Embaixada de Israel em Brasília
A Embaixada da Israel em Brasília é a principal representação diplomática israelense no Brasil. Em agosto de 2021, o embaixador Daniel Zohar Zonshine apresentou suas credenciais ao Secretário-Geral do MRE e assumiu oficialmente o posto na embaixada israelense em Brasília, onde ele já havia servido, na função de conselheiro, entre 1998 até 2002[1]. Está localizada na Avenida das Nações, na quadra SES 809, Lote 38, no Setor de Embaixadas Sul, na Asa Sul. A embaixada foi projetada pelo arquiteto brasileiro David Resnik. HistóriaNa época da construção de Brasília, Israel tinha sua representação no Rio de Janeiro, aberta em 1951 como escritório e elevada a embaixada em 1958.[2] Assim como outros países, Israel recebeu de graça um terreno no Setor de Embaixadas Sul, medida que visa a instalação mais rápida das representações estrangeiras na nova capital. Em 1964, os israelenses se transferem para Brasília, com o então Embaixador de Israel Yossef Nahmias recebendo oficialmente da cidade o o lote 38 na Avenida das Nações para a construção da futura sede da Embaixada. Porém, as obras ainda levariam alguns anos.[3][4] Apenas em em 9 agosto de 1973 foi lançada a pedra fundamental da embaixada em Brasília, numa cerimônia com a presença do Ministro das Relações Exteriores de Israel, Abba Eban, e do Governador do Distrito Federal, Coronel Hélio Prates da Silveira. O projeto ficou a cargo do brasileiro David Resnik, que havia se mudado para a Palestina em 1947, seguindo tendências da arquitetura moderna em conjunto com traços e elementos da arquitetura típica do país representado, tal qual outras embaixadas construídas no período na linha do regionalismo crítico. O prédio é formado por uma construção baixa, de apenas um andar, inspirada na forma de uma cruz grega (de lados iguais), colocada em um ângulo sobre outra cruz grega. A embaixada foi finalizada em 1977, após três anos de obras.[2][5][6][4] O atual embaixador do país é Daniel Zohar Zonshine, diplomata de carreira, foi Chefe de Programas no Exterior do Mashav e embaixador em Myanmar (2014-2018). Antes disso, foi cônsul-geral em Mumbai, na Índia (2005-2008), e já trabalhou em Brasília, na função de conselheiro da embaixada de Israel no Brasil de 1998 até 2002. O embaixador é fluente em hebraico, inglês e fala português, tem mestrado em estudos de Defesa pela Universidade de Haifa e graduação em arqueologia pela Universidade de Bar Ilan. ServiçosA embaixada realiza os serviços protocolares das representações estrangeiras, como o auxílio aos israelenses que moram no Brasil e aos visitantes vindos de Israel e também para os brasileiros que desejam visitar ou se mudar para o país. Existem atualmente cerca de 120 mil judeus no Brasil e mais de 25 mil brasileiros em Israel, que também recebe grande fluxo turístico, em especial para as partes sagradas para as religiões abraâmicas.[7][8] Além da embaixada de Brasília, Israel conta com mais um consulado geral na cidade de São Paulo, onde também mantém um escritório de turismo e um dos dois escritórios econômicos no Brasil, o outro no Rio de Janeiro. O consulado paulistano sempre foi considerado muito influente sobre a embaixada, devido a presença de grande comunidade judaica na cidade.[9] Ainda há dois consulados honorários, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.[10][11] Outras ações que passam pela embaixada são as relações diplomáticas com o governo brasileiro nas áreas política, econômica, cultural e científica. Os governos dos dois países se aproximaram nos últimos vinte anos, apesar de momentos de discordância quanto a assuntos polêmicos como o reconhecimento da Palestina em 2010. A política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocava o Oriente Médio como prioridade externa, o que levou a aproximação com todos os países da região, incluindo Israel.[12] Israel e Brasil mantém forte cooperação nas áreas de educação, da agricultura, da saúde, de segurança e armamento, de pesquisa científica industrial e aduaneira, jurídica, de turismo e de cooperações técnicas em geral. Mais de 150 empresas israelenses estão no Brasil. O país também contribui com ajuda em desastres e mediação em eventos diplomáticos, além de realizar eventos de promoção a cultura israelense.[2][13][14][15] O embaixador Daniel Zohar Zonshine tem tido um papel importante ao desmentir comparações infundadas e apologistas do fascismo. Essas têm sido feitas por políticos brasileiros, tais como o presidente Jair Bolsonaro, e propagadores de inverdades na internet. Conforme disse o embaixador em entrevista de fevereiro de 2022, ""Dar legitimidade para a ideologia nazista é uma coisa grave. É uma coisa perigosa e já vimos no passado que ideologias podem passar para ações[16]". Ver tambémReferências
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