Ernst Marcus
Ernst Gustav Gotthelf Marcus (Berlim, 8 de junho de 1893 – São Paulo, 30 de junho de 1968), foi um zoólogo, pesquisador e professor universitário alemão. Professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, emigrou da Alemanha com o avanço da Segunda Guerra Mundial para ocupar a cadeira de zoologia em São Paulo.[1][2] BiografiaErnst nasceu em Berlim, em 1893, de família judia, com costumes típicos da Alemanha imperial. Seus pais eram Regina Schwartz e o advogado Georg Marcus. Precisou adiar seus estudos durante o doutorado devido à eclosão da Primeira Guerra Mundial, na qual lutou no fronte como suboficial por quatro anos e foi condecorado com a Cruz de Ferro. Em 1914, no início da guerra, publicou seu primeiro trabalho científico, em zoologia. Após o conflito, publicou outro em 1919[1], já na Universidade de Berlim, onde começava carreira docente. No Instituto de Zoologia, teve influências de grandes cientistas da época, em especial na embriologia.[3] Casou-se com Eveline Du Bois-Reymond, também zoóloga, neta de Emil Du Bois-Reymond, fisiologista alemão[3]. O casal assinou juntos vários artigos científicos.[3] CarreiraAté 1933, ainda na Alemanha, trabalhou com coleópteros, onicóforos, briozoários e tardígrados, entre outros, em um total de 53 trabalhos publicados. Estou a embriogênese da boca e do intestino anterior de peixes selácios e anfíbios anuros e publicou um volume sobre tardígrados na coleção Bronn's Klassen und Ordnungen des Tierreiches. Com a ascensão do nazismo, a situação dos judeus piorou na Alemanha. Surgiu, na mesma época, um convite para lecionar na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, na cadeira de zoologia, recém-vaga com a morte repentina de Ernst Bresslau, em 1935. Ernst e a esposa chegaram ao Brasil em l de abril de 1936[3][2]. No Brasil, suas pesquisas iniciais eram com animais marinhos, coletados em trabalhos de campo no litoral ou material trazido por colegas[1]. No entanto, por ainda serem alemães, foram proibidos a frequentar o litoral durante o andamento da Segunda Guerra Mundial, o que o fez excursionar por São Paulo, coletando em córregos, lagos e pequenos cursos d'água[3][1]. O casal Marcus publicou entre 1936 e 1968, cerca de 162 artigos científicos, alguns em português no Boletim de Zoologia. Outros foram enviados para revistas estrangeiras em diversos idiomas, com trabalhos sobres os mais variados grupos animais: turbelários, poliquetos, oligoquetos, tardígrados, onicóforos, pantópodos, nemertinos, foronídeos, gastrópodes[3][1]. Estes trabalhos tornaram o casal autoridades em zoologia na época. Ernst se aposentou, compulsoriamente, da universidade depois de 37 anos de trabalho, dando sua última aula em 7 de junho de 1963[3][1]. Publicou ensaios sobre a filosofia da zoologia, a pertinência de seus estudos e teve livros publicados que se tornaram referência na área[3]. MorteErnst faleceu em 30 de junho de 1968, na capital paulista, aos 75 anos. Sua esposa Eveline continuou lecionando até falecer em 1990, recebendo o título de Doutor honoris causa, pela USP e condecorada pelo governo francês.[3]
Referências
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