Filho de pai romeno e mãe francesa, Ionesco passou a maior parte da infância na França, mas no princípio da adolescência regressou à Roménia, onde se formou como professor de francês e casou em 1936. Em 1928, na Universidade de Bucareste, conheceu Emile Cioran e Mircea Eliade, e os três tornaram-se amigos de toda a vida.
Regressou à França em 1938 para concluir a sua tese de doutoramento. Apanhado pela eclosão da guerra, em 1939, Ionesco permaneceu na França, acabando por revelar-se um escritor de talento. Foi eleito membro da Académie Française em 1970.
Eugênio Ionesco é considerado, com o Irlandês Samuel Beckett, o pai do teatro do absurdo, segundo o qual é preciso ‘’para um texto burlesco, uma interpretação dramática; para um texto dramático, uma interpretação burlesca’’. Porém, além do ridículo das situações mais banais, o teatro de Ionesco representa de maneira palpável, a solidão do homem e a insignificância de sua existência. Não queria que suas obras fossem categorizadas como Teatro do absurdo, preferindo em vez de absurdo, a palavra insólito. Ele percebeu no termo insólito um aspecto ao mesmo tempo pavoroso e maravilhoso diante da estranheza do mundo, enquanto a palavra absurdo seria sinônimo de insensato, de incompreensão. «Não é porque não compreendemos uma coisa que ela é absurda», resumiu seu biógrafo André Le Gall.