menescal e Durval Ferreira, em 1959, no auge da Bossa Nova. No começo da década de 1960 começou a se estabelecer como arranjador, mesmo sendo muito jovem fez arranjos para o álbum de estreia de Marcos Valle[1] e para três discos de Wilson Simonal, incluindo o elogiado A Nova Dimensão do Samba, que contém a versão do cantor carioca para "Nanã" do maestro Moacir Santos,[6] considerado pela revista Playboy como um dos 50 melhores discos brasileiros de todos os tempos.[7] Em 1964, lança, pela gravadora Forma, Inútil Paisagem, clássico do samba jazz, em que interpreta apenas canções de Tom Jobim podendo ser sentida a influência de Gil Evans nos arranjos e um uso inventivo da orquestração, bem como a criatividade na escolha dos timbres.[8] Em seguida, reuniu vários nomes famosos do samba jazz, como Geraldo Vespar, Wilson das Neves, Dom Um Romão e Ivan Conti (o baterista Mamão), para formar o supergrupo Os Catedráticos que lançaram três discos em 1964 e 1965.[9] Continuou trabalhando como arranjador e produtor de álbuns como Balanço Zona Sul e Outros Sucessos, de Tito Madi[10] e, também, como selecionador prévio do Festival Internacional da Canção, sendo considerado um dos responsáveis pelo lançamento do compositor Milton Nascimento ao selecionar músicas suas para o festival[1] e ao arranjar seu disco de estreia, Travessia.[10] Em 1967, mudou-se para Nova Iorque a convite de Luiz Bonfá para escrever arranjos para discos seus e Eumir estabelece-se como arranjador e produtor musical na gravadora CTI Records, vindo a trabalhar nos discos de Tom Jobim, Walter Wanderley, Paul Desmond, Aretha Franklin, Frank Sinatra, Tony Bennett, Roberta Flack (escrevendo o arranjo de "Killing Me Softly with His Song"[2]), Wes Montgomery e Ray Bryant, entre outros.[1] Em 1972, grava, no Brasil, o disco Percepção, lançado pela EMI-Odeon,[10] e, em setembro do mesmo ano, recebe a chance de gravar seu primeiro álbum solo fora do Brasil e o resultado é Prelude, lançado pela CTI Records em janeiro de 1973.[3][4] O álbum surpreendeu a todos com uma versão jazzística e suingada da introdução de "Also sprach Zarathustra", do compositor de música clássica Richard Strauss durante o ano de 1973.[3][4][5] A canção, um poema sinfônico que havia tornado-se famoso ao ser largamente utilizada por Stanley Kubrick no seu filme de 1968, 2001: A Space Odyssey, atingiu o segundo lugar na parada de sucessos norte-americana[11] e foi a 7ª mais ouvida no Reino Unido.[12] Com isso, o álbum acabou vendendo 5 milhões de cópias, ficando em terceiro lugar na parada de sucessos de álbuns da Billboard,[13] e Deodato ganhou o Grammy de melhor performance instrumental de música pop no ano de 1974.[1] Ainda em 1973, grava com João Donato o álbum Donato Deodato no qual conduz e faz arranjos para o conjunto do pianista brasileiro radicado nos Estados Unidos da América. Nos anos seguintes, gravou com bastante frequência, pela CTI Records, MCA Records, Chantecler e WEA,[14] destacando-se sua parceria com Airto Moreira, em 1974, bem como dedicou-se, também, ao trabalho como produtor e arranjador, destacando-se sua parceria com a banda Kool & the Gang, entre 1979 e 1983.[14] Na década de 1980, continuou atuando como arranjador e produtor, diminuindo o ritmo das gravações. Participou da produção de vários filmes de Hollywood escrevendo ou participando da trilha sonora, como Being There e Os Caça-fantasmas II.[1] Nos anos 1990, destaca-se o seu trabalho com a cantora islandesa Björk, assinando os arranjos dos discos Post, Telegram e Homogenic.[15] Na década de 2000, continuou gravando, embora esparsamente, e tocando com seu trio, destacando-se, neste período, a trilha sonora que fez para o filme de Bruno Barreto, Bossa Nova, em 2000. Em 2016, apresentou-se no Sesc Belenzinho, em São Paulo.[16] DiscografiaDiscografia dada pelo Discogs.[17] Os CatedráticosEstúdio
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Referências
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