Elfrico de Abingdon
Elfrico de Abingdon (em inglês antigo: Ælfrīc), conhecido também como Elfrico de Wessex, foi um arcebispo de Cantuária do final do século X. Antes disso, havia sido abade na Abadia de Santo Albano e bispo de Ramsbury, além de provavelmente ter sido abade em Abingdon. Depois de sua eleição, manteve o bispado de Ramsbury até sua morte em 1005. É possível que Elfrico tenha alterado a composição do capítulo catedrático de Cantuária ao alterar o clero servindo na catedral de seculares para monges. Em seu testamento, deixou um navio para o rei Etelredo II da Inglaterra (Æthelred) e mais outros para vários legados. Primeiros anosElfrico era finlho de um earl de Kent[1] e tornou-se monge na Abadia de Abingdon em Berkshire (moderno Oxfordshire), onde muito provavelmente foi abade[2] antes de se tornar abade de Santo Albano por volta de 975,[3] apesar de alguns historiadores não acreditarem no primeiro posto. Embora a "Historia Ecclesie Abbendonensis" ("História da Igreja de Abingdon"), nomear Elfrico como abade, as listas de abades não o citam. Uma corroboração indireta do fato é uma concessão de terras que haviam sido injustamente tomadas de Abingdon ao próprio Elfrico (e não ao cargo que ele exercia) quando ele próprio foi arcebispo. Estas terras reverteriam à abadia quando Elfrico morresse.[2] Bispo e arcebispoO irmão de Elfrico, Leofrico (Leofric), sucedeu-o como abade em Santo Albano quando, em algum momento entre 991 e 993, ele foi consagrado bispo de Ramsbury,[4][5] mas é possível tamb´me que ele tenha continuado a ser abade enquanto bispo.[2] Em 995, Elfrico foi elevado à sé de Cantuária e foi transladado para lá em 21 de abril de 995[6] durante um witenagemot realizado em Amesbury,[7] no qual recebeu permissão do "rei Etelredo e todo o witan"[8] Elfrico continuou sendo bispo em Ramsbury até sua morte.[9] A história de que seu irmão teria sido escolhido primeiro e recusado deriva de uma confusão da parte de Mateus Paris e os historiadores modernos geralmente acreditam que o episódio todo é fictício.[2] A nomeação de Elfrico para a sé de Cantuária deixou consternado o clero do capítulo da catedral, que reagiu enviando dois membros a Roma à frente de Elfrico para tentarem assegurar o trono para um dos dois. O papa Gregório V, porém, recusou-se a nomear um candidato sem antes receber a permissão real, que nenhum dos dois monges tinha.[10] Quando Elfrico chegou, em 997, foi nomeado e recebeu o pálio, o símbolo da autoridade do arcebispo.[11] Ele também presenciou ali alguns milagres no túmulo de Eduardo, o Mártir, na Abadia de Shaftesbury, ajudando assim na canonização de Eduardo.[12] Conta-se uma história de que Elfrico teria introduzido monges no capítulo catedrático da Igreja de Cristo de Cantuária, substituindo o clero secular, encarregados da função desde o século IX,[13] o que ele teria feito a pedido do papa. Esta história provavelmente originou-se logo depois da conquista normanda pelas mãos de historiadores monásticos em Cantuária e sua veracidade é incerta.[14] É provável também que Elfrico tenha realizado a cerimônia de casamento do rei Etelredo com Ema da Normandia em 1002.[15] Uma tradição posterior afirma que ele consagrou um bispo de Llandaff e dois bispos de St David's em Gales, o que, se for verdade, implicaria na extensão da jurisdição de Cantuária para novos territórios.[16] Elfrico ou seu predecessor, Sigerico (Sigeric), escreveu uma carta para Vulfino, bispo de Sherborne sobre o dever dos bispos de assegurar que leigos não espoliem igrejas. A carta também urgia Vulfino a exortar os leigos a lutarem pela justiça em suas relações mútuas, ajudarem as viúvas e órfãos, a não lutarem entre si e diversos outros preceitos morais.[17] Elfrico também ordenou a composição da primeira "Vida de Dunstano", uma hagiografia de Dunstano, um antigo arcebispo de Cantuária.[18] Finalmente, atuou ainda como juiz real depois de ter sido comandado pelo rei Etelredo julgar um caso entre nobres locais (tanos).[19] Morte e legadoElfrico morreu em 16 de novembro de 1005[6] e foi enterrado na Abadia de Abingdon, sendo depois transladado para a Catedral de Cantuária. De acordo com seu testamento, deixou navios para o povo de Wiltshire e Kent, e o seu melhor, equipado para sessenta homens, para o rei Etelredo.[2][20] A hagiografia de Dunstano foi dedicada a Elfrico no final do século X.[2][21] Depois de sua morte, foi considerado santo e passou a ser festeja em 16 de novembro.[22][23] Referências
Bibliografia
Ligações externas
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