Ernesto Silva Nota: Se procura escritor gaúcho, veja Ernesto Francisco de Sousa e Silva.
Ernesto Silva (Rio de Janeiro, 17 de setembro de 1914 – Brasília, 3 de fevereiro de 2010) foi um médico e servidor público brasileiro. Coronel do Exército Brasileiro, destacou-se como pioneiro na fundação de Brasília.[1][2] BiografiaSilva nasceu na Vila Isabel em uma família com outros sete irmãos.[3][4] Em 1933, formou-se em ciências e letras. Ingressou na carreira militar em 1936 através da Escola Veterinária do Exército. Em 1946, concluiu o curso de medicina na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Como médico, especializou-se e atuou na pediatria. Em 1961, chegou ao posto de coronel. Serviu no Ministério da Guerra e foi ajudante de ordens do marechal José Pessoa.[4][2][5] De 1953 a 1955, Silva foi secretário da Comissão de Localização da Nova Capital do Brasil. Em fevereiro de 1955, publicou que a região central do Brasil era o local ideal para instalação da nova capital federal. No ano seguinte, foi designado presidente da Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Capital Federal. Foi ainda o primeiro diretor da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).[4] Em 1956, assinou o Edital do Concurso do Plano Piloto, vencido por Lucio Costa.[1] Silva foi diretor da Novacap enquanto Brasília estava no auge de sua construção. Neste período, foi incumbido pelo Departamento de Saúde e Educação.[4] Como responsável pelo planejamento e implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), organizou a construção do primeiro hospital distrital, mais tarde nomeado Instituto Hospital de Base.[1][6] Atribuiu-se a Silva a inclusão das escolas-parque no projeto do Plano Piloto, o que ocorreu após pressionar Lucio Costa.[7] Silva recebeu o apelido de "Pioneiro do Antes" em virtude de sua atuação ter se iniciado antes mesmo da aprovação oficial do projeto.[4] Ele também desempenhou funções na fundação do Rotary Clube, do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, da Academia Brasiliense de Letras e da Aliança Francesa de Brasília.[1] Silva permaneceu residindo em Brasília após sua construção. De acordo com seus familiares e historiadores, a cidade se tornou sua "grande paixão". Em 2007, declarou: "Nós construímos a capital inteira de dentro do Cerrado. Sem coisa nenhuma, sem computador, sem fax, sem uma porção de coisas. É por isso que o povo e as autoridades daqui devem reconhecer a dificuldade, o sacrifício de milhares de pessoas. Então, você precisa respeitar essa cidade, preservar essa cidade, porque senão nós não temos história."[4] Em 1971, Silva publicou o livro História de Brasília. Posteriormente reeditado, teve duas reimpressões.[8] Defensor do conceito do plano urbanístico de Brasília, criticou fortemente medidas que visavam à desfiguração do plano, como aumento do gabarito de prédios e acréscimos em áreas de empreendimentos comerciais.[9] Silva faleceu em 2010, em decorrência de disfunção múltipla dos órgãos.[10] No mesmo ano, parte de seu acervo foi doado por sua viúva ao Arquivo Público do Distrito Federal. Em 2015, o Arquivo Público nomeou uma biblioteca e uma sala em sua homenagem.[1][3] Também foi agraciado com um busto de bronze no Brasília Country Club.[11] Referências
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