Elektracustika

Elektracustika
Elektracustika
Álbum de estúdio de Oficina G3
Lançamento 21 de maio de 2007[1]
Gravação 2006-2007 no estúdio Lord G, São Paulo
Gênero(s) Rock cristão, rock progressivo, pop rock, folk rock
Duração 60:34
Formato(s) CD, download digital
Gravadora(s) MK Music
Produção Oficina G3 e Geraldo Penna
Arranjos Oficina G3 e Geraldo Penna
Certificação Ouro [2]
Cronologia de Oficina G3
Além do que os Olhos Podem Ver
(2005)
Depois da Guerra
(2008)

Oficina Elektracustika G3, ou pelo nome mais conhecido Elektracustika, é o sétimo álbum de estúdio do grupo de rock cristão Oficina G3, lançado em maio de 2007 pela gravadora MK Music.[1] Esse disco, segundo os membros da banda, tem a proposta de explorar o formato acústico de uma maneira criativa e rica, em contraste com a limitação e trivialidade dos trabalhos nesse formato, em comemoração dos seus 20 anos de existência. É o último projeto da banda produzido por Geraldo Penna juntamente com a banda e o primeiro com o baterista Alexandre Aposan e o guitarrista Celso Machado, respectivos baterista e guitarrista base contratados.

Antecedentes

Alexandre Aposan (em foto de 2007) substituiu Lufe no Oficina G3.

No final da turnê do álbum Além do que os Olhos Podem Ver em novembro de 2006, o guitarrista Juninho Afram estava interessado e disposto a efetivar Lufe, que tocava com o Oficina G3 desde 2002, como membro do grupo. Mas, durante o processo, a banda descobriu que o baterista estava em um caso extraconjugal e os integrantes decidiram desligá-lo. O músico, anos mais tarde, falou abertamente sobre o assunto e que concordou com a decisão do trio, afirmando que "nunca culpei o Juninho, eu sabia que precisava aprender".[3] Com isso, o grupo partiu rapidamente para encontrar um substituto. Uma indicação do produtor musical Geraldo Penna era Alexandre Aposan, um músico que tocava com o grupo de pagode Os Travessos. Aposan se lembra que tinha deixado um cartão de visitas para o produtor em 2000, e que sua vida profissional tinha mudado radicalmente com os anos, a ponto de estar desligado no que estava sendo produzido no cenário evangélico. Ele se encontrou com Penna e Afram numa pizzaria, e que o encontro teve aspectos constrangedores. O álbum mais recente do grupo que o baterista conhecia era Indiferença (1996) e não sabia que Walter Lopes tinha deixado de ser integrante em 2001. Juninho mostrou um trecho do álbum Além do que os Olhos Podem Ver com as execuções de Lufe e Alexandre ficou surpreso. O baterista então ficou responsável por ensaiar, em cerca de um dia, as faixas "De Olhos Fechados", "Mais Alto" e "Meu Legado".[4]

Nesta época, o guitarrista Déio Tambasco deixou de trabalhar com o Oficina G3 para participar da reunião do Katsbarnea que geraria o álbum A Tinta de Deus (2007).[5] Por isso, Celso Machado também estava para fazer sua primeira performance com o grupo, por indicação do ex-vocalista Luciano Manga. Durante o primeiro encontro com a banda para o teste, Aposan disse estar inseguro, e cogitou tocar com partitura. Duca Tambasco, então, teria estranhado a ponto do baterista desistir da ideia, perguntando: "E você vai tocar lendo? Legal". No final, os integrantes se declararam satisfeitos com a performance dos dois músicos e, dias depois, Aposan e Machado viajaram com a banda com o objetivo de concluir a turnê do projeto. O baterista se lembra que o primeiro show ocorreu em Montes Claros e, na ocasião, PG e Pregador Luo também se apresentaram. Segundo o músico, sua participação no Oficina G3 não foi bem recebida por parte dos fãs, sobretudo por sua atuação em outros gêneros e um rótulo pejorativo de "pagodeiro" em fóruns no Orkut. Juninho Afram tranquilizou Aposan e sugeriu que, se os comentários negativos o fizessem mal, excluisse suas redes sociais e ignorá-los, o que o baterista acabou fazendo.[4]

Produção

Canção inédita de Elektracustica.

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O álbum começou a ser gravado ainda em 2006. A proposta era de comemorar 20 anos do Oficina G3, retomando a proposta comemorativa de Acústico (1998). Naqueles dez últimos anos, a banda tinha produzido três álbuns inéditos. Além das faixas de O Tempo (2000), Humanos (2002) e Além do que os Olhos Podem Ver (2005), a banda acabou por regravar "Resposta de Deus" e "Razão", faixas originais de Nada É Tão Novo, Nada É Tão Velho (1993). Entre as inéditas, o destaque foi para "Eu, Lázaro".[6]

Nota-se no álbum uma clara inspiração instrumental originária do rock progressivo com elementos do pop rock e do folk rock. Assim como no projeto anterior, Elektracustika tem todos seus vocais principais gravados por Juninho Afram.[7]

Lançamento e recepção

Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
Super Gospel 4 de 5 estrelas.[7]
O Propagador 4 de 5 estrelas.[8]
Território da Música 4 de 5 estrelas.[9]

Elektracustika foi anunciado em março de 2007 e seu título original era OficinelektracustikamenteG3. O nome foi mal recebido pelo público e, uma semana depois, o tecladista Jean Carllos veio a público afirmando que a banda tinha decidido mudar o nome do trabalho para Oficina Eletracustika G3 em uma reunião com a gravadora MK Music.[10] A obra recebeu avaliações favoráveis da crítica. Aaron M., para o Território da Música, afirmou que "o álbum foge do lugar comum, não caindo no padrão básico de uma banda de rock e passando longe do formato MTV, utilizado à exaustão atualmente".[9] O guia discográfico do O Propagador atribuiu uma cotação de 4 estrelas de 5 justificando que "com a elegância de um projeto comemorativo e sem perder o gosto de ineditismo, Elektracustika é um dos álbuns mais refinados da Oficina G3".[8] Já Roberto Azevedo, do Super Gospel, pontuou que a obra não trouxe "O Tempo", um dos maiores sucessos do grupo, mas que "a ideia de criar arranjos densos com temperos jazzísticos se encaixaram muito bem nas canções antigas e nos hinos novos".[6]

Apesar das avaliações positivas da mídia especializada, a obra não agradou parte dos fãs da banda, que inicialmente não entenderam a proposta do trabalho.[11][12] Na época, Duca Tambasco disse: "Muita gente não entendeu a proposta do Elektracustika, que era uma fase, um momento, como se de 10 em 10 anos fôssemos fazer algo diferente. E muita gente achou que tivéssemos mudado o estilo, e muita gente ficou até decepcionada".[13]

Em 9 de novembro de 2008, o álbum foi certificado com um disco de Ouro pela ABPD, devido a mais de 40 mil cópias vendidas.[2] Para a divulgação do álbum, foi lançado o clipe do single "Eu, Lázaro". O projeto recebeu indicações ao Troféu Talento em 2008, porém não venceu (perdendo para Eu Sou Livre, do ex-integrante PG).[14] Também foi indicado ao Grammy Latino.[15]

Faixas

A seguir está a lista de faixas de Elektracustika:[16]

N.º TítuloCompositor(es)Vocais Duração
1. "Introdução"  Instrumental 0:56
2. "Além do que os Olhos Podem Ver"  
  • Afram
  • Tambasco
  • Carllos
Juninho Afram 4:19
3. "Desculpas"  
  • Tambasco
  • Carllos
  • PG
Juninho Afram e Jean Carllos 3:50
4. "Mais Alto"  
  • Afram
  • Tambasco
  • Carllos
Juninho Afram 4:09
5. "Cura-me"  
  • Afram
  • Tambasco
  • Carllos
Juninho Afram 3:49
6. "Resposta de Deus"  
  • Afram
  • Wagner Maradona
Juninho Afram 4:19
7. "A Deus"  
  • Afram
  • Tambasco
  • Carllos
Juninho Afram 5:01
8. "Eu, Lázaro"  
  • Afram
  • Tambasco
  • Carllos
Juninho Afram 4:58
9. "Ele Vive"  AframJuninho Afram 4:17
10. "Razão"  Juninho Afram 4:08
11. "Preciso Voltar"  
  • Afram
  • Tambasco
Juninho Afram 4:18
12. "A Lição"  
  • Afram
  • Tambasco
  • Carllos
Juninho Afram 4:05
13. "Deserto"  
  • Afram
  • Tambasco
  • Carllos
Juninho Afram 4:32
14. "Perfeito Amor"  
  • Afram
  • Tambasco
  • PG
Juninho Afram 3:41
15. "Me faz Ouvir"  NaldinhoJuninho Afram e Duca Tambasco 3:44
Duração total:
60:34

Ficha técnica

A seguir estão listados os músicos e técnicos envolvidos na produção de Elektracustika:[16]

Banda
Músicos convidados
Equipe técnica

Referências

  1. a b «Oficina G3/Elektracustika». Terra Sonora. Consultado em 16 de março de 2013 [ligação inativa]
  2. a b «Oficina» (em inglês). Consultado em 9 de novembro de 2009 
  3. PORQUE SAI DO OFICINA G3. Lufeh. 6 de fevereiro de 2019. Consultado em 30 de junho de 2024 – via YouTube 
  4. a b Como foi o Aposan no G3 - ALEXANDRE APOSAN. Cortes do HUB. 27 de junho de 2022. Consultado em 28 de maio de 2024 – via YouTube 
  5. «Katsbarnea dá a volta por cima e lança o CD "A Tinta de Deus"». Super Gospel. Consultado em 15 de março de 2014 
  6. a b «CD Elektracustika (Oficina G3) - Análise». Super Gospel. Consultado em 16 de março de 2013 
  7. a b «Oficina G3 - Discografia comentada». Super Gospel. Consultado em 27 de agosto de 2019 
  8. a b «Oficina G3 - discografia e obra». O Propagador. Consultado em 2 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 8 de fevereiro de 2015 
  9. a b «Oficina G3: Oficina Elektracustika G3». Território da Música. Consultado em 1 de fevereiro de 2015 
  10. «Oficina G3 anuncia mudança do nome do novo álbum da banda». Super Gospel. Consultado em 30 de junho de 2024 
  11. «Elektracustika - Oficina G3». Whiplash.net. Consultado em 16 de março de 2013 
  12. «Oficina G3: Oficina Elektracustika G3». Rock online. Consultado em 16 de março de 2013. Arquivado do original em 21 de dezembro de 2007 
  13. «Entrevista - Duca Tambasco». MG Assessoria. Consultado em 20 de junho de 2015. Arquivado do original em 16 de setembro de 2009 
  14. Super Gospel. «Confira a lista de ganhadores do Troféu Talento 2008». Consultado em 29 de outubro de 2011 
  15. «Conheça os indicados às categorias cristãs do Grammy Latino 2007». Gospel+. Consultado em 13 de julho de 2012 
  16. a b (2008) Créditos do álbum Elektracustika por Oficina G3. MK Music.